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Tendências

Hábitos pós-pandemia renderão ao e-commerce R$ 69 bilhões a mais em quatro anos

Mariana Ceccon, especial para o GazzConecta
18/08/2020 22:00
De acordo com projeções feitas pela consultoria global de gestão estratégica Kearney, os hábitos de consumo adquiridos durante o isolamento social causado pela pandemia de Covid-19 impulsionarão o crescimento do e-commerce brasileiro em um ritmo médio de aproximadamente 17% ao ano até 2024. No acumulado deste período, as lojas virtuais brasileiras deverão faturar R$ 69 bilhões a mais do que o esperado antes da pandemia.
O cálculo foi feito levando em consideração uma pesquisa em profundidade realizada com 400 consumidores de todo o país, estudando os seus padrões de compra. A análise mostrou que de 2019 para 2020 o faturamento de lojas online, sobretudo localizadas nas regiões Sul e Sudeste, cresceu quase 49%. O e-commerce brasileiro deve fechar o ano com um montante entre R$ 103 bilhões e R$ 120 bilhões, de acordo com as estimativas da consultoria.
O setor de alimentos, beleza e cuidados pessoais, além de itens para animais de estimação são os principais propulsores deste canal, que poderá bater os R$ 250 bilhões de faturamento em 2024, caso as expectativas se concretizem.
Para um dos responsáveis pelo estudo e sócio da Kearney, Esteban Bowles a pandemia acelerou a tendência de crescimento dos e-commerces, fazendo com o que as lojas virtuais, que antes respondiam por algo em torno de 4% a 8% das vendas das grandes marcas, cheguem a representar 20% nos próximos quatro anos.
Um dos responsáveis pelo estudo e sócio da Kearney, Esteban Bowles.
Um dos responsáveis pelo estudo e sócio da Kearney, Esteban Bowles.
"Existem muitas oportunidades, mas também desafios para este tipo de venda. Na pesquisa questionamos o que faria as pessoas comprarem mais pela internet. Das repostas tivemos alguns insights sobre o que é preciso melhorar como a jornada de compra — alguns aplicativos são pouco intuitivos e ainda não oferecem a melhor experiência — além das questões de frete como prazos e custos, que ainda são vistos como altos pelos consumidores", resume Bowles.
Da porta para dentro, outro importante desafio a ser vencido pelas empresas é como tornar essas vendas lucrativas e menos custosas. "Existe uma briga acirrada online pelo marketshare, mas a realidade é que para muitos varejistas a venda online ainda não gera lucro ou dilui a rentabilidade da rede como um todo. Isso se torna um grande desafio quando o e-commerce passa a responder por 20% das vendas. Será necessário um grande esforço do setor para aumentar a eficiência operacional deste modelo", pontua.

E-commerce cresceu 127% no dia dos pais

Um dos sinais de que as vendas online vão bem foi o faturamento registrado no dia dos pais. As lojas virtuais brasileiras faturaram R$ 2,75 bilhões, montante 112% maior do que o registrado na mesma data, no ano passado. O dado foi divulgado pela Social Miner, empresa especializada em estatísticas de comportamento do consumidor online que mantém em sua base de observação mais de 43 milhões usuários.
De acordo com a empresa, outros dados relevantes da data comemorativa foram o crescimento de 127% no número de pedidos em e-commerces — que passou de 2,74 milhões em 2019, para 6,21 milhões neste ano — e a redução de 7% no ticket médio das compras online, variando de R$ 470 para R$ 439.
O levantamento foi feito em parceria com a Clearsale e Octadesk especialmente entre os dias 25 de julho e 9 de agosto, mas também levou em consideração compras feitas a partir do dia 11 de julho. "Como o prazo de entrega é um fator sensível aos consumidores, muita gente antecipou a procura por ofertas, aumentando o tráfego nos sites com quase um mês de antecedência do evento. Como consequência, os dois maiores picos de vendas nos e-commerces aconteceram 27 e 20 dias antes do evento", explica a Social Miner, por meio de nota.
O volume de compras também foi analisado por região. Enquanto 6 em cada 10 compras online foram feitas no Sudeste, nas regiões Nordeste e Centro-Oeste esta tendência recuou em relação à 2019. A representatividade do Nordeste caiu de 18% para 13%, enquanto do Centro-Oeste baixou de 9% para 6%. O destaque vai para a Região Sul, que passou de 8,5% do volume total de compras no Brasil para 17% neste Dia dos Pais.

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