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Engajamento

Do sertanejo às maratonas de negócios: qual é a melhor estratégia para lives?

Mariana Ceccon, especial para o GazzConecta
22/05/2020 20:37
Através do Youtube, salas de conferências, Facebook ou Instagram. Não importa a plataforma, mas sim a prática. Transmitir conteúdos e bate-papos ao vivo virou rotina durante os últimos meses, não só de artistas como também de empresários, executivos e entusiastas de tecnologia e inovação. E ao que tudo indica, esse hábito veio para ficar. Especialistas em marketing digital apontam que as lives serão tão frequentes no pós-pandemia, como estão sendo agora. E para preparar-se para este futuro próximo, o que resta as marcas é estudar com afinco quais estratégias estão funcionando melhor e o que é possível aprender com o que já foi transmitido até agora.
“Sem dúvida os cinco meses de pandemia aceleraram em cinco anos o espaço que as lives ocupariam na publicidade”, explica Rapha Avellar, diretor da Avellar Media, agência por trás de lives recordistas como a da cantora sertaneja Marília Mendonça.
“Seja para um público de milhões de pessoas ou um pequeno grupo a estratégia por trás de uma live de sucesso é entender as engrenagens de formação de opinião do grupo que você quer influenciar, direcionar o conteúdo e fazer a distribuição de forma ativa e assertiva”, explica o profissional.
Por distribuição assertiva, entenda procurar quem são as vozes e influenciadores dentro do público que deverá ser atingido. Isso torna-se ainda mais fundamental quando o conteúdo é direcionado para empreendedores. “Não existe fórmula de bolo, mas uma coisa que tem funcionado para as lives que organizamos é fazer barulho com quem forma opinião, monitorar conversas e interagir de forma ativa nesses grupos, quatro ou cinco dias antes da live ir ao ar”, explica Avellar.
“As lives têm funcionado muito bem para conteúdo de informação hard, notícias, pronunciamentos e entretenimento. Está claro para nós que o consumidor está revendo seus hábitos de consumo de informação durante a pandemia. Por exemplo, enquanto no Youtube as transmissões são produções elaboradas, com horário marcado e que o consumidor prepara-se para assistir, no Instagram o formato tem que ser pensado para uma pessoa que vai ficar com você no máximo 15 minutos”, resume o publicitário.
Surfando na onda das lives, os organizadores da Smart City Expo Curitiba também acreditam que as transmissões de conteúdo ao vivo tem ajudado a atacar um público que antes não teria acesso as palestras e congressos presencialmente, ajudando a expandir e engajar novas pessoas as marcas. Caio Castro, sócio do ICities, marca organizadora do congresso de cidades inteligentes, explica que nos últimos dois meses os gestores do evento apostaram em maratonas de lives no Instagram, para engajar o público e manter o interesse pelo congresso aceso, durante o ano inteiro.
“Havia essa insistência da nossa agência de publicidade para investirmos em lives, mas era um projeto que arrastávamos e agora fomos forçados a isso. E a experiência tem sido muito positiva. Fizemos uma primeira maratona de dois dias, na data em que aconteceria o Smart City Curitiba 2020. Funcionou tão bem que agora vamos fazer isso uma vez por mês”, explica o empresário.
Como experiência, Castro relata que para democratizar o conteúdo do congresso foi necessário repensar a pauta de assuntos a serem abordados e também informalizar a conversa com os especialistas.
“Na primeira maratona, ganhamos mil seguidores em dois dias. Isso abriu uma gama muito grande de novas oportunidades de engajamento. Mas os conteúdos precisaram ser revistos. A concorrência é grande com webinars, palestras online, então é sempre importante pensar em uma forma de trazer conteúdo de uma perspectiva diferente e inédita”, explica.
Outra dica importante do empresário é tentar privilegiar as transmissões de conteúdo na parte da manhã, quando o tema do bate-papo é ligado ao empreendedorismo. Outra recomendação é realizar uma pré-entrevista com o convidado, antes da transmissão ir ao ar. “É uma forma de você acalmar a pessoa e mostrar para onde a conversa seguirá. Também ajuda a controlar o tempo, já que no Instagram, por exemplo, as lives duram uma hora e você precisa administrar a conversa para caber naquele espaço”, detalha.
Para as próximas maratonas, no entanto, Castro revela que o ICities estuda outras ferramentas de transmissão. “O Instagram é fácil porque as pessoas não precisam se cadastrar. É democrático. Em contrapartida a ferramenta não nos oferece informações sobre quem eram as pessoas assistindo, o perfil do público, só o número final. Por isso não descartamos fazer os próximos eventos em salas online fechadas”, finaliza.

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