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Comunicação

A diferença entre uma marca e apenas mais uma empresa

*Ruy Lima Junior, para a Comunidade Sebrae Construtech
07/08/2020 11:00
Qual foi a maior virada e a mais importante solução da história?Conexão 5G, Internet das coisas, Big Data? Não! BIM, realidade virtual, comunicação wireless? Também não! O fogo. Isso mesmo, o fogo é de longe o maior feito do ser humano. A resposta é relativamente óbvia, mas pelo motivo errado.Deixe-me explicar.
Basta levar em consideração que foi a primeira forma de energia com que tivemos contato. A partir do dele foi possível cozinhar, o que por sua vez desencadeou mais nutrientes para dar suporte ao desenvolvimento do nosso cérebro. Além disso, o fogo provia o calor para aquecimento e ainda afastava possíveis predadores.
Mas porque ainda faz sentido pensar nisso?
Porque não importa se você quer apresentar um projeto novo, se quer vender algo para alguém, se você espera conseguir aquele financiamento do banco ou um investidor para a sua empresa... A única coisa que importa é que você ou alguém que te representa vai precisar ir diretamente à fonte e contar uma história. Se essa história for bem contada ou bem recebida, o objetivo, à princípio, será cumprido, caso contrário, o objetivo não será cumprido.
O setor de construção civil brasileira é considerado cerca de 100 anos atrasado em relação aos países desenvolvidos, aspectos culturais e sociais fazem parte da questão. Ainda assim, as vendas no mercado imobiliário não foram tão afetadas como se esperava em tempos de pandemia.
Uma das explicações é que os imóveis e fundos imobiliários voltaram a ser cotados como boas opções de investimento, pela questão do baixo risco e considerável retorno financeiro.
De qualquer forma, o estudo Construção do Amanhã conduzido pela Deloitte em parceria com a Terracotta Ventures indica que o setor imobiliário no Brasil hoje está realizando lançamentos e as unidades estão sendo vendidas. Algumas dessas vendas foram feitas inteiramente online.
Estamos vendo com nossos próprios olhos um dos segmentos mais tradicionais se adaptando com o uso de tecnologia para atingir o cliente, e promover experiências únicas.
Mas se engana quem acredita que a tecnologia vende por si só. A verdade é que recursos como aplicativos, softwares e inteligência artificial são apenas ferramentas. Mas a mensagem que está por trás, a história que está sendo contada através dessas ferramentas é o que vale. A história é o que emociona, é o que conecta.
Quando existe uma comunicação existe uma história, e facilmente retornamos à nossa história ao lembrar que o fogo de fato foi primordial para a evolução da humanidade, mas a verdadeira explicação do porque o fogo se consagrou essa virada na chave é: ele foi o estopim da socialização.
Depois que se obteve o controle do fogo, faziam-se fogueiras e as pessoas sentavam ao redor delas. O ambiente era inusitado, pois até então a comunicação entre as pessoas tinha um objetivo claro, a sobrevivência. Foi ali que aconteceu, quando um conjunto de indivíduos teve a oportunidade de interagir em um abrigo onde não se fazia necessária a preocupação com comida ou com segurança.
A contação de histórias, talvez a mais antiga das interações humanas, cuja finalidade é absorver os valores praticados no convívio social, além de compartilhar o conhecimento com outros povos e gerações posteriores. Entre os povos ancestrais, as histórias promoviam momentos de união, confraternização e trocas de experiências.
De lá para cá mudamos muito. Mas uma coisa ainda é constante, a contação de histórias ainda é a melhor ferramenta para comunicar, persuadir e emocionar. Sendo assim, é também a melhor ferramenta para criar o senso de identificação entre o consumidor e a marca.
O storytelling capta a atenção das pessoas porque apresenta uma história na qual elas realmente se interessam. Isso se deve aos assuntos abordados, ao perfil do público, e a dinâmica da narrativa. O objetivo dessa história é criar um vínculo emocional com o consumidor. Afinal, a emoção é um fator decisivo no processo de compra, ainda mais no cenário digital.
Então, para justificar o título, qual é a diferença entre apenas mais uma empresa que presta serviços ou vende produtos e uma marca de verdade? Não é dinheiro, não é tecnologia e também não é uma logotipo bonita.
O que faz diferença de verdade é uma boa história. Um bom contador de histórias também é bem-vindo, mas a história em si (a narrativa em si) é o mais importante e se você não tiver uma, não perca mais tempo.
O mercado evoluiu porque as pessoas evoluíram, o mundo que vivemos hoje é volátil, incerto, complexo e ambíguo. Se antes tempo era dinheiro, imagine agora.
*Ruy Lima Junior é engenheiro civil formado pela UFPR e confundador do The Bear Office.
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