Faculdade pode fazer do currículo uma verdadeira ferramenta a favor da inserção no mundo do trabalho | Bigstock
Faculdade pode fazer do currículo uma verdadeira ferramenta a favor da inserção no mundo do trabalho| Foto: Bigstock

A grande preocupação dos estudantes que ainda estão na faculdade é de como agregar conhecimento e transformar isso em empregabilidade, fazendo do currículo uma verdadeira ferramenta a favor da inserção no mundo do trabalho. O desafio, porém, é conciliar a pouca experiência prática a um currículo interessante. 

Especialistas da área de Recursos Humanos orientam os estudantes a aproveitar todas as oportunidades que a faculdade oferece, desde estágios, cursos de extensão ou atividades voluntárias. São ações que, além de proporcionar vivência na área escolhida, ajudam a desenvolver competências necessárias ao futuro profissional. 

A psicóloga e coach de desenvolvimento e carreira Tânia Klein salienta a importância de o estudante buscar explorar as áreas de interesse, para além dos conhecimentos específicos para a formação, utilizando os recursos disponíveis, sejam eles dentro ou fora da faculdade. 

Segundo ela, ainda é comum as pessoas ingressarem no ensino superior esperando que todo o conteúdo seja repassado pelo professor para “passar na prova”. “A ligação entre o conteúdo - ou seja, os saberes do “ofício”, tanto técnicos como científicos-culturais - apresentado ao longo do curso, a área escolhida e o mercado de trabalho, começa a ser delineada aí. A faculdade apresenta os caminhos para a transformação da informação em conhecimento. Mas a construção, o aperfeiçoamento, o aprofundamento e qual o manejo do estudante desse conhecimento fazem toda diferença nesse processo. Alunos que conseguem realizar isso, geralmente se destacam mais”, observa. 

Construção do currículo 

Rosangela Rodrigues dos Santos, 45 anos, trocou a área comercial pela jurídica há pouco mais de três anos. Estudante do 6.º período do curso de Direito, a acadêmica sentiu a dificuldade dessa mudança. Nem mesmo a experiência anterior, em outro segmento, facilitou a situação. Pelo contrário. “Tive muita dificuldade para encontrar estágio. As empresas buscam estudantes jovens e com experiência”, relata a futura bacharel que, depois de ver os filhos crescidos, voltou a estudar para realizar o antigo sonho de tentar carreira como delegada de polícia. 

Depois de várias entrevistas e alguns constrangimentos, como ela mesma relata, Rosangela buscou o Núcleo de Empregabilidade da Faculdade Dom Bosco para entender o que a estava prejudicando e reverter esse quadro. Descobriu que seu currículo ainda estava “muito comercial”, enquanto as habilidades na área jurídica não sobressaiam a ponto de atrair um possível empregador. “Com a ajuda do Núcleo, a experiência anterior, em outra área, foi apresentada como algo positivo”, relembra. 

Depois desses ajustes, por meio da faculdade, Rosangela conseguiu um estágio remunerado no Fórum de Santa Felicidade e ainda a oportunidade de realizar o curso de Mediação. “Eu me sinto privilegiada de ter todas essas oportunidades práticas antes mesmo de formada. Além de ter um estágio remunerado, estou auxiliando professores e aprendendo com eles”, comenta. 

O fisioterapeuta Eduardo Ribeiro Dutra, 25 anos, está formado desde 2013, mas desde o primeiro ano do curso fez questão de aproveitar todas as oportunidades que apareceram. Monitorias dentro da faculdade, cursos, engajamento em entidades de classe, estágios e o que mais aparecia. “Entrei na Faculdade com uma expectativa e fui descobrindo outras áreas de atuação”, afirma o jovem, especializado em Gerontologia, área de interesse que descobriu durante um estágio voluntário em uma unidade básica de saúde. “Eu sempre estive ligado a diferentes atividades acadêmicas e foi assim que descobri essas possibilidades de atuação”, comenta. 

A coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Docente e Discente da Faculdade Dom Bosco, Rucieli Maria Moreira Toniolo, explica que, já pensando em potencializar as habilidades do estudante e colaborar com seu ingresso no mercado de trabalho, a instituição criou esta estrutura que oferece atendimento do Serviço Social; orientação pedagógica, destinada ao atendimento das necessidades acadêmicas; e acessibilidade escolar, que contribui no desenvolvimento das habilidades sociais, bem como realiza o acompanhamento das desordens orgânicas e não-orgânicas apresentadas pelos discentes com necessidades educacionais especiais. Além dessas, o Núcleo de Empregabilidade é a ponte entre a IES e o mercado de trabalho, onde a equipe dá suporte aos estudantes da graduação, pós-graduação e também àqueles que já deixaram a faculdade. O site da instituição possui um canal de comunicação, Portal de Empregabilidade/Carreiras, onde o aluno tem acesso a diversas vagas, facilitando acesso dos alunos e egressos no mundo do trabalho. 

“Os alunos têm um atendimento individualizado e recebem dicas para aprimorar o currículo, orientações sobre a carreira, como se comportar durante um processo seletivo, até o recebimento e encaminhamento de documentos para estágios”, salienta. 

Rucieli enfatiza que muitas atividades realizadas durante a graduação contribuem não apenas na aquisição de conteúdo técnico-científico, mas para a formação pessoal do futuro profissional. “Os trabalhos em equipe e outras atividades realizadas na graduação ajudam a desenvolver capacidades como habilidades gerenciais, além de competências que o estudante vai necessitar ao longo da carreira, como comunicação e liderança, de acordo com o projeto pedagógicos do curso”, observa.