escola ideal escolha
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Escola ideal é uma definição subjetiva diretamente relacionada ao modo de viver da família e ao perfil do estudante quando o assunto é a instituição de ensino.

A doutora em Educação Andrea Ramal, que também é consultora e escritora, destaca que um erro frequente de muitos pais é se basear exclusivamente em rankings elaborados pelo mercado ou a partir de indicações de amigos. Ela alerta que observar se o perfil da escola é compatível com o da criança é decisivo para o desempenho acadêmico.

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“Nem toda escola é adequada para todo perfil de aluno e de família. Os pais devem checar se concordam com o modelo educacional e os valores que a escola promove”, orienta.

Segundo ela, a posição no ranqueamento entre as instituições de ensino não é a forma mais adequada de avaliar a qualidade do ensino. Há outros fatores importantes como a formação dos professores; a diversificação do currículo com atividades de artes, música, esportes, robótica e idiomas e o uso inteligente de tecnologias nas aulas. “Vale conversar com outras famílias: os estudantes gostam das aulas e a didática é motivadora? O bom professor estimula que os alunos participem ativamente das aulas, com dinâmicas, apresentações e interação”, pontua.

Escolha a escola ideal segundo os valores da sua família

Antes mesmo de ser mãe, a dona de casa Flavia Cristina Mancino Nichele já sabia em qual escola seus filhos estudariam. Estudiosa e admiradora da Pedagogia Inaciana – trabalho baseado nas diretrizes espirituais de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus –, Flavia destaca se tratar de uma metodologia que não se limita à questão religiosa, mas uma visão humanista do mundo e do ser humano. “A ideia principal da Pedagogia Inaciana é a de você oferecer ao outro o seu melhor, sempre”, enfatiza.

 Flavia Cristina Mancino Nichele  já sabia em qual escola iria matricular seus filhos antes mesmo de nascerem. Ela e o marido levaram em conta seus valores e sua admiração por um tipo específico de pedagogia. (Foto: arquivo pessoal).
Flavia Cristina Mancino Nichele já sabia em qual escola iria matricular seus filhos antes mesmo de nascerem. Ela e o marido levaram em conta seus valores e sua admiração por um tipo específico de pedagogia. (Foto: arquivo pessoal).

Lucas (12), André (9), Tiago (6) e João (4), os quatro filhos de Flavia com o engenheiro civil Fábio Luiz Nichele, estudam no Colégio Medianeira, unidade curitibana da Rede Jesuíta de Educação, com 17 escolas em todo Brasil. Questões como o exercício da autonomia, da liberdade e do respeito aos outros e ao meio ambiente fazem parte da rotina das crianças, dentro e fora da escola. “A liberdade, a relação com a natureza, o respeito aos diferentes pontos de vista, tudo isso está muito presente na Pedagogia Inaciana e é o que eu desejo que os meus filhos aprendam e levem para a vida”, salienta.

Escola ideal personaliza a educação dos filhos

O casal de administradores Cristina Debiasi e João Evaristo Debiasi matricularam seus três filhos Luiza (13), Leonardo (9) e Rafael (4) no Colégio do Bosque Mananciais pelo diferencial do sistema de ensino, baseado no protagonismo da família no processo educacional e na educação altamente personalizada.

Ensino na primeira infância

De acordo com as diretrizes do Bosque Mananciais, o modelo permite personalizar o processo de aprendizagem respeitando os diferentes ritmos em cada fase. Um aspecto relevante para a família é o olhar individualizado da instituição para cada estudante. No decorrer do ano letivo, cada aluno conta com um professor orientador, um educador para dar suporte durante aquele período. “É importante uma atenção individual para cada uma das crianças, trabalhando ações para melhorar as suas capacidades de forma completa, desde o ensino das disciplinas até a sua formação moral”, destaca Cristina.

Os três filhos do casal  Cristina Debiasi e João Evaristo Debiasi  estudam no Colégio Bosque Mananciais, que foi a escolhida como a mais adequada às expectativas do casal. (Foto: arquivo pessoal)
Os três filhos do casal Cristina Debiasi e João Evaristo Debiasi estudam no Colégio Bosque Mananciais, que foi a escolhida como a mais adequada às expectativas do casal. (Foto: arquivo pessoal)

A instituição também é adepta da educação “single sex”, em que meninos e meninas estudam em turmas separadas. “Isso nos chamou a atenção. É sabido e comprovado cientificamente que há diferença no aprendizado das meninas e dos meninos. Assim, eles trabalham de forma mais plena com salas separadas”, comenta Cristina.

