Esportes estão entre as atividades extras oferecidas  pelas escolas fora do período regular de aulas. | Bigstock
Esportes estão entre as atividades extras oferecidas pelas escolas fora do período regular de aulas.| Foto: Bigstock

Atividades extracurriculares e aulas consideradas “inovadoras” são importantes na disputa pelas matrículas dos alunos das escolas particulares. Música, robótica, artes, circo e tecnologia são apenas algumas das opções. A lista conta ainda com esportes tradicionais como vôlei, futebol e natação, línguas estrangeiras e o que mais os pais julgarem conveniente para preparar os filhos para o futuro.

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A psicopedagoga e presidente do Sindicato de Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), Esther Cristina Pereira, explica que essa variedade se deve, em partes, às exigências das famílias. Entretanto, ela alerta para uma inversão de prioridades: “Existem muitas ondas na Educação. Onda do Lego, da tecnologia, do ensino bilíngue. O gestor e o educador precisam ter cuidado para não perder o foco”, analisa.

Esther lembra aos pais que a primeira preocupação na escolha da escola deve ser o ensino regular, que é o papel inicial da instituição. E essa também deve ser a prioridade dos gestores. “O conteúdo formal deve ser priorizado. Não adianta ter aulas inovadoras e diferentes na grade, mas pecar nas aulas regulares”, afirma, referindo-se ao conteúdo programático definido pelo Ministério da Educação.

A professora Daniela Andrade, que tem dois filhos no Ensino Fundamental – Maria Eduarda, 10 anos, e João Vitor, 14 anos – está na fase de pesquisas para escolher a nova escola para o mais velho, que começa o Ensino Médio em 2018. Na seleção, Daniela levou em consideração dois fatores fundamentais: a oferta de uma língua estrangeira, que ela considera um diferencial necessário para o mercado de trabalho, e de esportes no contraturno, critério importante para o garoto.

Compromissos

Mesmo considerando essas opções de aulas extras importantes, Daniela diz que já teve que suspender algumas das atividades extracurriculares do menino. “Houve uma fase em que o João fazia futsal na escola, além de natação e futebol for a dali. Mas tive que tirá-lo de tudo”, relembra. Segundo ela, às vezes as atividades coincidiam e João Vitor chegava em casa exausto, sobrecarregado e isso acabava atrapalhando os estudos.

De acordo com Esther, o excesso de compromissos para as crianças e adolescentes pode revelar o lado negativo no futuro. “A família tem que ter cuidado para não sobrecarregar a criança. Já a escola que oferece período integral ou contraturno deve ficar atenta ao aluno, para perceber se ele não apresenta cansaço físico e irritabilidade”, aconselha.

Daniela concorda e argumenta que é necessário dar espaço à criança e ao adolescente para descansar e se dedicar ao que é apresentado no horário regular. “Ele está no nono ano, com várias matérias novas. Se eu ‘atarefar’ o menino a tarde inteira, ele não terá tempo de estudar e pode acabar indo mal na escola.”

A presidente do Sinepe ressalta ainda que não é na escola que a criança vai se especializar em algo, mas sim é um local para ter um primeiro contato com diversas áreas. “O papel da escola é trabalhar as habilidades da criança ou dar condições pra ela descobrir suas habilidades, entender quem é e o que gosta e quer fazer”, conclui Esther.