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O estado é um dos destaques da pesquisa da Acate, Tech Report 2020.

Na contramão da tendência brasileira

PR é líder de produtividade em TI no Brasil e cresce 21% no faturamento em um ano

GazzConecta, com colaboração de Millena Prado
20/08/2020 18:44
O objetivo do Paraná é se tornar o melhor ecossistema de tecnologia da informação (TI) da América Latina até 2025, e está no caminho certo. É o que apontou a pesquisa Tech Report 2020, realizada pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), em parceria com a  Neoway, especializada em softwares e big data. A pesquisa relaciona faturamento, receita e produtividade em TI comparando o cenário de 2018 e 2019 em dez estados brasileiros. O Paraná é líder em produtividade no país, com crescimento de 1,1%, enquanto os demais estados registraram queda de até 48% no indicador, como é o caso do Rio de Janeiro.
Empresas mais produtivas faturam mais. Em 2019 as receitas de empresas de tecnologia do Paraná somaram R$ 21,2 bilhões, conquistando o segundo lugar no ranking nacional. O primeiro colocado foi São Paulo (R$ 115 bilhões) que, mesmo no topo, registrou retração de 17% no faturamento em relação a 2018. O Paraná atingiu um aumento de 21,8% comparado ao mesmo ano.
A produtividade citada no estudo significa o faturamento bruto médio das empresas dividido pelo número de colaboradores da organização. Além do panorama do estado, Curitiba é a cidade destaque neste quesito, com aumento de 25,5% na produtividade entre 2018 e 2019. O Paraná se mostra como o quarto estado do Brasil em número de empresas de tecnologia, totalizando 19,6 mil. No topo do ranking está São Paulo (122,7 mil), seguido do Rio de Janeiro (30,3 mil) e Minas Gerais (26,3 mil).
Posicionar bem o Paraná no setor de tecnologia é um trabalho realizado há pelo menos 12 anos, segundo Vinicius Galindo de Mello, coordenador estadual da área de tecnologia da informação do Sebrae/PR. Para o coordenador, o aumento na produtividade é relacionado principalmente ao investimento em certificação que atribui qualidade e referência às empresas de tecnologia do estado.
“O crescimento vem da qualidade do software e do investimento das empresas em certificações nacionais e internacionais", destaca. Entre os selos que dão força para os produtos estão o Melhoria do Processo de Software Brasileiro (MPS-BR), que confere o nível de maturidade dos processos da empresa, assim como a certificação internacional Capability Maturity Model Integration (CMMI) [em tradução livre, Modelo Integrado de Maturidade em Capacitação].
Adriano Krzyuy, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação no Paraná (Assespro Paraná), também ressalta o trabalho em conjunto como responsável pelo crescimento. “O Paraná é um dos estados no ciclo de desenvolvimento de software com um dos melhores indicadores de certificação. As empresas investiram muito em qualidade do serviço e dos profissionais nos últimos dez anos”, pontua o presidente.
Para os especialistas, o crescimento no faturamento é fruto deste investimento, que posicionou bem o Paraná oferecendo tecnologia para empresas brasileiras e internacionais. É o caso do unicórnio EBANX e da curitibana Pipefy — única startup brasileira destacada no ranking de um dos principais sites de avaliação de software do mundo, o G2 Research Hub.

Paraná como referência em tecnologia até 2025 

Segundo Vinicius de Mello, o objetivo do Estado é se tornar referência em tecnologia da informação para a América Latina. “Temos um documento de planejamento estratégico de ações que precisavam ser desenvolvidas, com acordos que envolvem milhares de empresas, o governo do Paraná e outras entidades. Nosso objetivo é ser o melhor ecossistema de TI da América Latina até 2025”, enfatiza o coordenador.
Mesmo com o crescimento, um dos maiores desafios é a captura, incentivo e manutenção de profissionais de tecnologia. Na visão das entidades, o profissional capacitado busca a valorização em outros países e fixar essa mão de obra em território nacional deve ser um dos objetivos das empresas.
A pandemia como um fator que proporcionou a aceleração da digitalização em todo o mundo, também pode fazer o mercado de tecnologia ser ainda mais ampliado. “Pretendemos colocar a TI como vetor de desenvolvimento de estado para os demais segmentos da economia, que estão crescendo junto. Nós atendemos com ferramentas o varejo, a indústria, a saúde a todas as demais áreas, estamos conseguindo consolidar também outros setores”, ressalta Adriano. 

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