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Hack Pelo Futuro

Digitalização no Brasil precisa passar por melhoria na infraestrutura

GazzConecta
26/04/2020 18:39
Empresas que planejavam se
digitalizar e se modernizar ao longo dos próximos 20 anos estão sendo obrigadas
a fazer isso em meses por falta de opção. Nesse cenário, como se adaptar a
tempo de não perder competitividade em meio às novas realidades que o
coronavírus tem criado?
As tendências de mercado em tempos de pandemia foi principal tópico discutido na quinta e última live promovida pelo Hack Pelo Futuro, hackaton online promovido pela Superintendência de Inovação do Governo do Paraná para fomentar iniciativas de combate à Covid-19.
A videoconferência contou com a participação de Michel Costa, da Founder Institute Brasil; a fundadora e CEO da startup TROC, Luana Toniolo; e Fabio Araujo, sócio
da consultoria Brain Inteligência Estratégica. A mediação ficou por conta de
Giancarlo Rocco, assessor de inovação na Celepar.
Segundo Araujo, o
exercício constante que os empreendedores precisam fazer neste momento é olhar
para as realidades de outros países para entender os próximos passos no Brasil,
adaptando segundo seu próprio contexto. Para o especialista, se na Coreia do
Sul e no Japão houve um isolamento completo durante dois meses para depois os
cidadãos começarem a voltar à vida normal, no Brasil isso será diferente, com períodos
de abertura do comércio intercalados a períodos fechados.
Com essa instabilidade, a
digitalização se torna um imprescindível – apesar de não significar a salvação
dos negócios. “O varejo já passava por uma crise tecnológica e agora tem um
contexto ainda mais desafiador. Esta é a oportunidade de milhares de pequenas
empresas passarem a oferecer seus produtos em marketplaces, mas, ao mesmo
tempo, como a competição aumenta, não necessariamente elas vão ter preço para competir”,
explica Araujo.
Preço, histórico da marca,
descontos ou rapidez na entrega são algumas das estratégias que lojas podem oferecer
para se destacar em meio à competição. “40% das compras online realizadas nos
Estados Unidos foram de pessoas que nunca haviam comprado online. Antes, a
regra era ser inovador e moderno. Hoje, o ideal é ser reconhecido, testado e
comprovado. As pessoas estão apostando no que elas já confiam”, endossa Luana
Toniolo.

Mudança de comportamento

Outro ponto abordado na
conversa foram as mudanças de comportamento de consumo que serão consequência
da crise. Giarcarlo pontuou que a compra pela internet via app cresceu 30% no
Brasil, e que os grupos que mais cresceram estão pessoas com mais de 50 anos, seguidos
das classes da C D e E – que representam mais da metade do poder de compra dos
brasileiros.
No entanto, não é apenas a
evolução da tecnologia que conta para acelerar a digitalização do consumo no
Brasil. Segundo Michel, grande parte do problema ainda é estrutural.
“Por que o Brasil não tem
uma Amazon que funciona com a agilidade do exterior? O problema é a logística, que
no Brasil não funciona como nos Estados Unidos. Além disso, grande parte da
população não é bancarizada. Dos 32 milhões de brasileiros precisam receber o
auxílio emergencial, 20 milhões não têm conta no banco – e, por consequência,
não tem cartão de crédito e não compra online”.

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