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Maratona de lives Smart City Expo Curitiba

Relações de comércio internacional aumentaram cooperação entre países durante pandemia

Aléxia Saraiva, com colaboração de Millena Prado
25/06/2020 23:49
Escritórios fechados, mas lives e
videoconferências a todo vapor. Essa é a realidade de diversas câmaras de
comércio mundiais que intensificaram seus trabalhos para atender às demandas de
governos e empresas durante a pandemia – aumentando, também, a colaboração
entre elas.
Foi essa a mensagem que a 4ª
Maratona de Lives promovida pelo Smart City Expo Curitiba, realizada nesta
quinta-feira (25), transmitiu durante quatro conversas com representantes de
Israel, Estados Unidos, Reino Unido e países árabes. A temática que uniu os
debates foi o ‘novo normal’ das câmaras de comércio. Confira abaixo um resumo
das discussões.

Promover conexões online é o ‘novo normal’ para relações entre empresas

Promover conexões que possam
alavancar negócios entre empresas brasileiras e norte-americanas é o objetivo
da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio) desde sua criação, em 1919. Mas,
em plena pandemia do novo coronavírus, como superar o desafio do isolamento
social e continuar com essa atuação e auxiliar os negócios a permanecerem em
pé?
Gustavo Silvino, gerente regional
da Amcham Brasil, comentou que a balança comercial entre EUA e Brasil
movimentou, no último ano, US$ 106 bilhões, e a meta para 2025 é superar os US$
200 bilhões. Só o primeiro trimestre de 2020 teve aumento de 6% em
investimentos norte-americanos no Brasil com relação ao mesmo período do ano
passado. Para ele, esse é um bom momento comercial entre os dois países, o que
deve ser aproveitado.
“A Covid-19 é comum ao mundo inteiro – alguns países entram na crise antes e saem antes, outros depois. Enquanto isso, a gente precisa fazer a lição de casa enquanto Brasil e promover conversas estruturantes junto ao governo, como reformas tributária e administrativa”, pontua.
Já no relacionamento entre
empresas brasileiras, a lógica da Amcham não é pensar com as empresas como a
retomada deve ser feita, mas sim o convívio com a nova situação de presença do
vírus. “Vamos viver isso por mais alguns meses, quiçá até termos vacina. Por
isso, não pensamos na retomada como um interruptor que liga para o modo normal
- esse normal não existe mais. Então oferecemos um racional de convívio, de
como perpetuar a saúde da empresa na situação sanitária atual”, relata.

Relação comercial entre Brasil e países árabes

Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, enfatiza a importância da instituição para estabelecer boas relações econômicas e culturais. “Hoje a Câmara trabalha cada dia mais para consolidar as relações economias entre o Brasil e o mundo árabe. Nossas relações cresceram dez vezes na ultimas décadas, graças ao trabalho do Brasil mas também da Câmara, de mostrar ao empresário árabe como fechar negócios com empresários brasileiros”.
Segundo o secretário, algumas
relações comerciais já estão fortes e estabelecidas. Os países árabes, por
exemplo, estão no topo do ranking de importação de proteína animal brasileira.
Algumas das grandes empresas do Brasil como a multinacional do ramo alimentício
BRF, a mineradora Vale do Rio Doce e a fabricante de carrocerias Marcopolo, já
têm indústrias estabelecidas em países árabes.
A ideia é que os negócios se
concretizem ainda mais, para além das exportações de subsistência e da economia
baseada em derivados do petróleo. “A Câmara começa a ver nos últimos anos a
necessidade de levar a relação para outro patamar. Dentro do nosso planejamento
estratégico nós temos dois desafios fundamentais. O primeiro é como colocar as
informações corretas para criar parcerias a longo prazo, que geram
oportunidades de investimentos. Também promover parcerias de empresas
brasileiras que possam se concretizar nos países árabes, como espaços para hubs
logísticos", enfatiza.

A receita do sucesso do ecossistema de inovação israelense

Israel é um dos países com
ecossistemas mais fortalecidos do mundo: com aproximadamente nove milhões de
habitantes, ele conta com 250 startups ligadas a tecnologias para cidades
inteligentes, além de se tornar o berço de gigantes do mercado da mobilidade como
a Moovit, recém-adquirida pela Intel, e a Waze. A força do ecossistema do país
se dá por conta da união entre investimentos governamentais, empresas privadas
e universidades. Foi o que contou Ester Peceniski, diretora executiva da Câmara
Brasil-Israel do Paraná.
"Israel acredita que a inovação e tecnologia só vêm com
incentivo em pesquisa e desenvolvimento. O país tem ambientes inovadores que
trabalham em um triângulo entre empresas privadas, universidades e o
governo", explica.
Segundo Ester, o vínculo de mercado entre o Brasil e Israel
já existe, mas pode ser ampliado. No Paraná, a câmara tem recebido demandas de
empresários tanto paranaenses quanto israelenses para traçar estratégias para
criar uma ponte entre os países e importar tecnologias.
“Temos três demandas importantes. A primeira é o interesse do Brasil em testes rápidos de Covid-19. A segunda demanda é na área de telemedicina, em um projeto maior do que o atendimento a distância, com objetivo de mudar a saúde otimizando os atendimentos e possibilitando que pessoas longe dos grandes centros possam ser assistidas. Outra demanda do Paraná é o setor de agronegócio, irrigação por gotejamento e controle de pestes” conta.

Reino Unido investe em cidades inteligentes no Brasil

São Paulo (SP), Belo Horizonte
(MG) e Recife (PE) são as três cidades escolhidas pelo departamento de Smart
Cities do Departamento de Comércio Internacional (DIT) do Reino Unido para
implementar projetos de desenvolvimento sustentável, que totalizam um
investimento de 13 milhões de libras (R$ 87 milhões) por parte do Prosperity
Fund, iniciativa do governo britânico.
Enquanto as capitais paulista e
mineira desenvolvem projetos voltados à otimização da mobilidade urbana, Recife
trabalha na área de integração de dados públicos e redução da perda de água
tratada. Os projetos foram iniciados em 2018 e têm previsão de serem
implantados até 2022.
“Os projetos tentam promover uma agenda de desenvolvimento urbano mais sustentável ajudando cidades a incorporar soluções inteligentes na gestão pública”, contou João Rampini, head de Smart Cities no DIT.
Rampini explicou que o Properity
Fund tem como objetivo a redução da pobreza e do crescimento econômico
inclusivo através de um sistema de cooperação. Para promover essa agenda, o
Reino Unido firma parcerias com países de em desenvolvimento, mas com grandes
índices de pobreza, como o Brasil.
“A ideia é apoiar esses países
com programas de energia, educação, saúde, cidades inteligentes. Tudo isso numa
lógica de prosperidade compartilhada, na qual o crescimento desses países
também beneficia o sistema internacional”, pontua.

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