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O termo cidade inteligente se deriva do termo em inglês “Smart City”.

Opinião

Opinião: o que são cidades inteligentes e como elas afetam o cidadão comum?

Eduardo Filipe Marques*
05/02/2020 21:46
Quando alguém escuta pela primeira vez o termo “cidade
inteligente”, existem algumas reações frequentes como “Então a minha cidade é
burra?”, ou “Cidade inteligente é a cidade dos Jetsons?”, ou então “Ah, isso é
só para ricos”.
Esse é o problema dos rótulos — e nada mais natural na cabeça das pessoas do que criar um rótulo para uma palavra ou alguma situação a priori desconhecida. O termo cidade inteligente deriva do termo em inglês “smart city”. A tradução para “inteligente” não reflete exatamente o que a palavra “smart” tem por trás. Em suma, uma smart city é uma cidade que utiliza tecnologia e planejamento para melhorar a vida dos cidadãos e fazer melhor uso dos recursos disponíveis de forma humana e sustentável.
O percentual da população que vive em grandes cidades é muito grande, porém, segundo a ONU, esse percentual pode chegar a 70% em 2050, o que coloca uma imensa pressão na demanda por recursos, infraestrutura, habitação, entre outros. Sem planejamento e entendimento real dos problemas, as cidades se tornam um grande caldeirão de problemas sociais e ambientais, fazendo com que grande parte da população viva em más condições.
As pessoas vivem e trabalham nas cidades, e não nos estados e muito menos em países. A necessidade por se utilizar mais tecnologia e planejamento é para que os gestores possam proporcionar melhor qualidade nos serviços públicos, como por exemplo reduzindo filas nos postos de saúde, melhorando o acesso à educação, melhorando o acesso à água e energia elétrica de forma inclusiva, melhorando a segurança pública. Do lado privado, uma cidade inteligente atrai mais empresas, mais universidades, e, por consequência, proporciona maior oportunidades de capacitação e emprego para a população em todos os níveis.

Quais são as cidades inteligentes no mundo?

Não se pode dizer que uma cidade é ou não é inteligente.
Cidades em todo mundo podem ter bons indicadores de mobilidade urbana, por exemplo,
mas ruins no quesito de poluição do ar. Outras cidades podem se destacar no
empreendedorismo e inclusão social, enquanto outras podem ter muitos desafios
em segurança e governança pública. Atualmente, já existem normas internacionais
que buscam padronizar o conceito em todo o mundo, como as ISO 37.120, 37.121 e
37.122.

Por que trazer um grande evento sobre isso para o Brasil?

Como o tema é muito recente, apesar de já ser discutido de
outras maneiras há décadas atrás, é muito importante colocar o assunto em pauta
e criar discussões entre os principais atores que moldam uma cidade, como
gestores públicos, empresas privadas, academia e sociedade civil organizada.
Com o avanço da tecnologia — como a internet das coisas, por exemplo — é possível criar novos modelos de gestão que otimizam recursos com o objetivo de melhorar a forma como as pessoas vivem nas cidades — seja na infraestrutura urbana, na mobilidade, na segurança, na saúde, na educação, na geração de novos empregos para fomentar uma nova sociedade, uma sociedade mais inteligente.
Um evento como o Smart City Expo Curitiba — edição brasileira do maior congresso de cidades inteligentes do mundo, que terá sua terceira edição nos dias 26 e 27 de março de 2020 — proporciona um ambiente de conexão de negócios, geração de conhecimento e networking. Existem diversos impactos econômicos para a cidade, movimentando a economia local de negócios e de turismo, bem como atraindo empresas para a cidade, com a posterior geração de novos empregos.
Além disso, o impacto de grandes eventos com o tema de
desenvolvimento das cidades afeta diretamente a população. Um evento deste tipo
pode trazer inúmeros benefícios que vão contribuir para a melhora da qualidade
de vida dos habitantes daquela região.
As principais (mas não únicas) consequências que podemos notar no aspecto social são a melhoria na segurança para a população local, bem como para turistas, com mais eficácia no policiamento; renovação urbana, com a construção de novas estruturas, parques, edifícios, praças, centros de esportes, parques urbanos; melhoria e renovação dos meios de transporte, com a criação de novas vias, renovação das frotas de ônibus; entre outras intervenções de mobilidade.
Todos eles são de extrema importância para a cidade, pois
deixam um legado que a população consegue aproveitar — consequentemente,
melhorando sua qualidade de vida.
Nesse sentido, é primordial que as autoridades e
organizadores locais não deixem de ouvir os residentes da localidade onde as
infraestruturas serão montadas, pois elas certamente influenciarão muito a
rotina desses cidadãos.
O Smart City Expo Curitiba abrange todas as classes sociais, além de proporcionar acesso gratuito à feira de exposição, que inclui conteúdo gratuito sobre cidades inteligentes e a cidade de Curitiba na Smart Plaza do Vale do Pinhão, com a tutela da agência de inovação da Prefeitura de Curitiba.

Principais temas do evento

Entre as temáticas do evento estão negócios inovadores, novos empregos, capacitação da sociedade para uma nova economia, desenvolvimento de startups, atração de novos talentos, sociedade inteligente e cultura, empoderamento e maior participação do cidadão, novos modelos de educação e inclusão social, tecnologias para melhorar a qualidade de vida como sensores de poluição, sistemas de segurança, aplicativos para o cidadão, melhoria dos serviços públicos, renovação do espaço urbano, revitalização e melhoria dos espaços públicos, despoluição dos rios e do ar, novos modelos de mobilidade urbana, habitação social novas políticas públicas em prol do cidadão e desburocratização de processos públicos.
*Eduardo Filipe é engenheiro produção civil pela UTFPR, especializado em engenharia de negócios. Atualmente é sócio-diretor iCities Partner, coordenando Finanças e Estratégia. O iCities é o representante oficial da Fira Barcelona no Brasil e é o co-organizador da Smart City Expo Curitiba, o evento mais importante em todo o país. É conselheiro de Cidades Inteligentes no CRIA - Campus Rebouças de Inovação e Aceleração, centro de inovação e living lab com foco em Smart Cities, Construtechs e Green Techs.
Possui experiência no desenvolvimento de startups (BizDev), mercado imobiliário, construções sustentáveis, energia solar fotovoltaica, estudos de viabilidade, planos de negócios, fusões e aquisições, desenvolvimento de parcerias e novos negócios. Também é apaixonado por música e desenvolvimento humano.

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