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Pesquisa avalia políticas de Diversidade e Inclusão nas empresas

Políticas nas empresas

Diversidade e Inclusão: pesquisa revela carência de políticas nas empresas

Guilherme Haas, especial para o GazzConecta
06/08/2021 19:48
Uma pesquisa realizada pela Pulses, empresa de soluções de clima organizacional, em parceria com a Nohs Somos, startup de impacto social, revela que as empresas brasileiras carecem de políticas bem-estruturadas de Diversidade e Inclusão, enquanto as minorias seguem com baixa representatividade no mercado de trabalho.
Segundo os dados coletados entre mais de 6 mil respondentes, menos de 10% dos empregados declararam fazer parte de alguma minoria (negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência): apenas 8% se declararam pretos; 4% não-binárie, pessoas trans e travestis; 8% LGBTI+; e só 3% relataram ter algum tipo de deficiência (visível ou não).
O dado mais curioso do estudo, no entanto, revela que apesar da baixa representatividade de minorias no quadro de funcionários, 73% dos respondentes acreditam que as empresas têm um quadro diverso de funcionários – resultado conflitante com a demografia da pesquisa e que mostra como os conceitos de Diversidade e Inclusão são deturpados.
Bruno Jordão, co-fundador e Diretor de Comunidade da Nohs Somos, explica esse resultado: “É comum na sociedade brasileira que as pessoas convivam com outras que possuam marcadores sociais semelhantes aos delas. Ou seja, é comum que nós convivamos com pessoas iguais a nós mesmos, e essa percepção impossibilita uma visão mais ampla sobre diversidade. Assim, a presença de qualquer marcador que seja diferente da própria existência do indivíduo é o suficiente para a sensação de que aquele ambiente é diverso. Por isso uma pessoa heterossexual tende a sentir que existe diversidade na empresa se existem pessoas LGBTI+, independente de todas essas pessoas serem brancas, com o mesmo grau de escolaridade e oportunidades semelhantes ao longo da vida. O mesmo acontece com as pessoas brancas, que tendem a não perceber a falta de pessoas negras no seu círculo social”, explica.

Falta de políticas de Diversidade e Inclusão

Outro dado destacado pela pesquisa mostra que metade dos colaboradores desconhecem as políticas de Diversidade e Inclusão das empresas em que trabalham – ou porque elas não existem ou porque não são amplamente aplicadas e difundidas.
Para Beth Navas, co-fundadora e especialista em People Science da Pulses, ter políticas de Diversidade e Inclusão significa planejar, ter visão de longo prazo e monitorar constantemente os índices, que devem estar ligados às ações estratégicas e valores da empresa: “É necessário criar métricas de monitoramento como a verificação de promoções, remuneração, análise de índices de rotatividade, perfil de ocupação dos cargos de liderança e avaliações de desempenho/performance, dentre outras. Os dados obtidos são fundamentais para definir investimentos em treinamentos ou recrutamento e seleção, por exemplo".
A pesquisa revela ainda a falta de inclusão para pessoas com deficiência: 33% dos colaboradores declararam a inexistência de ações para incluir esses profissionais nas empresas, enquanto muitas organizações não estão nem preparadas para receber essa minoria.
"Além das barreiras físicas e visuais, é preciso quebrar as barreiras invisíveis, como processos, estigmas e preconceitos que impedem uma melhor relação entre o colaborador com deficiência e a equipe. Por isso é fundamental investir na capacitação dos gestores e na sensibilização do time para um processo de inclusão mais eficaz em um ambiente de trabalho mais agradável. Além disso, é importante constituir um plano de carreira para que esse profissional não se sinta como uma cota legalmente obrigatória, mas alguém que tenha possibilidade de ascensão na empresa como qualquer outro”, diz Bruno Jordão.

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