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Aporte

Menos de 10% das startups brasileiras recebem investimentos da indústria

Patrícia Basilio, especial para a Gazeta do Povo
12/12/2019 14:56
Com a indústria 4.0 ficou claro que tanto as fábricas quanto as startups têm a ganhar em um relacionamento comercial. Enquanto as novatas têm tecnologia agregada e metodologias ágeis de trabalho, as gigantes têm escala e um grande mercado consumidor. A prática, contudo, ainda não é bem assim. Estudo “Mapa Startup + Indústria” realizado pela aceleradora Spin e pela consultoria de inovação A2C revela que apenas 8% das startups brasileiras recebem investimento da indústria.
Realizado com 295 startups e 55 indústrias do país, o mapeamento mostra que 66% das jovens empresas são financiadas com recursos próprios do empreendedor, enquanto 13% recebem aporte de investidor-anjo. A maioria das startups (94%) também apontou o Brasil como origem dos recursos financeiros. “A indústria não tem costume de investir em inovação de forma horizontal e firmar parcerias com startups. Esse tradicionalismo é muito ruim porque o setor não se reinventa e as jovens empresas não recebem investimento”, avaliou Beny Fard, CEO da Spin.
Com falta de investimento e orientação, apenas 11% das startups avaliadas estão em fase de operação. Ou seja, deixaram a fase de protótipos e já oferecem seus serviços e produtos. “Muitas startups não avançam porque patinam ou porque não têm dinheiro. Para piorar, a indústria costuma não confiar em fornecedores com pouco tempo de mercado”, alertou Fard.

Mudança gradativa

O baixo investimento da indústria em jovens empresas inovadoras, contudo, está diminuindo de forma gradativa, ponderou o CEO da Spin.  A ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), por exemplo, é uma das instituições que promete conectar esses elos. Na primeira edição do  programa Conexão Nacional Startup Indústria, criado em 2017, dez jovens empresas e dez fábricas foram conectadas — gerando R$ 1 milhão em negócios.
“Outras 17 startups conseguiram vender suas soluções para as indústrias a partir de relacionamentos estabelecidos durante o programa. Como tivemos excelentes resultados com o projeto, resolvemos ampliá-lo este ano”, destacou Igor Calvet, presidente da ABDI.
Principal entidade da indústria brasileira, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirmou que o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) conta com o "Edital de Inovação" para financiar o desenvolvimento de soluções inovadoras para a indústria brasileira. “O edital já teve 1 mil projetos apoiados, mais de 800 empresas atendidas e mais de R$ 500 milhões investidos em projetos inovadores.”

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