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Bruno Quick, diretor-técnico; Carlos Melles, Presidente; e Eduardo Diogo, Diretor de Administração e Finanças, todos do Sebrae Nacional.

R$ 420 bilhões de renda por ano

Renda gerada pelos pequenos negócios no Brasil é de R$ 420 bilhões por ano

Brasília
05/07/2022 14:04
Os pequenos negócios brasileiros são um dos principais motores da economia nacional, gerando R$ 420 bilhões em renda por ano. Foi o que revelou o "Atlas dos Pequenos Negócios", levantamento inédito lançado pelo Sebrae, em comemoração aos 50 anos da instituição, nesta terça-feira (5), em Brasília.
O “Atlas dos Pequenos Negócios”, revela que, em 2022, o trabalho dos MEI vem gerando mensalmente, R$ 11 bilhões, considerando a renda dos que estão em atividade. Assim, em um ano os Microempreendedores Individuais sozinhos injetam R$ 140 bilhões na economia brasileira. Já os donos de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, geram, mensalmente, R$ 23 bilhões. No período de um ano, o total movimentado por esse perfil de empresa chega a R$ 280 bilhões.
Somando as classes de pequenas empresas, o setor contribui com cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruno) do Brasil.
Para Carlos Melles, presidente do Sebrae, os pequenos e médios negócios do Brasil devem, em dez anos, ser responsáveis por 40% do PIB.
O estudo inédito tem o objetivo de gerar conhecimento e reforçar as políticas públicas e oportunidades para as empresas do Brasil, conforme salientou Melles. "Com este Atlas nós reconhecemos o passado, analisamos o presente e construímos o futuro. As pequenas empresas tornam o Brasil gigante", comemorou o presidente.

Pequenas e Médias como Empregadoras

A pesquisa mostra que um em cada cinco brasileiros que trabalham são empreendedores, formais ou informais, em seja como Microempreendedores Individuais (MEI), em Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte. O valor representa um total de 19% da população nacional ocupada.
Entre 2015 e 2019, a taxa total de empreendedores oscilou entre 36% e 39%, mostrando queda, em 2020 e 2021, devido à pandemia. O estudo apontou também um retorno do empreendedorismo por necessidade. Essa taxa, que havia apresentado tendência de queda entre 2002 e 2014, viu o retorno a patamares mais elevados nos anos recentes.
O Atlas revela também que 78% dos empregos formais criados em 2021 foram em pequenas empresas, que pagam cerca de 44% de todos os salários do país. O estudo estima que, ao todo, 86 milhões de brasileiros são beneficiados pelas atividades econômicas dos empreendedores, sejam eles os próprios empresários ou empregados (formais e informais), que dependem necessariamente da renda de uma pequena e média empresa.
Reunindo todo o universo dos pequenos negócios (MEI + MPE), o dado revelado pelo Atlas do Sebrae é que, entre os 15,3 milhões de empreendedores em atividade no Brasil, 11,5 milhões têm a sua atividade empresarial como única fonte de renda.

Perfil dos empreendedores

O estudo traçou também o perfil dos empreendedores de negócios formais e informais no país. Em relação aos negócios formalizados, a maioria tem maior escolaridade, tem de 35 a 54 anos, são brancos, com mais de 2 anos na atividade, e são sobretudo dos setores de comércio e serviços.
Já os donos e donas de negócios informais em sua maioria tem menor escolaridade, tem até 34 anos, são negros, e trabalham nos setores de agropecuária e construção. Ainda de acordo com pesquisa do Sebrae, 28% dos MEI já atuavam fora do mercado formal. Suas ocupações principais eram empreendedorismo informal (13%) ou empregado sem carteira assinada (15%), quando decidiram adotar o regime do Microempreendedor Individual.
A proporção de informais foi reduzida ao longo do período (2013-2021), principalmente em relação ao empreendedor informal. Estima-se que 2,5 milhões de pessoas foram retiradas da informalidade, em 2021 (28% de 8,7 milhões de MEI em atividade), decorrente do registro do MEI.

Os desafios de empreender no Brasil

O Brasil é o 5º do mundo no Ranking GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que verifica o numero de empreendedores em 50 economias globais que participaram da pesquisa. No país, 30,4% da população entre 18 e 64 anos é envolvida com o empreendedorismo.
Embora a vocação do brasil para empreender seja conhecida, tanto na iniciativa pública quanto privada, ainda há diversos gargalos identificados por quem empreende, entre eles a busca por crédito, custos altos de operação e empasses burocráticos.
Carlos Melles, cita entre as principais dores dos empreendedores, a crescente dos custos para os negócios, e enfatiza o papel do Sebrae, de apoiar as empresas para ampliação da sua produtividade. "A pesquisa mostra que o aumento do aluguel, da energia, combustível e mercadoria, são desconfortos para os empreendedores. O Sebrae está trabalhando, entre outras iniciativas, para aumentar a produtividade destas empresas", descreve o presidente.

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