Thumbnail

Confira a programação completa do quarto e último dia de festival.

Ao vivo

Festival Novo Mundo: todo dia é primeiro de abril?

GazzConecta, com colaboração de Millena Prado
10/07/2020 11:21
O Festival Novo Mundo chega ao seu quarto e último dia debatendo os prejuízos notícias falsas, a epidemia da desinformação e o mundo que queremos construir. A versão online do Welcome Tomorrow, maior evento de mobilidade e tecnologia do Brasil, é transmitida na íntegra pelo GazzConecta.
O evento já passou por discussões sobre a polarização, direções do mercado de trabalho e da edução em um cenário pós-pandemia. Nesta sexta-feira (10), Flávio Tavares, fundador do Welcome Tomorrow e apresentador do evento recebe Rafa Brites, influenciadora de jornadas, apresentadora e empreendedora; Natalia Leal, diretora de conteúdo da Agência Lupa; Alana Rizzo, cofundadora do Redes Cordiais, além de outros convidados.
Confira a programação do último dia de festival.

Destaques do terceiro dia de festival

Algoritmo: mais do mesmo

O primeiro debate do terceiro dia de festival foi dedicado a polarização e a força das redes sociais no processo de debate. A segunda mesa do dia reuniu Walter Longo, empreendedor digital, palestrante e CEO da Unimark e Renato Meirelles, presidente do instituto Locomotiva.
Os convidados partiram de uma provocação de Flávio Tavares, apresentador do evento, questionando se esta segmentação contribui para a maturidade política. Renato defendeu que polarização e debates são processos diferentes. Enquanto a polarização é o processo de forçar o outro a concordar com o um argumento, o debate é a troca de ideias para chegar a um denominador comum, o que em sua visão é saudável para a democracia e para o convívio em sociedade.
Na opinião de Walter, o problema da troca de ideias é o espaço utilizado para o debate: as redes sociais, que são influenciadas por algoritmos. “A ordem dos algoritmos é dar para cada pessoa o que confirma suas teses sem promover o contraditório. Nós somos contraminados por uma visão tribalista, o que estamos pensando é correto se todo mundo à minha volta fala a mesma coisa", ressalta o filósofo.
"Com as mídias de massa, eramos expostos ao contraditório e obrigados a ouvir coisas de que não gostávamos. A internet trouxe um vantagens, mas o algorítimo não foi feito para julgar o que é certo ou errado, mas simplesmente para dar mais do mesmo”, completa Walter.
Os convidados refletiram também sobre quem deve julgar e definir o que é mentira e verdade nas redes sociais, referenciando as contas que foram removidas pelo Facebook ligadas à presidência do país. A discussão também permeou qual é o limite entre liberdade individual e coletiva.
Na visão de Renato, o limite da liberdade é o respeito à moral. “O critério (para a exclusão de contas) para mim é a transparência, o uso de robôs e a ofensa. A discussão sobre a manipulação das informações é muito longa e o limite da liberdade de expressão é a moral. Quando um ato ou opinião individual podem trazer consequências coletivas difíceis de ser reparadas ou que coloquem as pessoas em risco”, enfatiza.
Já Walter vê que o julgamento precisa ser isento. "Tenho a impressão de que o conceito das fake news está baseado muito mais em interesses políticos do que na melhoria da sociedade. Minha maior preocupação é quando eu defino alguma coisa que é verdade ou mentira. Estou dando a alguém a possibilidade de julgamento e isso é muito perigoso para a liberdade individual. Se alguém acredita que a terra é plana, ele tem todo direito de defender seu ponto de vista. Sem entrar no julgamento do que é bom ou ruim. É perigoso tratar como fake news aquilo que vai contra as nossas crenças", ressalta.  

A mensagem dos influenciadores

No segundo bloco, o tema da discussão foram os influenciadores digitais e o papel da internet ao abrir espaço para diálogos e reações rápidas de acordo com o discurso de cada personalidade. A mesa reuniu Otaviano Costa, apresentador, ator e radialista, e Felipe Solari, apresentador e criador do podcast Sistema Solari.
Para Felipe, as redes sociais são espaço para opiniões e conteúdos diversos. “A gente tem conteúdo sobre tudo. Temos mensagens positivas, mas vivemos em um momento em que ter muitos likes e seguidores virou um parâmetro de qualidade e boa informação, o que não necessariamente é verdade", reflete.
Na visão de Otaviano, a profissão influenciador foi definida mas todos exercemos influências uns sob os outros. “Todos nós somos influenciadores por bons ou maus atos, mas o mercado e o universo social e digital quando denomina 'eu sou influenciador'. A gente começa a ver que os influenciadores se julgam acima do bem e do mal, que não têm sensibilidade social. Todos nós somos influenciadores, desde o dia um", relembrando sua trajetória no começo da carreira e também na vida profissional. 
Flávio salientou também que a mensagem precisa ser maior que o mensageiro, em um universo que as pessoas estão mais preocupadas com a imagem do que com a entrega.

Enquete

As ferramentas de IA estão se tornando cada vez mais populares e acessíveis, com diversas opções disponíveis para diferentes necessidades. Qual delas você mais utiliza?

Newsletter

Receba todas as melhores matérias em primeira mão