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Cases Burger King e Renner

De vendas a gestão de RH, WhatsApp se torna ferramenta essencial na gestão de multinacionais

Mariana Ceccon, especial para o GazzConecta
20/08/2020 22:51
Originalmente criado com o propósito de impulsionar pequenos empresários a fazerem negócios online, o WhatsApp Business passou a ser uma das principais ferramentas de comunicação empresarial durante a pandemia de Covid-19. Amplamente usado pela população brasileira — são 5 milhões de usuários por mês apenas da versão comercial do aplicativo — a ferramenta ganhou ainda mais validação ao ser adotada por grandes empresas como um aplicativo fundamental em diversas áreas de gestão.
Um exemplo da dimensão da importância da ferramenta é um dado colhido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) sobre os impactos do novo coronavírus nos pequenos negócios. Junto com a Fundação Getúlio Vargas, o Sebrae ouviu no fim de julho seis mil empresários em todo o Brasil. Quando questionados sobre vendas online, 55% deles responderam que fazem negócios utilizando WhatsApp Business e seus recursos — como o catálogo, item acessado por mais de 13 milhões de brasileiros para consultar produtos disponíveis diretamente no chat de cada lojista.
"Podemos afirmar que a pandemia estimulou os negócios a atualizarem seus recursos e, com isso, houve um aumento da demanda pelos nossos serviços", explica o WhatsApp em nota.
"O contexto da pandemia reforçou a importância da ferramenta para a sobrevivência de pequenos negócios, mas quando tratamos de empresas maiores, com operações robustas, o produto utilizado é outro: a API [em português, Interface de Programação de Aplicações], que permite que médias e grandes empresas mantenham conversas no WhatsApp em escalas maiores e, também, programar respostas automáticas aos seus clientes", resume a corporação, que faz parte do Facebook.

WhatsApp no RH do Burger King

A rede de fast food Burger King, por exemplo, anunciou uma recente parceria com a IBM para desenvolver uma inteligência artificial (IA) que pudesse sanar dúvidas dos 16 mil funcionários da marca no Brasil, relativas ao setor de recursos humanos. Aliada ao WhatsApp, a IA permite que os funcionários façam perguntas sobre pagamentos, férias, banco de horas, e outros assuntos de forma personalizada e online, bastando identificar-se com o CPF.
O sistema, que começou a ser testado em abril, tem recebido uma média de mil perguntas diariamente e sozinho já responde por mais da metade dos chamados da área de Gente & Gestão do Burger King. “Temos um sistema inteligente que permite uma experiência personalizada que vai além de uma conversa com um bot”, relata Marcia Baena, vice-presidente de Gente & Gestão do Burger King do Brasil.
“Acreditamos que, para estarmos mais próximos dos nossos colaboradores, precisamos fazer uso da principal ferramenta de comunicação utilizada por eles. Com certeza, a popularidade do WhatsApp entre o time do Burger King do Brasil fez bastante diferença na escolha do recurso tecnológico que utilizaríamos para a implementação da ferramenta”, conta.
O BK Brasil criou, com expertise e tecnologias de inteligência artificial, o assistente cognitivo TOP (Tecnologia Orientando Pessoas), utilizando IBM Watson Assistant, na nuvem pública da IBM.
O BK Brasil criou, com expertise e tecnologias de inteligência artificial, o assistente cognitivo TOP (Tecnologia Orientando Pessoas), utilizando IBM Watson Assistant, na nuvem pública da IBM.
Antes centralizada nos gestores de cada unidade Burger King, as demandas de recursos humanos precisavam ser encaminhadas pelos líderes a rede central. Com o sistema incorporado ao WhatsApp, os funcionários ganharam autonomia.
“Nesse cenário, o que buscávamos era dar acesso ao nosso time de colaboradores, para que todos tivessem a liberdade de se comunicar diretamente e fazer as perguntas que lhe fossem pertinentes em cada situação. Além da desburocratização na troca de informações, o TOP nos permitiu mais agilidade nos processos”, resume Baena.

Vendas via WhatsApp

Outra grande marca a adotar o WhatsApp em suas operações, mas voltada ao atendimento do público externo, foi a Renner. Este mês a rede de roupas e acessórios anunciou a antecipação do seu projeto de vendas via WhatsApp, inicialmente previsto para 2021, em 25 cidades brasileiras e unidades piloto no Uruguai e Argentina.
Através de um contato divulgado no site e Instagram da rede, consumidores são automaticamente direcionados para um colaborador da loja mais próxima de sua localização. E é pelo WhatsApp que os produtos são escolhidos e pagos com cartão de crédito, a partir de um link enviado por meio do aplicativo. As entregas são feitas gratuitamente e ocorrem no máximo em 48 horas, uma vez que os produtos são vendidos a partir do estoque da própria loja física, que está responsável pelo atendimento.
“Na estreia da modalidade, em Porto Alegre, em média 30% dos clientes que entraram em contato finalizaram a compra, com tíquetes médios superiores aos observados nos demais canais digitais. O serviço é voltado a quem se sente mais confortável em interagir com um atendente no momento da escolha dos produtos e faz parte de um desenvolvimento da Renner com foco no aprimoramento da experiência omnichannel dos clientes”, explica a marca, em nota.

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