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Emissão de carbono

Três apostas de Bill Gates para transformar o transporte do futuro

GazzConecta
26/08/2020 14:34
Em seu blog pessoal, o bilionário fundador da Microsoft, Bill Gates defendeu três formas de nos locomovernos no futuro capazes de reduzir drasticamente a emissão de carbono e outros gases do efeito estufa. Em um artigo (em inglês) publicado nesta segunda-feira (24), o bilionário argumentou que a pandemia do novo coronavírus mostrou o quão importante é inovar para evitar desastres globais, sendo as mudanças climáticas uma das maiores preocupações do empresário.
Apesar de pesquisas constatarem a redução de emissão de gases do efeito estufa durante o isolamento social, Gates defendeu que a permanência das pessoas em casa e a eliminação de meios de transporte não é economicamente sustentável, muito menos em países que dependem de complexas estruturas logísticas para escoar produção agrícolas e transportar um grande número de pessoas. Na visão de futuro dele inclusive, a circulação de bens e pessoas deveria ser estimulada nos próximos anos.
Seguindo esta lógica, Gates escreveu sobre como equilibrar esta balança “usando energias limpas para o mover o máximo de pessoas possível, e garantir combustíveis alternativos baratos para todo o resto”. A tríade estaria focada numa combinação de veículos elétricos, biocombustíveis de segunda geração e eletrocombustíveis.

Veículos elétricos

Entusiasta dos veículos elétricos, Gates afirmou que as boas notícias na área dão conta de uma redução de 85% no valor de automóveis elétricos nos últimos 10 anos, o aumento de competição e variedade que tornam esses meios de transporte mais acessíveis ao público e a inovação na área de baterias, tornando a autonomia maior e os preços mais baixos. O próprio empresário disse que investe nesta área, citando a QuantumScape, uma fabricante de tecnologias para baterias, como uma de suas apostas para o futuro.
No entanto, Gates acredita que estas são boas soluções apenas para transporte pessoal e veículos de médio porte, como ônibus e caminhões de lixo. “A eletrificação não é uma opção para a maioria dos tipos de transporte. O problema é que as baterias são grandes e pesadas. Quanto mais carga você precisa levar, mais baterias serão necessárias, o que deixaria o veículo ainda mais pesado. Mesmo que haja uma grande revolução nesta tecnologia, eletrificação não seria uma solução viável para navios de carga ou aviões. Veículos elétricos são bons para curtas distâncias e precisamos de soluções diferentes para aqueles que percorrem grandes distâncias”, escreve.

Biocombustíveis

Como solução para os transportes de carga, o empresário diz estar apostando em alternativas baratas como biocombustíveis, que são produzidos através de plantas e com baixo ou nenhum uso de fertilizantes. Gates cita combustíveis derivados dos talos e cascas do milho, bem como um produzido com sobras vegetais do processo de fabricação de papel. “Eles são bem diferentes da primeira geração e biocombustíveis que você já ouviu falar, como o etanol”, escreve Gates.
“Estou otimista sobre esses biocombustíveis, mas é muito cedo para pensar em substituir a gasolina e outros combustíveis fósseis por eles. A pesquisa sobre biocombustíveis avançados ainda é insuficiente e eles não estão prontos para serem implantados na escala necessária. Precisamos de muito mais inovação antes que se tornem uma opção realista e econômica para o transporte de longa distância”.

Eletrocombustíveis

Uma técnica que captura dióxido de carbono da atmosfera e utiliza a eletricidade para combinar esta molécula de carbono a uma de hidrogênio, proveniente da água, é capaz de gerar um tipo de combustível eficiente para os motores atuais. O eletrocombustível, como é chamado o resultado desta combinação, no entanto pode custar de três a sete vezes mais do que os combustíveis disponíveis atualmente. Ainda assim, para Gates este é um produto promissor e que deve ganhar esforço de inovação nos próximos anos.
“Mudar para veículos elétricos e combustíveis alternativos é
a maneira mais eficaz de nos movermos em direção a emissões zero no setor de
transporte. Estou inspirado pelo progresso que fizemos até agora, mas temos um
longo caminho pela frente (sem trocadilhos). Para evitar os piores efeitos das
mudanças climáticas, precisamos chegar a zero emissões líquidas de gases de
efeito estufa em todos os setores da economia em 50 anos. Descarbonizar a
maneira como nos movemos exigirá muitas e muitas inovações”, resume.
Para ler o texto original no blog Gates Notes, clique aqui.

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