Escola ideal tem tradição e infraestrutura

A empresária Karoline Marteloti Harmath queria que seus dois filhos, Estevan (8) e Helena (5), frequentassem uma escola tradicional. Para ela, além da qualidade do ensino, o fato de as aulas serem ministradas em inglês e português permite aos alunos ter contato desde cedo com outro idioma. “É muito diferente de um curso de inglês. Eles aprendem os conteúdos de Geografia e Matemática, por exemplo, em outra língua”, comenta.

Tradição foi a característica que a empresária Karoline Marteloti Harmath procurava numa instituição de ensino para seus filhos.
Tradição foi a característica que a empresária Karoline Marteloti Harmath procurava numa instituição de ensino para seus filhos.

O ensino em período integral é outra vantagem citada pela empresária ao escolher a Escola Internacional Everest. “As crianças têm atividades o dia todo”. Segundo ela, apesar da intensa rotina de estudos, tanto Estevan quanto Helena estão muito bem adaptados ao ritmo da instituição.

Ensino em tempo integral é o mais adequado para o seu filho?

Boa parte da formação do corretor de seguros Paulo de Mello e Silva Grillo aconteceu em uma instituição de ensino tradicional em Curitiba, de onde ele só saiu para frequentar a universidade. A qualidade do ensino, o profissionalismo da equipe pedagógica e a infraestrutura da instituição foram determinantes para que seus filhos também estudassem na escola que foi do pai.

A mais velha, Giulia (19), já está cursando o terceiro ano de Arquitetura. O caçula, Pedro (15), ingressou na Educação Infantil e hoje frequenta o 2.º ano do Ensino Médio no Positivo Internacional.

Para o corretor, a proposta do ensino bilíngue e a grade curricular com conteúdo nacional e internacional são os grandes diferenciais que buscava. “O Pedro está no Internacional desde que o Positivo passou a oferecer essa modalidade, há sete anos. E, apesar de ele ser ainda adolescente, já é fluente em inglês e posso conversar com ele sobre assuntos variados como a política internacional”, destaca.

Escola ideal precisa ter educação moderna e inclusiva

Educação moderna, diferenciada e inclusiva eram algumas das exigências da arquiteta Mariana Schulman e do advogado Fernando Muniz para a formação de seus três filhos.

escola ideal
Trabalho colaborativo e ações em equipe, além do combate a qualquer tipo de preconceito foram questões encontradas no Projeto 21 pelos pais Mariana Schulman e do advogado Fernando Muniz para seus três filhos. (Foto: Shutterstock)| Shutterstock

Pais do Emanuel (15), da Alice (12) e da Estela (9), eles encontraram essas características na escola Projeto 21, instituição que tem em suas diretrizes o incentivo ao livre brincar, ao trabalho colaborativo e às ações em equipe.

Mariana destaca que, além de combater qualquer tipo de preconceito, é uma escola participativa e que estimula o senso crítico das crianças. “Os alunos têm uma visão de mundo mais aberta, prezam pela personalidade, pelas características pessoais. Opção sexual, raça ou cor são questões irrelevantes”, observa.

A tecnologia como aliada na educação dos filhos

Como a Projeto 21 só oferece até o Fundamental 2, o filho mais velho do casal, que foi para o Ensino Médio, hoje já está em outro colégio. “Mas eu vejo que mesmo com a mudança, o Emanuel não tem vergonha de questionar, de se expor e também de ouvir o outro”, afirma Mariana.

Escola ideal é aquela que transmite conhecimento com liberdade

“Educação não pode ser desconectada da liberdade”, afirma a enfermeira Carla da Ros. E foi com base nessa premissa que ela e o marido, o professor de Educação Física Lindomar Lettrari escolheram a escola do filho, Marco Antonio (9), quando ele ainda estava na Educação Infantil.

A questão da proximidade de casa e a logística em relação ao trabalho dos pais também pesaram na opção pelo Colégio Marista Paranaense, mas a forma que o conteúdo é transmitido foi o fator determinante. “Visitamos outras escolas próximas de casa, mas percebemos uma certa rigidez, que usava o autoritarismo como método de educação. Não era isso que queríamos para ele”, pontua.

“Eu entendo que a escola certa para os filhos é aquela que mais se aproxima com a visão de mundo e de sociedade que a família traz”, explica a enfermeira, destacando a importância de o aprendizado ser conduzido “de forma leve”, mas com disciplina e responsabilidade. “No dia a dia, percebemos o quanto o Marco gosta da escola, o quanto defende e tem orgulho de fazer parte daquele espaço”, afirma.