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Primeiro módulo

MasterClass em Governança & Nova Economia traz debate sobre inovação e agilidade nas empresas

Murilo Basso, especial para a Gazeta do Povo
08/02/2020 17:48
Trabalhar pela companhia e não apenas nela. Este é um dos fatores essenciais
que fazem empresas levarem o discurso de propósito para as páginas dos seus
contratos sociais. Desafios assim estão por trás de uma série de iniciativas da
Comunidade
Governança & Nova Economia
pela
simplificação e compartilhamento de boas práticas para negócios velozes e
corretos.
No Relatório trimestral do Center for Board Matters da Ernst & Young (EY) de 2017 foi feito um exame das tendências de governança corporativa nas empresas que compõem os rankings Russell 2000 Index e Standard & Poor's 500. O documento constatou que a governança corporativa é um tópico de crescente interesse para formuladores de políticas, investidores e outras partes interessadas, mas a maneira como é adotada pelas empresas nem sempre é consistente.
Por outro lado, uma análise publicada na Harvard Business Review destaca que o contexto atual amplifica a importância de governança à medida em que o poder dos investidores institucionais aumenta, bem como o impacto das empresas na sociedade. “Os governos são cada vez mais incapazes de resolver os problemas significativos e crescentes que assolam as sociedades em todo o mundo, e as empresas são vistas como tendo um potencial inexplorado para ajudar a mitigar esses problemas”, aponta o texto.
Neste sentido, destacam-se iniciativas para ampliar espaço de
discussão a respeito de governança, desenvolver vozes e ações que trazem como
pauta a necessidade de equilibrar inovação e ética, velocidade e controle. Já
para os profissionais, estudar essas contradições coloca-os em posição de
destaque para conduzir negócios de forma aprimorada. Tal tarefa é especialmente
relevante no contexto brasileiro, país que ocupa a 106ª posição no ranking Transparência
Internacional
, portanto, considerado com alta percepção de
corrupção.
Motivações
Fazer negócios de forma correta é a motivação do curso MasterClass em Governança & Nova Economia, criado a partir das movimentações da Comunidade Governança &  Nova Economia, que reúne mais de 15 mil pessoas. Apenas em 2019, o MasterClass formou 150 profissionais dos mais variados perfis, de empresários a conselheiros, passando ainda por investidores e inovadores. É crescente o número de pessoas preocupadas em discutir as contradições no campo da inovação, controle, ética e uso da tecnologia. Esses debates nasceram em São Paulo, mas estão sendo realizados em Curitiba ao longo de fevereiro - e as inscrições para uma nova turma, com início previsto para abril, já estão abertas.
Turma do MasterClass em Governança & Nova Economia. Foto: Divulgação
Turma do MasterClass em Governança & Nova Economia. Foto: Divulgação
“Muitas vezes ficamos presos nas demandas cotidianas dos nossos
negócios, pensando o que podemos fazer para ser mais competitivos e não saímos
do lugar”, diz Heloisa Garret, presidente do Lide Paraná e participante do
MasterClass Governança & Nova Economia. “Acredito que são iniciativas como
esta que fazem com que nós, líderes e gestores, impactem positivamente toda a
sociedade”, acrescenta.
A primeira aula da quinta turma do MasterClass Governança & Nova Economia foi nos dias 4 e 5 e segue ao longo de fevereiro em mais quatro encontros - a Gazeta do Povo/GazzConecta trará insights do MasterClass ao final de cada módulo.
“Existe um mundo novo e uma nova economia que precisamos entender para
que possamos evoluir como profissionais e criar novas oportunidades de trabalho
e também de conexões humanas”, destaca Inaiá Botelho, advogada do escritório
Arns & Andreazza, sobre o primeiro módulo.
“Governança é sobre como gerir negócios e a importância particular na nova economia, cujos desafios são menos claros pelo novo”, acrescenta David Knopfholz Becher, da Becher Consulting.
Apesar disso, os conhecimentos compartilhados no curso não se limitam
a novas empresas de tecnologia, comumente associadas à Nova Economia. “Não se
trata de nova ou velha economia, estamos falando sobre economia, comportamento,
cultura, finanças, enfim, movimentos disruptivos que já estão acontecendo e em
um cenário onde hoje tudo é possível”, aponta Márcia Câmara, diretora executiva
da Mac Soluções Empresariais. “Após dois dias saí com conteúdo e reflexões que
me levarão um tempo bem maior que isso para assimilação”, diz Nelly Pinheiro,
sócia-administradora da Pantheon Tecnologias do Brasil LTDA.
