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Maratona Smart City Expo Curitiba 2020

Ciência de dados e tecnologia são essenciais para tornar cidades mais inteligentes

Mariana Ceccon, especial para Gazeta do Povo, e Aléxia Saraiva
26/03/2020 23:17
Os dias 26 e 27 de março de 2020 estavam programados para receber a versão brasileira do maior evento de cidades inteligentes do mundo. Devido à pandemia do novo coronavírus, o Smart City Expo Curitiba 2020 foi adiado para os dias 18 e 19 junho. Mas isso não impediu que o iCities, a empresa organizadora do evento, não discutisse temáticas ligadas a essa área.  Através de dez lives distribuídas entre a quinta (26) e a sexta-feira (27), os três sócios-diretores da empresa realizam uma maratona de debates com especialistas via Instagram.
O primeiro dia foi voltado aos temas de educação, tecnologias e startups, buscando entender, no cenário atual, qual o papel de cada uma dessas intersecções para construir cidades melhores atualmente. Confira abaixo um resumo de cada bate-papo. Todas as lives estão disponível no GazzConecta.

Conexão emocional

Na primeira live do dia, o sócio-diretor do iCities Eduardo Mazzarolo entrevistou o diretor de inovação do Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul (SP) Marcos Batista. O tema foi educação e sociedade digital e como esses conceitos podem ser aplicados na direção de cidades mais criativas.
Os especialistas em inovação debateram como os gestores públicos brasileiros podem engajar cidadãos tanto para serem protagonistas, como também usuários dos propósitos de suas regiões.
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Fugindo do conceito de que inovação está estritamente ligada
à tecnologia, Marcos Batista defendeu uma nova concepção da palavra atrelada a
realidade brasileira. "Nossas cidades serão conhecidas por seus tamanhos,
pelos problemas que resolvem, transformações que promovem e esperanças que
recuperam. Inovação é criar um propósito bem definido e uma conexão
emocional", explicou Batista.
Entre os tópicos do debate estão formas de inovar dentro do
setor público, como comunicar-se com os cidadãos de forma efetiva e engajá-los
em projetos colaborativos. Outro ponto de discussão, envolvendo inclusive casos
de cidades turísticas foi a criação de uma identidade e uma missão para os
municípios utilizando processos como o branding.

Acesso a dados

Na sequência, Mazarollo conversou com o embaixador da plataforma de transformação global OpenExO Francisco Milagres sobre como o acesso de dados, tanto gerados pelo poder público quanto por plataformas de tecnologia, pode fomentar o desenvolvimento de cidades mais criativas e inteligentes.
Os dois profissionais também falaram sobre como a tecnologia
pode ajudar em momentos de crise, como o da pandemia vivida atualmente, além de
blockchain, lideranças eficientes e futuro da cadeia de produção alimentar.
"É preciso entendermos que quando falamos em sensores, internet das coisas, drones, isso também é aplicável ao campo, de forma a aumentar a produtividade de nossa cadeia alimentar. Hoje também muito se fala em fazendas verticais, que aproximam o produtor das cidades e reduzem os impactos logísticos desse negócio", comentou Milagres.

Exemplos de cidades inteligentes

À tarde, o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio Fabro Steibel compartilhou, em uma conversa com o sócio-diretor do iCities Beto Marcelino, o que se tem feito de novo em mobilidade urbana, segurança, educação, medicina e até gerenciamento de crises e engajamento de novas gerações.
"Eu entendo que hoje, quando falamos em inovação, estamos falando muito mais em usar a tecnologia para conectar humanos que podem resolver problemas em conjunto do que necessariamente um estilo de tecnologia autônoma que crie essas soluções por si mesma", explicou o especialista.
Para Steibel, além da tecnologia aplicada à diversas áreas,
a inovação também passará por cativar os jovens para uma nova perspectiva.
"Estamos assistindo uma maior participação de crianças, por exemplo,
enxergando os problemas das cidades e pensando em soluções. Esse tipo de
aprendizado, de desenvolvimento de soluções coletivas, é muito mais
interessante para eles do que somar dois mais dois", pontua.

Ciência de dados

Criação de soluções inteligentes com aplicação racional de recursos. Essa é uma meta comum a qualquer gestor, ainda mais quando se trata de administração pública. E uma ferramenta indispensável para atingir essa meta é a ciência de dados. É o que defende Kleber Canuto, coordenador de Ciência de Dados e Desenvolvimento de Novos Negócios Digitais no Senai-PR.
O pesquisador explicou que o acesso livre e fácil a dados
governamentais será cada vez mais considerado uma questão estratégica.
"Novos negócios surgem a partir da análise de dados e fomentar o
empreendedorismo é crucial para qualquer governo. É através da análise de dados
que também são feitos investimentos em infraestrutura de forma mais
eficiente", pontuou.
O profissional também falou sobre a aplicação da ciência de dados em gestão de crises de saúde, climáticas e até ambientais, além do bombardeamento de informações e dados sem análise profissional, a qual estamos sendo submetidos diariamente na internet.

O papel das startups

Fechando o dia, o gerente regional do Distrito Spark CWB Luiz Gustavo Comeli falou sobre o papel das startups no desenvolvimento ágil das cidades. Dando exemplos de como esse tipo de empresa pode mudar cenários de crises, como a atual pandemia de Covid-19, o especialista mostrou como o poder público pode criar dispositivos para aproximar startups do processo de criação de soluções para problemas urbanos.
"A capacidade que o sistema de startups tem para dar respostas rápidas para as dores da sociedade é muto alta. Essa experiência que estamos vivendo agora e o exemplo dado por startups que estão criando testes para identificar o vírus e trabalhando em impressão de máscaras, por exemplo, nos mostra que é possível a transformação da jornada da economia", comentou Comeli.
Durante a conversa, o especialista também fez um exercício de como áreas das cidades podem ser usadas como experiência de integração e inovação. "A Rua XV, em Curitiba, poderia ser transformada em uma rua inovadora, embarcando tecnologia em tudo, desde prevenir o entupimento de bueiros até a conectividade das loja com a rua e com órgãos da prefeitura, como defesa civil e guarda municipal. E esses desafio de inovação deve contemplar a participação de startups que são capazes de trazer dinamismo na busca por essas soluções", comentou.
Confira abaixo todas as lives da maratona!

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