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Estão abertas as inscrições para a prova que promete ser a maior corrida de rua da história de Curitiba, no dia 1º de maio de 2019. Com objetivo de ajudar na construção do Erastinho – primeiro hospital oncopediátrico do Paraná –, a corrida The Hardest Run será uma prova democrática para atrair 10 mil participantes e, assim, bater o recorde atual desse tipo de evento*. 

Serão três categorias: caminhada de 3 km e corridas de 5 e 10 quilômetros. O circuito será plano, justamente para atrair iniciantes no mundo das corridas. Durante a prova também acontecerão algumas surpresas, visando o entretenimento do participante. O valor da inscrição é de R$ 100 – que dá direito a uma camiseta – e será totalmente revertido para a causa do Erastinho.

O criador do projeto The Hardest Run, maratonista extremo Marcelo Alves, acredita que grande parte do público será da caminhada. “Isso é sensacional porque a caminhada é uma porta de entrada para a corrida. A gente está usando essa grande festa para apresentar a tribo da corrida para milhares de pessoas. Quando meus amigos dizem que querem começar a correr e me perguntam qual é o primeiro passo, eu sempre aconselho assistir a uma prova. Porque ali você se motiva bastante vendo pessoas mais velhas, às vezes com deficiência, pessoas acima do peso, entre outros, correndo. Ou seja, é bem democrático. Ver ao vivo milhares de pessoas correndo com certeza é a principal motivação.” 

A estrutura será enxuta. Uma vez que 100% do valor das inscrições serão destinados ao projeto do Erasto (uma expectativa de arrecadação total de R$ 1 milhão), a organização da corrida será feita e patrocinada por empresas e voluntários. Até o momento, grandes marcas como Madero, Volvo, MadeiraMadeira, Mondelez, Positivo e O Boticário já confirmaram o apoio ao evento. (Confira como surgiu a parceria entre o The Hardest Run e as empresas parceiras da iniciativa ).

Causa nobre

O projeto The Hardest Run nasceu em 2017 com objetivo de aumentar o número de doadores de medula óssea. Desde então, todas as ações do projeto buscaram divulgar a importância de ampliar o número de doadores e, assim, aumentar as chances para aqueles que precisam de um transplante encontrarem um doador compatível. Para 2019, Marcelo Alves encontrou uma nova bandeira para levar aos corredores.

“O projeto do Hospital Erastinho tem uma relação direta com o The Hardest Run. Muitos pacientes infantis são afetados por algum tipo de câncer relacionado com o sangue. Eles que precisam do transplante. Eu expliquei sobre a nossa necessidade, da construção de um hospital que abriga o paciente que está com câncer. Quando a gente tem um objetivo material, físico, financeiro, as pessoas têm mais facilidade de aderir ao projeto. Então nós vamos tentar fazer a maior corrida da história de Curitiba”, conta o gerente de comunicação do Hospital Erasto Gaertner, Anderson Straub.

O Erastinho

A construção do Erastinho, orçada em R$ 24 milhões, está no plano diretor do Hospital Erasto Gaertner. A construção terá 4.800 metros quadrados para atender a uma demanda de pacientes do Paraná e do Sul do Brasil. “Nos casos de câncer infantil, a criança vem e fica às vezes seis meses a um ano internada. Muitas vezes elas vêm de outras cidades, mais de 50% dos casos são oriundos de cidades fora da grande Curitiba”, explica Straub.

O projeto do hospital foi apresentado ao então secretário da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, e, ainda na gestão de Beto Richa, foi anunciado um repasse equivalente a 50% do valor da obra, ou seja, R$ 12 milhões. Cabe ao hospital conseguir o restante dos recursos, mas isso não pode ser feito através de outros convênios, apenas por captação direta. Nos últimos 12 meses, desde a assinatura do convênio com o governo do Estado, o Erasto já arrecadou R$ 2 milhões, os R$ 10 milhões que faltam precisam ser angariados ainda durante a obra.

“Criamos alguns produtos que são a contrapartida para o doador porque como não tem contrapartida fiscal (como a doação por meio do Imposto de Renda, por exemplo), fica mais difícil captar. Hoje em dia está todo mundo acostumado a captar recurso quando tem a contrapartida fiscal. As pessoas não estão doando por doar. Então nossa ideia é construir junto com a sociedade. Cada um dá um pouquinho e essa somatória faz com a gente consiga, ao final, juntar os R$ 10 milhões que faltam”, explica o gerente do Erasto.

Além dos R$ 24 milhões para a estrutura do prédio, o Erastinho também precisa de R$ 6 milhões para instalações e equipamentos médicos. Para esse valor, a captação está sendo feita por meio do Imposto de Renda, através do Fundo da Infância e da Adolescência.

Divulgação

A equipe do hospital comemorou a parceria com os corredores do The Hardest Run não apenas pela possibilidade da arrecadação de R$ 1 milhão de reais na corrida de 1º de maio, mas também pela repercussão que o projeto deve ganhar. “Cada vez que sai qualquer tipo de reportagem falando do Erastinho, tem uma repercussão gigantesca e a gente acaba fechando mais parcerias. Sempre que sai algo, o telefone já toca, muita gente quer saber como faz para participar. Vão ser 10 mil pessoas falando sobre o projeto. Não é só a inscrição, essas pessoas com certeza vão contribuir mais com o Erastinho”, afirma Straub.

* O recorde é da Maratona de Curitiba 2018, com cerca de 8 mil corredores.