Arquitetura

Blocos de concreto: versáteis e sustentáveis

Camille Bropp Cardoso
02/07/2015 13:00
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Blocos de concreto permitiram que fachada de imóvel em Curitiba ajudasse a oxigenar o interior. Foto: Fred Kendi/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

Conhecidos pelo uso em construções rápidas (principalmente de casas populares), os blocos de concreto ainda são pouco famosos entre os arquitetos de Curitiba, mesmo que haja alternativas para encaixá-los tanto em construções quanto em soluções arquitetônicas. Por enquanto, os blocos ainda são bem aceitos apenas em projetos de grandes prédios, situação em que são peças-chaves porque têm resistência superior à dos tijolos. Aqui e ali, porém, surgem iniciativas que mostram a versatilidade desse material.
Um uso dos blocos de concreto que tem tudo para torná-lo mais popular é o em paredes verdes, também chamadas de jardins verticais. O aspecto vazado do bloco, com furos simétricos, contribui para que plantas sejam entremeadas com facilidade. Outra opção é utilizar os blocos em fachadas, quase que funcionando como para-sol. Fabricantes investem nesse nicho, e blocos com desenhos decorativos (em geral, geométricos) já podem ser encontrados em lojas de materiais de construção, à venda por unidade. Essa forma de comercialização ajuda quem busca os blocos para decoração – fazer a base de mesas e sofás, por exemplo.
Em Curitiba, um projeto arquitetônico serve de amostra de como reunir as duas ideias (parede verde e fachada). Para a sede de uma construtora no bairro Água Verde, o arquiteto Waldeny Fiuza apostou nos blocos de concreto para oxigenar o ambiente, combinando a fachada com um jardim logo antes da entrada. “Costumamos usar bastante os blocos em fachadas [nos projetos], porque são elementos que facilitam a ventilação e a proteção contra o sol”, diz Fiuza.
Construção
Mas os blocos também são opção para quem pretende construir residências ou pequenos prédios comerciais. Podem inclusive ajudara a poupar dinheiro – respeitadas algumas condições. O engenheiro civil Alexandre Lima de Oliveira, do Instituto Federal de Educação de Santa Catarina (IFSC), explica que um projeto de arquitetura e de engenharia feito com cuidado, por profissionais que entendem do material, anula o desperdício típico de obras com tijolos.
Isso porque, mesmo que blocos sejam mais caros do que tijolos na comparação de preço por unidade, o projeto permite comprar blocos na conta exata em vez de ter de acrescentar os tradicionais 10% a mais de tijolos nas compras – para compensar os que se perdem no transporte ou durante a construção. “Tendo um bom projeto, bons materiais e uma equipe treinada, é possível poupar dinheiro. Mas o projeto é muito importante. Se ele não é adequado, pode ter que quebrar blocos, adaptar dimensões. E isso faz perder o viés de economia”, diz.
Outra dificuldade nesse caso é encontrar mão de obra que saiba lidar com os blocos e seja capaz de seguir o desenho à risca. A construção com blocos garante uma construção mais rápida e menos contratações. “Não precisa trabalhar com assentador e serventes para alcançar material”, diz Oliveira. “Também elimina armadores e carpinteiros (para a parte de caixaria), dois profissionais que estão em falta em vários mercados e por isso são caros.”
Cuidado extra
Um porém importante: o engenheiro aconselha que a resistência dos blocos seja testada em laboratório ou pelo responsável pela obra. A cautela impede surpresas desagradáveis com a qualidade do material. “Em alguns mercados, as empresas são muito competitivas. Então há o risco de a resistência informada pelo fabricante ser superior à que o material realmente apresenta.” A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) tem um selo de qualidade para os fabricantes do material, mas Oliveira ressalta que a análise extra pode proteger a construção contra lotes problemáticos.
Obras de grandes residenciais ainda são o principal uso dos blocos. Aqui, o EOS Barigui, da Laguna.<br>Foto: Pablo Contreras/Divulgação Laguna
Obras de grandes residenciais ainda são o principal uso dos blocos. Aqui, o EOS Barigui, da Laguna.<br>Foto: Pablo Contreras/Divulgação Laguna
Proteção: os blocos agem como para-sol, filtrando os raios solares que chegam ao interior do prédio comercial. Foto: Fred Kendi/Gazeta do Povo
Proteção: os blocos agem como para-sol, filtrando os raios solares que chegam ao interior do prédio comercial. Foto: Fred Kendi/Gazeta do Povo

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