Para Harry Shapiro, o importante é permitir que as pessoas tenham opção.
Para Harry Shapiro, o importante é permitir que as pessoas tenham opção.| Foto: Reprodução

Apesar de relativamente antigo – remonta ao pós-guerra – e bastante disseminado em alguns países, o conceito de redução de danos ainda é pouco conhecido no Brasil, ou visto com resistência por alguns setores da sociedade.

Mas a ideia desse tipo de ação – tentar minimizar os problemas decorrentes do uso de substâncias por pessoas que não podem, ou não querem, parar de consumi-las – é muito debatida nos meios especializados. E pode valer nem só para drogas ilícitas, mas também para substâncias permitidas e amplamente utilizadas, como o álcool e o tabaco.

No caso do tabaco, um crescente grupo de estudiosos vem defendendo o uso de dispositivos eletrônicos para fumar (os DEFs), como os vaporizadores, para redução de danos. A prática chega a ter até suporte governamental no Reino Unido, como o #DentroDaLei já mostrou.

O escritor e jornalista britânico Harry Shapiro vem se tornando autoridade nesse assunto. Diretor da Drugwise, instituição que busca informar sobre o uso de substâncias, ele por décadas estudou e escreveu sobre a redução de danos para drogas ilícitas.

Nos últimos anos, ele passou a colaborar com a Knowledge-Action-Change, outra instituição que promove a redução de danos, e com isso começou a defender o uso de DEFs e outros artifícios para substituir o consumo de nicotina através do tabaco queimado. Ele é um dos responsáveis pelo estudo GSTHR (Global State of Tobacco Harm Reduction), que mostra regularmente a situação global da redução dos efeitos nocivos do tabaco.

Para Shapiro, os DEFs são bem mais seguros que os cigarros comuns e podem ter o seu papel entre os fumantes que querem largar estes produtos, ou ao menos diminuir seu uso. O jornalista é categórico ao defender a política do Reino Unido sobre o tema, que define como equilibrada, já que por lá esses artefatos são liberados, porém com uma série de restrições. O importante, diz ele, é “permitir que as pessoas tenham opção”.

O #DentroDaLei conversou com Shapiro em dezembro para saber mais sobre seus estudos e sobre os motivos que o levaram a defender os vapers como alternativa no combate ao vício em nicotina.

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