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Respostas para a crise do coronavírus sairão da união de microlideranças, que estão em governos e empresas.

Hack pelo Futuro

Crise do coronavírus expõe a falta de liderança para criar cidades inteligentes

Daliane Nogueira
Daliane Nogueira
22/04/2020 00:31
E as cidades inteligentes, são realmente inteligentes? Como elas responderam (se é que responderam) ao coronavírus? E quais os desafios para essas e para todas as cidades e países do mundo? Esses foram alguns questionamentos que nortearam a live "Mobilidade urbana pós pandemia", segundo evento online promovido no programa Hack pelo Futuro, um hackaton proposto pelo Governo do Estado do Paraná que busca soluções inovadoras para o pós-Covid. Os convidados foram Flávio Tavares, fundador do Welcome Tomorrow Mobility Conference; Silvia Barcik, diretora de Mobilidade Sustentável na Renault do Brasil e Bruno Montejorge, diretor de comunicação no Ifood.
O papo teve a mediação de Marcela Lachowski, responsável por
desenvolvimento de Negócios & Relação Corporativa da JUPTER e
conta como apoio do Gazz Conecta e da Gazeta do Povo.
Uma das provocações durante a live surgiu na fala de Flávio,
que entende que um dos principais desafios para as cidades e países
é encontrar lideranças. “Não falo só de governos, mas de
empresas. Vamos pensar em como tem sido a resposta para essa crise. É
preciso entender que as soluções não saem de um único lugar.
Então é a microliderança que fará a diferença”, resumiu,
conclamando as pessoas que empreendem e pensam no bem da sociedade.
Bruno emendou esse pensamento apontando que nenhum país do mundo estava preparado para o que está acontecendo. “Me pergunto: o que é uma cidade inteligente? Do dia para a noite, uma ameaça tangível é capaz de matar 3%, 4% ou 5% da população. Então como serão essas cidades do futuro? Penso que muitos governos demoraram a agir, mesmo em lugares onde se tinha a imagem da cidade inteligente. Essa é uma oportunidade que o poder público tem de pensar nas respostas e tomada de decisão tendo o indivíduo no centro. Quem entender isso e encontrar esses caminhos, sairá mais forte.”
Mobilidade
Outro ponto discutido foi a
questão da mobilidade e como o fato de boa parte das pessoas estar
passando mais tempo em casa colocou em xeque várias formas de agir.
“Parte da mobilidade é a imobilidade. Neste momento a gente
aprendeu a não se mover. E uma parte desse aprendizado será levado
para o futuro, especialmente o futuro do trabalho. Há várias
empresas considerando a adoção do home office, ao menos em parte do
tempo. Cerca de 50% dos deslocamentos acontecem por conta de trabalho
e mudar essa lógica terá um impacto enorme”, colocou Flávio.
Para Bruno, o momento leva a
pensar o quão essencial é um deslocamento. “Será inevitável a
percepção de que é possível deixar de fazer certos
deslocamentos.”
A questão da valorização do tempo e de como utilizá-lo de forma mais saudável está embutida nessa discussão. “O que as pessoas estavam valorizando muito antes dessa crise era a questão do tempo. Economizar o tempo, para ‘gastá-lo’ de forma inteligente será ainda mais importante. E os dados sobre os deslocamentos e como oferecer serviços que ajudem nessa equação será muito importante” [para cidades e cidadãos], resumiu Silvia.
A aceleração de processos que
permitam que pessoas gerenciem seu tempo é vista com otimismo pelos
participantes da live. “Temos muito tempo improdutivo, tempo
desperdiçado em deslocamentos. Os termos para ter em mente são
‘tempo e conveniência’. A tendência é devolver tempo para as
pessoas. Qual a importância do tempo para cada um? As empresas não
perguntam isso em uma entrevista de emprego, mas é importante.
Diante disso, entendo que as melhores tecnologias são as que podem
ajudar a controlar e gerir o tempo”, expôs Flávio.
Entre os desafios de mobilidade está colocar em prática os serviços de carsharing de forma sistemática. “Precisamos pensar em serviços para além dos carros. Veículos compartilhados terão um impacto positivo no controle das emissões dos gases nocivos ao meio ambiente. Mas, neste momento é preciso preparar cidades e montadoras para essa nova realidade”, completou a executiva da Renault.

Hack pelo Futuro

O projeto foi lançado no dia 16 de abril pelo Governo do Estado do Paraná e busca selecionar ideias que possam minimizar os impactos da da Covid-19 em diversas áreas, como a saúde, economia, comércio, serviços. As inscrições para participar do hackaton encerram-se nesta quarta-feira (22).
Para motivar e inspirar os interessados, haverá palestras online até o dia 24 de abril com insights sobre o enfrentamento a períodos de crise. As palestras acontecerão sempre às 19 horqas no site do hackathon. É preciso fazer inscrição prévia gratuitamente.
Os
bate-papos são abertos ao público e os conteúdos poderão ajudar
os participantes do hackaton a compreenderem seus desafios para que
possam propor soluções criativas e inovadoras durante a competição
online.
Próximos eventos: cronograma e convidados
Dia 22/04
FUTURO DA SAÚDE PÓS-CORONAVÍRUS
Mediador: Nestor Werner Junior, diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde/PR
Marcus Figueredo | Hi Technologies
A relação entre saúde e tecnologia. O futuro da pandemia.
Caroline Cavet | Caroline Cavet Advocacia
A base jurídica da telemedicina. Um novo relacionamento entre médico e paciente.
Dia 23/04
FUTURO DO ENTRETENIMENTO PÓS-CORONAVÍRUS
Mediadora: Ilana Lerner, diretora da Biblioteca Pública do Paraná
Giovana Alcântara | Kantar Ibope Media
Os impactos e as mudanças no comportamento da sociedade.
Felipe Guerra | Jaime Lerner Arquitetos Associados
Preparando as cidades. Reconfiguração dos espaços e áreas públicas.
Leandro Knopfholz | Diretor de Ação Cultural da Fundação Cultural de Curitiba
Culturas emergentes em novos formatos. Novas expressões da cultura digital.
Dia 24/04
TENDÊNCIAS DO MERCADO
Mediador: Gian Rocco, assessor de Inovação da Celepar
Luana Toniolo | TROC
O consumo consciente. Novas oportunidades de emprego.
Michel Costa | Diretor Founder Institute
Investimentos em novos negócios. Empresas e startups do futuro.
Fabio Araujo | Brain Inteligência Estratégica
Tendências do mercado de bens de consumo. Um novo consumidor com novas necessidades.

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