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Covid-19 e comunicação corporativa

Meios digitais e impacto social: tendências para a comunicação no 2º semestre

Mariana Ceccon, especial para o GazzConecta
18/05/2020 18:53
A agência de Comunicação Corporativa Central Press divulgou nesta segunda-feira (18) seu novo estudo sobre os impactos da pandemia na comunicação empresarial e algumas tendências do setor, para o segundo semestre. O estudo foi realizado em maio, a partir de entrevistas com 270 executivos, empresários e gestores de comunicação corporativa de empresas que atuam no Paraná. Entre os destaques do relatório estão a retomada dos investimentos na área de comunicação, em especial nos meios digitais, além do foco estratégico em ações de responsabilidade social.
Outros dados surpreendentes apresentados pela agência são a intenção de manter ou aumentar o número de lançamentos de novos produtos e serviços no segundo semestre-- mais da metade dos empresários (52%) projetaram isso--, além da retomada dos eventos presenciais ainda este ano. Dos entrevistados, 46% responderam que pretendem retomar os eventos presenciais assim que autoridades autorizarem; 25% afirmaram que estudam eventos a partir de setembro e 12% a partir de outubro.
A pesquisa conduzida pela agência ainda mapeou o tamanho do golpe recebido pelas empresas no primeiro semestre. Do total de consultados, metade afirmou que o faturamento de suas empresas teve uma redução de 50% ou mais, entre março e abril. O resultado disso é que 76% dos executivos responderam que o impacto da Covid-19 nos orçamentos e ações de comunicação empresarial no primeiro semestre de 2020 foi alto ou muito alto.
Esse estrangulamento dos investimentos explica em parte o otimismo para os segundo semestre. A pesquisa apontou que a partir de julho, a expectativa de 76% dos empresários é manter ou ampliar a verba destinada para comunicação digital, sendo que 21% destes afirmam que o investimento será superior em 50% ou mais. Já quando se trata de mídia tradicional e offline, 45% dos entrevistados afirmaram que devem manter ou ampliar o orçamento no segundo semestre.
Para Lorena Nogaroli, uma das jornalistas fundadora da agência Central Press, o otimismo para o segundo semestre está de acordo com o represamento de investimentos, sentido nos primeiros meses deste ano. Ela também argumenta que o interesse pela mídia digital está muito ligado à presença do consumidor nas redes. “A tendência é estar onde o consumidor está. Com pessoas em isolamento, o consumo digital aumentou consideravelmente. É um meio acessível e por isso muitas empresas estão depositando suas fichas no online.  As empresas que já tinham uma verba de comunicação direcionada para o ano inteiro, terão que concentrar esse orçamento para o segundo semestre, quando as coisas começarem a normalizar”, explica.
Outro aspecto da pesquisa revelou os tipos de conteúdo mais
veiculados pelas empresas no primeiro semestre e que podem voltar a se repetir
nos próximos seis meses. Entre os tópicos mais populares estão a descrição de
atributos de produtos e serviços, dicas da saúde e a promoção de ações sociais
relacionadas à pandemia.
Aliás, as benfeitorias das marcas envolvendo doações, prestações de serviços gratuitos e voluntariado são uma das grandes apostas dos empresários para a comunicação corporativa para o restante do ano. Sete em cada dez executivos responderam que até o fim de 2020 devem manter seus projetos de responsabilidade social, ampliá-los ou adotar novos. Esta é a mesma proporção de empresários que pretende investir mais dinheiro neste tipo de ação, nos próximos meses. Entre janeiro e maio, 38% dos empresários responderam que investiram até R$ 50 mil em projetos de ação social.
“Com a pandemia, os consumidores cobraram das marcas a responsabilidade social. Quem se preocupou só com o lucro, perdeu muitos clientes nesse período”, explica Nogaroli. “Acredito que as empresas que se viram obrigadas a iniciarem projetos sociais vão sentir o benefício dessas ações em termos de branding awareness [consciência de marca] e vão optar por dar continuidade neste processo, após a pandemia”, explica a profissional.
E esse cuidado em tornar as empresas, ágeis, criativas, mas sobretudo humanas é a missão da comunicação corporativa no cenário pós-pandemia. É esta a conclusão do relatório, que será apresentado a Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB-PR) ainda na noite desta segunda-feira. “Estamos enfrentando a pandemia, mas ela não acabará quando sairmos do isolamento ou quando a vacina for descoberta. Nesse cenário, a comunicação continuará sendo uma ferramenta muito importante para as companhias sobreviverem, mostrando suas ações e estratégias para um público cada vez mais crítico e participativo no dia a dia das marcas”, conclui o documento.

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