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Empresas que inovaram no transporte de passageiros.

Tradicional vs. digital

4 startups brasileiras que inovaram no transporte de passageiros

Millena Prado
Millena Prado
24/06/2021 19:30
Ir até a rodoviária e comprar uma passagem de ônibus já é um passado distante, principalmente em grandes cidades brasileiras. Mesmo com a popularidade, a digitalização do setor de transporte rodoviário está longe do ideal. Segundo levantamento da BlaBlaCar, o Brasil movimenta em média R$ 15 bilhões por ano em passagens, e destas, apenas 10% são vendidas online.
O dado é mais que uma confirmação para startups que há espaço para crescimento. Desde o embarque com reconhecimento facial, compra de passagens através de um marketplace ou financiamento coletivo do transporte no estilo "Uber", as startups brasileiras estão mesclando tecnologia e praticidade para otimizar as viagens intermunicipais. Conheça algumas das empresas que estão inovando o setor.

Buser

Fundada em 2017 pelos mineiros Marcelo Abritta e Marcelo Vasconcellos, a Buser desenvolveu um sistema de fretamento colaborativo, modalidade na qual os passageiros dividem a conta final da viagem. Isso permite a redução do preço final para cada passageiro em até 60%.
Prestes a completar quatro anos de operação, a empresa já conta com 4 milhões de clientes em sua plataforma e captou recentemente R$ 700 milhões, em um aporte liderado pelo fundo LGT Lightrock.
Desde sua fundação, a Buser enfrenta impasses jurídicos sobre sua atuação em território nacional, instituições como a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) declarou inclusive que o modelo de negócio é ilegal.
Superadas as principais questões regulatórias de sua operação por fretamento, agora a Buser passa a focar na ampliação de seu portfólio de serviços, entrando em quatro novos segmentos: marketplace em parceria com viações, transporte de cargas, financiamento de ônibus e transporte urbano.
Superadas as questões regulatórias a Buser ataca outros mercados, como transporte de cargas e urbano. Foto: Divulgação/Buser
Superadas as questões regulatórias a Buser ataca outros mercados, como transporte de cargas e urbano. Foto: Divulgação/Buser
Após agregar um marketplace à sua plataforma, em menos de seis meses o Buser Passagens atingiu a marca de 3 mil passageiros transportados por semana no Brasil, com 40 empresas parceiras.
A startup também começou, em maio deste ano, a operar em um novo segmento, o de transporte de cargas dentro dos ônibus. O Buser Encomendas é voltado para empresas, atendendo plataformas e integradoras logísticas, e-commerce, indústrias e pequenas transportadoras.

Embarca.ai 

A startup de tecnologia fundada em 2019, Arca Mobility, que oferece soluções para a mobilidade em plataformas digitais, desenvolveu o Embarca.ai, um marketplace de passagens de ônibus. A plataforma, lançada em julho de 2020, reúne 60 empresas para a venda de seus bilhetes.
Hoje a Embarca.ai cobre destinos em todo o Brasil e já recebeu R$ 18,2 milhões em investimentos, com a pretensão de expandir sua atuação na América Latina.
Trabalhando no modelo MaaS (Mobility as a Service ou Mobilidade como Serviço, na tradução livre), a Embarca.ai utiliza e fortalece as marcas de empresas de transporte já existentes, com mais conforto e praticidade para passageiros e acelerando a digitalização das empresas tradicionais.
 Felipe Gulin, fundador da Arca. Foto: Divulgação/Arca Mobility
Felipe Gulin, fundador da Arca. Foto: Divulgação/Arca Mobility
"Hoje, a Arca oferece soluções na venda de passagens online para 60 operadoras, mas planeja um crescimento exponencial ao longo dos próximos meses”, descreve Felipe Gulin, fundador da empresa.

Wemobi 

A plataforma de viagens de ônibus Wemobi, lançada em julho do ano passado, já comercializou mais de 150 mil viagens em 22 trechos no sul e sudeste do Brasil.
A startup tem conquistado os consumidores com sua proposta de passagens com preços mais acessíveis. Segundo a Wemobi, seu principal diferencial é a jornada digitalizada do cliente, desde a compra até o embarque, todos os processos são digitais.
Passageiros da Wemobi, por exemplo, validam sua identidade no embarque através de reconhecimento facial ou QR Code, sem a necessidade de bilhetes impressos.
A startup Wemobi é uma spin-off do Grupo JCA. Foto: Divulgação/Wemobi
A startup Wemobi é uma spin-off do Grupo JCA. Foto: Divulgação/Wemobi
A startup nasceu como uma spin-off do grupo JCA, que reúne as marcas Catarinense, Cometa, 1001, Expresso do Sul e Rápido Ribeirão. 41% dos atuais clientes conheceram a empresa por meio das redes sociais, principalmente via TikTok – foco das estratégias de marketing e onde está centralizado o público alvo da companhia.
Rodrigo Trevizan, Head da Wemobi, destaca que a startup segue em crescimento acelerado. "Em dezembro de 2020, chegamos pela primeira vez na região Sul com o trecho São Paulo-Curitiba e, após uma repercussão positiva dos clientes, resolvemos lançar os novos pontos. Em paralelo, também estamos expandindo em dois novos locais no Rio de Janeiro, além de complementar a frota com seis novos ônibus, totalizando 18 veículos”, explica.

ClickBus

A Click Bus foi um dos primeiros marketplaces de passagens de ônibus do país, fundado em 2013. No ano passado, a empresa atingiu o marco de 25 milhões de passagens de ônibus vendidas, somando suas operações no Brasil e México. Segundo a plataforma, um de seus maiores diferenciais é a comparação de preços e rotas em uma única plataforma.
Phillip Klien, CEO da ClickBus. Foto: Divulgação/ClickBus
Phillip Klien, CEO da ClickBus. Foto: Divulgação/ClickBus
Como pioneira no mercado nacional, a ClickBus reúne 4 mil trechos distribuídos entre 150 viações. Durante a pandemia, a ClickBus lançou a funcionalidade ClickBus X, modalidade teoricamente mais segura, com maior distanciamento entre bancos e passageiros.

Apps na corrida pelo mercado de transporte

Não só empresas tradicionais e startups entraram no mercado de venda de passagens. No ano passado, dois gigantes de tecnologia lançaram serviços semelhantes.
Em outubro de 2020, a Rappi lançou o serviço Rappi Travel, que reúne a venda passagens aéreas e rodoviárias, além de sistema de hospedagem. A iniciativa foi uma investida da Rappi para se posicionar como um super aplicativo.
No mesmo mês, foi a vez da BlaBlaCar abocanhar o mercado. Inicialmente especializada na oferta de caronas compartilhadas para viagens intermunicipais, a startup europeia lançou um marketplace de viagens de ônibus com 30 mil destinos cobertos.

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