Startup transforma máscaras de mergulho em respiradores para pacientes com Covid-19

Drones, telemedicina, chatbots e respiradores. Em meio à pandemia de Covid-19, muitos empreendedores e profissionais estão usando seu conhecimento e tecnologias para ajudar a salvar vidas. É o caso do projeto Mergulhadores do Bem, que transforma máscaras de mergulho em respiradores para tratar pacientes com complicações pulmonares devido ao novo coronavírus.

Inspirados por um modelo desenvolvido na Itália, as máscaras de mergulho foram adaptadas e são conectadas a ventiladores portáteis. A tecnologia pode substituir os respiradores tradicionais e oferecer uma saída na falta de equipamentos em hospitais.

O projeto foi desenvolvido por engenheiros da startup gaúcha Owntec em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, de Campinas (São Paulo), e pela Universidade Federal de Santa Cruz do Sul (Unisc). A iniciativa já adaptou 50 máscaras de mergulho, sendo que 15 delas estão em fase de testes em hospitais de Campinas (SP) e de Santa Cruz do Sul (RS).

A máscara adaptada possui válvulas em aço inoxidável ligadas a um respirador, que permitem o controle de pressão e oxigênio dentro do dispositivo. O equipamento conta ainda com um filtro, produzido em impressoras 3D, para que o ar que sai da máscara não contamine o ambiente.

Assim que os testes forem finalizados, a Owntec já deve iniciar a produção dos equipamentos que serão doados para hospitais de acordo com a evolução dos casos, explica Luiz Barbieri, CEO da Owntec. "Nós fizemos isso como uma ação social, tudo está sendo doado. Nós fizemos o projeto a partir de recursos que estamos recebendo de colaboradores diretamente na conta da Unisc", afirma.

Luiz afirma também que a empresa é a primeira no país a desenvolver a tecnologia. “Nós somos o primeiro grupo do Brasil a iniciar o projeto baseado no insight italiano. Faz 25 dias que estamos em trabalhos, testes, levantamento e validações”, completa. “Estamos aguardando a chegada de mais 40 equipamentos, doados pela Decathlon Brasil, que serão disponibilizados a princípio em hospitais da região central do Rio Grande do Sul. A ideia é que, se não houver demanda para a utilização das máscaras aqui, elas sejam disponibilizadas para outras regiões.” disse o CEO.

O projeto está trabalhando ainda na produção de um ventilador motorizado para proteção de profissionais de saúde. A máscara será ligada a um ventilador movido a bateria fixo na cintura do profissional de saúde, de forma que ele possa circular com mais segurança para ambientes contaminados. A bateria do equipamento deve funcionar por até 20 horas sem necessidade de carregamento.