Gostar de animais não basta para se tornar um médico veterinário, assim como é necessário muito mais do que gostar de ler e escrever para ser um bom advogado. Na hora de fazer a escolha da profissão, as dúvidas costumam povoar a cabeça dos estudantes que estão terminando o Ensino Médio. Afinal, é o momento de decidir entre uma das tantas possibilidades existentes e o medo de errar acaba assustando. São questões que vão desde a real afinidade com a área pretendida, remuneração até como estará o mercado de trabalho no futuro. No Guia de Graduação 2020/2021 da Gazeta do Povo há uma relação com os cursos presenciais e as faculdades onde eles estão disponíveis, além de todas as informações que o futuro candidato precisa para fazer a escolha certa.

EXPECTATIVAS E REALIZAÇÃO

Segundo Wilma Dal Col, diretora do ManpowerGroup – empresa de recrutamento e seleção de profissionais –, o estudante precisa considerar as expectativas e que tipo de realização busca para o futuro, lembrando que o curso escolhido pode ser apenas um caminho dentro dessa trajetória profissional. “A graduação não vai, necessariamente, direcionar o profissional para atuar dentro de uma carreira específica na formação escolhida. Em geral, esse é o primeiro passo para inserí-lo no mundo do trabalho onde ele pode se desenvolver com uma maior senioridade, capacidade, com formação mais sólida”, observa.

Para tomar a decisão mais precisa na hora de escolher o curso, Wilma aconselha olhar para o cenário e considerar como está sendo conduzido o mundo do trabalho, além de buscar conversar com pessoas que já atuem na área de interesse.

HABILIDADES

A mentora de carreira Paula Boarin lembra que as habilidades precisam estar associadas ao conhecimento técnico.
A mentora de carreira Paula Boarin lembra que as habilidades precisam estar associadas ao conhecimento técnico.| Divulgação

Outra questão fundamental são as habilidades individuais. Para a mentora de carreira Paula Boarin, escolher o curso de graduação com base nas competências pessoais e áreas de interesse é algo que continua válido, mesmo com todas as mudanças recentes no mercado de trabalho. “Essa regra vale desde que o mundo é mundo. Tem que ter paixão, tem que ter talento, ter o olhar de que essa profissão contribui para o mundo”, argumenta a especialista.

Paula destaca a importância do ensino superior para a capacitação profissional, uma vez que é na faculdade que se obtém o conhecimento técnico e específico para muitas áreas de atuação. “Os cursos de graduação ou pós-graduação não vão deixar de existir. Ainda faz sentido escolher o que se gosta, o que se tem aptidão. O que muda nesse novo mundo é que, acrescido ao que a faculdade ensina, é preciso buscar meios de desenvolver competências comportamentais”, ressalta.

XEQUE-MATE

Fã dos números e cálculos, Maria Eduarda Schlickmann quer fazer Engenharia da Produção.
Fã dos números e cálculos, Maria Eduarda Schlickmann quer fazer Engenharia da Produção.| Arquivo pessoal.

A estudante Maria Eduarda Schlickmann, 16 anos, já está decidida sobre o que vai fazer na faculdade: Engenharia de Produção. Ela aproveitou o gosto pela Matemática e pela área de Exatas e buscou informações sobre cursos, mercado de trabalho e áreas de atuação nesse segmento. “Quando ia a alguma feira de profissão, seguia direto para as barraquinhas de Exatas. Ali eu percebi que essa é uma profissão que combina muito com o meu jeito de ser, pois sou bastante metódica e sistemática”, explica. Além dessa pesquisa prévia, Maria Eduarda também conversou com pessoas que já trabalham na área para sondar como é o trabalho e a remuneração.

Já sua prima, Beatriz Schlickmann de Assis, 16, não está tão certa do curso que vai escolher, mas já sabe que será algo na área de Ciências Biológicas. “Fiz um teste vocacional recentemente e o resultado confirmou o que eu já tinha em mente”, conta a adolescente que está em dúvidas entre Nutrição, Fisioterapia e Biomedicina. Para resolver a questão, Beatriz diz que também vai se dedicar às pesquisas, inclusive para descobrir as áreas que pode atuar em cada uma das profissões. “Qualquer que seja o curso, eu já sei que quero trabalhar em hospitais”, afirma.

Para o estudante Pedro Matheus Klaumann Ribeiro, 16, a escolha é um pouco mais complexa. Ele está em dúvida entre os cursos de Cinema, Publicidade e Propaganda e Educação Física. Porém, ao avaliar as oportunidades de trabalho, Pedro acha que Cinema já não tem tanta oferta. Wilma Dal Col orienta que é necessário considerar dois fatores na hora de escolher carreira: as habilidades pessoais e o que traz o sentimento de realização. “Eu posso ser muito boa na área de tecnologia, mas isso não me traz uma realização. Eu fico muito mais feliz quando crio coisas, quando me relaciono com pessoas. Então como faço para unir essas duas coisas? É importante ter foco nesses dois pilares: pensar nas minhas habilidades, fazer o exercício de entender onde sou reconhecido, mas o que me traz sentimento de realização, o que é motivador para mim”, explica.