Segundo o Atlas da Violência de 2021, Curitiba não passa nem perto das dez primeiras capitais com maior índice de criminalidade no Brasil. O feito está relacionado às políticas públicas de segurança de maneira ostensiva e também preventiva. O UniCuritiba é a primeira instituição do país a ofertar a faculdade de Criminologia que prepara os futuros profissionais para encarar um dos grandes desafios da sociedade contemporânea: o fenômeno criminal.
A graduação promove o conhecimento acadêmico e prático necessário para formar pessoas que possam trabalhar, de forma efetiva, em conceitos de políticas para a segurança. O curso é o primeiro no Brasil que aborda três áreas de entendimento necessárias, uma vez que a formação em Direito, por exemplo, possui um estudo generalista. São elas: criminologia teórica, segurança pública e criminalística ou política criminal.
A professora do curso no UniCuritiba, Michelle Gironda Cabrera, doutora em Processo Penal, explica que a grade diferenciada surgiu da necessidade de um curso específico, que fora do país já é bastante disseminado. “É algo que já vinha tendo uma demanda para que existisse um curso de graduação com este tipo de ensino específico”, afirma. Segundo ela, o Brasil estava na retaguarda com a ausência desse tipo de formação superior. Por isso, em 2019, o centro universitário passou a oferecer o curso específico, que hoje conta com cerca de cem alunosA primeira turma deverá se formar no segundo semestre deste ano.
Michelle explica que o profissional com este tipo de formação pode encontrar trabalhos em empresas de segurança, nas polícias civis e militares, nos sistemas carcerário e penitenciário, no Ministério Público e também nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
O curso de Criminologia para Curitiba vai ao encontro da crescente necessidade de um ensino que fosse além do conteúdo oferecido nas matérias do curso de Direito. Como a própria professora pontua, o objetivo é trabalhar os assuntos com o entendimento da lei e sua aplicação e não do ponto de vista sociológico. “Uma coisa é o Direito Criminal, que estuda as normativas, tudo a partir do que é previsto na lei. Já na Criminologia, você estuda causas do processo de criminalização”, esclarece. Ou seja, é a análise de como o indivíduo tem sua realidade transformada naquele crime. “Ela é uma ciência mais empírica, ligada à realidade”, salienta.
Apesar de Curitiba estar fora do mapa das principais cidades mais violentas, a sua região metropolitana, como destaca Michelle Cabrera, coloca a capital no foco de preocupação em termos de segurança pública.
PROTAGONISMO FEMININO
Apesar de ser vista como uma área com predominância masculina, Michelle pontua que mais de 50% da turma de criminólogos é formada por mulheres. Além disso, o corpo docente também possui uma quantidade expressiva de professoras. Este protagonismo feminino aparece em um momento que a sociedade vive uma mudança de comportamento.
“A mulher não vê mais o espaço como sendo do homem e sim acredita que é possível estar onde deseja. É gratificante e importante termos esse reconhecimento. Sem desmerecer os homens, mas com meus mais de dez anos como professora, vejo o zelo e até mesmo uma forma diferente de lidar com as situações, o que acaba colocando as alunas no topo das notas e com boas performances no curso de Criminologia”, conclui.