Primeiros passos
O escopo de boas práticas de negócios, inovação e agilidade são temas cruciais para as empresas na Nova Economia, independentemente do seu tamanho ou área de atuação – e ocupam o centro das discussões no MasterClass. O primeiro módulo teve participação de sete profissionais de destaque no mercado compartilhando conhecimentos, experiências e abrindo espaço para debates sobre temas relevantes na área.
“Independentemente se é uma padaria, uma startup ou uma grande corporação, você precisa de agilidade”, destaca João Kepler Braga, investidor-anjo, sócio da Bossa Nova Investimentos e um dos professores do MasterClass Governança & Nova Economia. Agilidade refere-se a crescer e escalonar os negócios, mas buscar o crescimento a qualquer custo é um erro que pode ser fatal para a empresa. Braga ressalta que neste contexto de agilidade a tecnologia é importante, mas não pode ser condicionante para o crescimento da empresa. “Ao mesmo tempo, inovação e tradição devem compor as práticas de governança”, diz.
João Kepler foi um dos professores na primeira aula do MasterClass em Governança & Nova Economia. Foto: Divulgação.
João Kepler foi um dos professores na primeira aula do MasterClass em Governança & Nova Economia. Foto: Divulgação.
De qualquer forma, governança extrapola um conjunto de regras e diretrizes, sendo necessário enfoque em construir um conjunto de valores no DNA da empresa. “Se há valores corrompidos não há sustentabilidade na governança”, crava Iomani Engelmann, diretor de Marketing e Novos Negócios e sócio fundador da Pixeon, segunda maior empresa de Health Care IT do Brasil, e vice-presidente de negócios da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia).
Governança, aliás, pode ser fator decisivo para a sobrevivência das empresas em todas as suas fases, mas é especialmente relevante em períodos de transição, como aquisições e outras negociações. “Nível de governança é determinante para compra e venda”, ressalta o professor Marcos Buson, fundador da Hards. Por outro lado, a governança é construída pelas pessoas envolvidas nos processos da empresa e, por isso, são um ponto central nas negociações. “Pessoas são o primeiro fator analisado antes de definir investimentos. Não lidamos com CNPJs, mas sim com CPFs – atrás de um CNPJ, há vários CPFs”, completa Buson.
MasterClass em Governança e Nova Economia também é espaço de trocas. Foto: Divulgação
MasterClass em Governança e Nova Economia também é espaço de trocas. Foto: Divulgação
Em um amplo escopo de informações e práticas, cabe aos profissionais e empresários identificar aquelas que acrescentam à empresa, conforme destaca Marco Poli, investidor-anjo, mentor e advisor: “Hoje há uma série de exigências que a sociedade impõe e, como prática de governança, é necessário entender quais exigências fazem sentido e quais devem ser incorporadas ou não na sua empresa”.
Da mesma forma, é fundamental compreender o
ambiente em que o negócio está inserido para então identificar as melhores
práticas – e tal visão estratégica é nutrida pelo compartilhamento de um espaço
como o MasterClass. “Seja qual for sua organização, ela está inserida em uma sociedade
que pode ser ou não favorável ao seu negócio”, diz Omarson Costa, executivo
sênior e também professor no MasterClass.
Neste sentido, múltiplas perspectivas abrem o
leque de possibilidades para construir “expertise” sobre as práticas de
negócios. “Entender do negócio não é suficiente. Entender de negócios também
não é. É preciso entender dos negócios que nos cercam, de todo o universo que
está ao nosso redor”, destaca Celso Ienaga, fundador da Dextron Management
Consulting.
Os conhecimentos adquiridos e compartilhados sobre governança se destacam por sua versatilidade: podem ser aplicados de formas distintas, direcionadas em diferentes fases de desenvolvimento da empresa ou em desafios específicos de cada uma, afirma Courtnay Guimarães, fundador e CEO na Cogno School e consultor sênior na BRQ Digital Solutions. “Não estamos mais pensando, estamos reagindo”, afirma.
Agora, a expectativa é que o amplo escopo de ferramentas e conhecimentos possa ser direcionado para enfrentar desafios e construir soluções. “São debates que trazem estímulos, novas ideias e alternativas. Nos provocar a deixar a zona de conforto, mostrando as nuances do sucesso e do fracasso. É um conteúdo programático imperdível com um time de primeiríssima qualidade”, finaliza o aluno Roque Gonzales Borgonovo, sócio-diretor da Gauss Indústria e Comércio Ltda.

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