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Telemedicina é uma das grandes apostas tecnológicas do setor da saúde durante pandemia – e também depois dela.

Hack Pelo Futuro

Coronavírus mostra que setor da saúde precisa estar mais aberto à inovação

GazzConecta
22/04/2020 23:12
Telemedicina, inteligência artificial, testes rápidos. Um vocabulário que agora é comum a diversas inovações que ajudam no combate à pandemia do novo coronavírus há pouco tempo era alvo de resistências por parte da área da saúde. Mas será que o pós-crise reserva uma realidade mais aberta a novas tecnologias que vêm para auxiliar na prática da medicina?
Essa foi uma das principais questões que pautaram a terceira live promovida pelo Hack Pelo Futuro - hackaton proposto pelo Governo do Estado do Paraná que busca soluções inovadoras para o pós-Covid.
Com o tema "Futuro da saúde pós-coronavírus", a conferência foi mediada pelo diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, Nestor Werner Junior e teve como convidados Marcus Figueredo, CEO da Hi Technologies; a advogada Caroline Cavet, especialista em telemedicina; e Dirceu Zorzetto Filho, professor e doutor em psiquiatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Para Figueiredo - cuja empresa desenvolveu testes rápidos de coronavírus - a adoção de tecnologias existentes em uma situação emergencial faz com que o setor rapidamente se atualize nessa discussão, criando um novo padrão.
"IA, telemedicina e testes rápidos já existem há muitos anos, mas não tinham adoção em massa no Brasil porque a gente pensava que se não é perfeito, então não pode ser coisa nenhuma. Espero que as inovações que a gente está aceitando agora mudem a nossa mentalidade no setor como um todo, e que em uma próxima pandemia a gente esteja preparado e não tenha que adotar com pressa novas tecnologias que já existiam", defende.
Para Caroline Cavet, a nova realidade que virá após o coronavírus invariavelmente levará a uma atualização da legislação relativa à telemedicina. Uma nova lei foi sancionada para permitir a prática de diferentes modalidades da telemedicina durante a pandemia. Acabado o período, volta a valer a Resolução CFM nº 1.643, de 2002.
"Nós temos uma defasagem de legislação porque ela não acompanhou os avanços tecnológicos da nossa sociedade. Como sociedade, não temos mais como voltar à discussão sobre a conduta ética médica na telemedicina. No entanto, precisamos cuidar em especial com a proteção de dados, cuidando do sigilo médico", detalha a especialista.
Para Dirceu Zorzetto Filho, é imprescindível que se busque resolver o atendimento médico também em situações mais complexas, como com idosos. Para ele, é natural que as tecnologias criem um certo afastamento do médico com o paciente, mas é inegável que elas vieram para ficar.
"Embora o coronavírus acelere a implementação de novas tecnologias, o chamado 'novo normal' vai ser muito diferente do que a gente já conhecia antes – e ainda bem, porque não podemos esperar tudo voltar ao estado normal. Algumas coisas não seriam convenientes que continuassem como antes, entre elas o [baixo] investimento necessário na saúde pública", afirma Filho.

Hack pelo Futuro

O projeto foi lançado no dia 16 de abril pelo Governo do Estado do Paraná e busca selecionar ideias que possam minimizar os impactos da da Covid-19 em diversas áreas, como a saúde, economia, comércio, serviços. As inscrições para participar do hackaton encerram-se nesta quarta-feira (22).
Para motivar e inspirar os interessados, haverá palestras online até o dia 24 de abril com insights sobre o enfrentamento a períodos de crise. As palestras acontecerão sempre às 19 horas no site do hackathon. É preciso fazer inscrição prévia gratuitamente.
Os bate-papos são abertos ao público e os conteúdos poderão ajudar os participantes do hackaton a compreenderem seus desafios para que possam propor soluções criativas e inovadoras durante a competição online.

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