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Projeto conceitual de aviões adaptados da AvioInteriors prevê separações entre passageiros e assentos de lados opostos para evitar a contaminação dos tripulantes.

Consequências do coronavírus

Estudo traça 31 oportunidades de negócio da economia ‘de baixo contato’ criada por coronavírus

Patrícia Basilio, especial para o GazzConecta
10/06/2020 20:32
A pandemia do novo coronavírus estabeleceu um novo padrão de consumo e criou novas oportunidades de negócio dentro do que o mercado chama de “‘economia do baixo contato”. Essa nova fase é caracterizada por interações com menos proximidade, medidas mais restritas de saúde e segurança, novos comportamentos humanos e mudanças na indústria.
O relatório “Economia do Baixo Contato”, divulgado pela consultoria global Board of Innovation, revela o que os empreendedores podem fazer para recuperar seus negócios e aponta 31 oportunidades nas quais poderão investir no pós-pandemia.
Segundo o estudo, entre os setores que devem ter mais impacto na nova economia estão bem-estar em casa, diagnóstico privado remoto, rastreamento de saúde, aluguel de equipamentos domésticos e comércio eletrônico otimizado.
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“Muitas pessoas estão trabalhando de casa, o que será um desafio para as empresas mas, ao mesmo tempo, pode criar oportunidades simples para o mercado resolver”, exemplifica Nick de Mey, fundador do Board of Innovation, citando plataformas de comunicação e cibersegurança como áreas que estão crescendo com o trabalho e a educação a distância.
No relatório, alguns projetos em desenvolvimento são citados nos setores de turismo, mobilidade e entretenimento. Um exemplo é o projeto conceitual de aviões adaptados da AvioInteriors, que prevê separações entre passageiros e assentos de lados opostos para evitar a contaminação dos tripulantes.
Também foi citada a plataforma de comunicação Zoom, que no final de maio tinha valor de mercado de US$ 49 bilhões e já valia mais que as sete maiores companhias aéreas do mundo juntas (Southwest, Delta, United, American Airlines, IAG, Lufthansa e Air France-KLM).
“Admiro a criatividade das pessoas que criam inovações, como aviões adaptados para a Covid-19, mas precisamos de criações de curto prazo, como sanitizantes para proteger a população. As empresas precisam se posicionar para reencontrar o mercado. Muitas delas vão descobrir que inovações complexas demandarão muito tempo”, ponderou o especialista belga, em entrevista pelo próprio Zoom.
Na avaliação do Board of Innovation, o Brasil, assim como os EUA e alguns países da Europa, devem usar a Ásia e Oriente Médio como exemplo em recuperação econômica, uma vez que “estão dois meses na frente”, já que foram os primeiros a vivenciar a pandemia.
“Os empreendedores não estão mais confiando no governo, as empresas estão trabalhando juntas para compartilhar clientes. As aéreas do Oriente Médio, por exemplo, se uniram com um certificado de segurança para garantir que os passageiros vão voar seguros. Os governos podem ser lentos em ajudar, e os empreendedores são rápidos e solidários em criar novas soluções e fazer negócios”, ressalta.

Pequenas empresas são mais flexíveis

Neste cenário que favorece a inovação, as pequenas empresas saem disparadas na frente. Segundo o relatório da Board of Innovation, 41,5% das pequenas empresas, incluindo startups, investiram em novos produtos e serviços, enquanto apenas 21,1% das grandes companhias realizaram o mesmo movimento.
Segundo Bruno Loreto, cofundador da Terracotta Ventures, que levanta fundos de venture capital para construtechs da América Latina, o mercado brasileiro vive sob incertezas econômicas, sociais e políticas, o que dificulta que grandes empresas, como construtoras, invistam em tecnologia e inovação e flexibilizem seus projetos de forma rápida. No setor de construção civil, explica ele, os imóveis comerciais são os mais impactados, uma vez que o mercado como um todo será reconfigurado pela “economia do baixo contato”.
“As empresas vão precisar de menos escritórios e os espaços serão reconfigurados. O Reino Unido passou por esse momento. Talvez seja necessário eliminar o check in, que exigia entrega de documentos na entrada, para adotar o acesso por smartphone. Também serão fortalecidos os espaços de trabalho com salas privativas”, explica. 
E para uma mudança verdadeira, que deve levar pelo menos dois anos, as empresas não podem ficar “dentro do casulo”, aconselha Bruna Lima, especialista em inovação.
“Na França, lojas de sapatos não permitem que as pessoas provem o mesmo sapato no mesmo dia. Imagine isso no e-commerce? Ser inovador agora exige que você pergunte para o seu cliente a necessidade atual dele. Quem consegue mudar mais rápido, se adapta mais rápido. E só se adapta rápido, quem escuta o cliente”, conclui a fundadora da Inovaria.
Confira as 31 oportunidades citadas pelo estudo (lista traduzida abaixo).

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