Reforma

Arquitetura

Com projeto sofisticado, arquiteta transforma apartamento onde vive desde a infância

Roberta Braga, especial para HAUS
23/06/2020 17:00
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Área social, gourmet e sacada foram integradas nesse apartamento de 370 m² em Cascavel, no Paraná. Foto: Fellipe Lima/Divulgação

Ela tem um estilo mais sofisticado; ele prefere tons sóbrios e elementos rústicos. Para que o apartamento de 370 m², na cidade de Cascavel, no Paraná, trouxesse a identidade do casal, o escritório Archidomo Arquitetura + Interiores precisou chegar em um projeto que contemplasse as duas personalidades. Um desafio pessoal, já que Fabiana S. G. Popenga é arquiteta do escritório, e dividiu a autoria do projeto com sua sócia, Vitória B. Vieira.
O apartamento, localizado em um edifício de cerca de 30 anos que foi construído pelo avô de Fabiana para os filhos, tem apenas quatro pavimentos, ocupados por outros integrantes da família. A arquiteta morou toda sua infância no local e decidiu reformá-lo depois que o espaço passou a ser a residência dela e do marido, o empresário Douglas Popenga. “Como é um apartamento grande, reformamos aos poucos, para ficar como queríamos. Foram dois anos de obras”, conta.
Foto: Fellipe Lima/Divulgação
Foto: Fellipe Lima/Divulgação
O layout foi totalmente reformulado para chegar em uma planta mais contemporânea, que atendesse aos hábitos do casal. Na área social, as divisórias foram quebradas e sala de estar, de TV e jantar foram integradas. Também conectada à área social, na parte da frente do apartamento, a sacada – que era fechada – foi aberta para a área gourmet, permitindo aos convidados uma bela vista das árvores do entorno. Uma sala de estar íntima é separada por um painel em MDF, possibilitando integração ou privacidade. A cozinha (ainda em reforma) se uniu à sala de TV e, na área íntima, dois novos banheiros foram feitos, resultando em quatro suítes.
Foto: Fellipe Lima/Divulgação
Foto: Fellipe Lima/Divulgação

Materiais nobres

A decoração foi pautada por uma paleta de cores que agradou às preferências dos dois moradores: cinza, branco e preto. Os revestimentos usados também foram pensados para trazer unidade a todo o espaço, privilegiando tonalidades parecidas ou mesmo a repetição do material em ambientes diversos. “Um exemplo é o revestimento da sala de estar, que se repete na sala de TV e em detalhes no quarto e no lavabo.”
O uso de materiais nobres também norteou o décor, com destaque para o Shou Sugi Ban, técnica japonesa de carbonização de madeira, que confere maior durabilidade ao material. Painéis ripados chevron com a aplicação da técnica foram instalados no hall, em parte da bancada da área gourmet, no painel da TV no quarto e no móvel embaixo da cuba no lavabo.
O Shou Sugi Ban, técnica japonesa de carbonização de madeira, foi aplicado em painéis ripados chevron e usado em pontos diversos do apartamento. Foto: Fellipe Lima/Divulgação
O Shou Sugi Ban, técnica japonesa de carbonização de madeira, foi aplicado em painéis ripados chevron e usado em pontos diversos do apartamento. Foto: Fellipe Lima/Divulgação
Do apartamento original, as arquitetas mantiveram o piso de madeira natural. “Nos quartos era carpet, mas como uma tia que mora no mesmo prédio estava reformando o apartamento dela e ia se desfazer do piso, que era o mesmo usado aqui, consegui aproveitar o material e instalei na área íntima o piso original, conferindo, mais uma vez, unidade.” A única exceção foram as áreas molhadas, cozinha e banheiro, que receberam porcelanato.

Robustez

Na área da sacada, os deslocadores de fios foram uma opção para direcionar a iluminação, sem precisar de obras. Os fios aparentes dão um ponto de robustez ao projeto. Da mesma forma, a opção por negativos de gesso pintados de preto traz o mesmo tom ao restante da iluminação nas áreas sociais. “Para trazer mais sofisticação, adicionei alguns elementos como prateleiras suspensas e linhas finas douradas”, conta Fabiana.
Na sacada, os deslocadores de fios direcionam a iluminação, sem precisar de obras. Foto: Fellipe Lima/Divulgação
Na sacada, os deslocadores de fios direcionam a iluminação, sem precisar de obras. Foto: Fellipe Lima/Divulgação

Peças de design

O casal foi definindo aos poucos a decoração, para poder dar identidade a cada espaço e trazer peças de design. “Escolhemos muito bem cada item, queríamos peças exclusivas, posso dizer que algumas são o meu xodó, outros refletem bem a personalidade do meu marido.”
O cantinho de leitura, um dos espaços próximo à sacada e muito usado pela arquiteta, recebeu uma poltrona Carbono. A área gourmet, bastante usada pelo marido que gosta de cozinhar e receber os amigos, tem seu diferencial com banquetas do Estudio Bola. Destaque também para o sofá azul petróleo da Artefacto, peça escolhida a dedo para quebrar, ainda que com sobriedade, a unidade da paleta de cores.
  Sem paredes, sala de TV, sala de estar, área gourmet e sala de jantar mantém a mesma unidade na decoração. Foto: Fellipe Lima/Divulgação
Sem paredes, sala de TV, sala de estar, área gourmet e sala de jantar mantém a mesma unidade na decoração. Foto: Fellipe Lima/Divulgação
Cada tela posicionada também tem sua história. Os dois quadros com pintura de mulheres negras que dão a sensação de estarem se olhando foram garimpados pelo casal no Instagram, onde descobriram o talento do artista Grilo, de São Paulo, e se encantaram. O quadro na sala de jantar que traz tipografia em tons cinza remete à lua de mel do casal, em Maceió. “Vimos uma obra em um muro que nos encantou, fomos atrás do artista Sagaz e encomendados a tela.”

Área íntima

 No quarto do casal, o aconchego foi conferido pelo uso de uma tonalidade mais clara que no restante do apartamento. Foto: Fellipe Lima/Divulgação
No quarto do casal, o aconchego foi conferido pelo uso de uma tonalidade mais clara que no restante do apartamento. Foto: Fellipe Lima/Divulgação
O quarto do casal é o único ambiente que traz um tom um pouco mais claro, uma opção para deixar o espaço mais aconchegante. A moldura com perfil metálico dourado traz o toque sofisticado que agrada Fabiana. Já para o banheiro do casal, as arquitetas queriam trazer a sensação de uma caixa, com piso, parede e teto revestidos com o mesmo porcelanato. Na área da cuba, optou-se por um revestimento mais neutro, que confere textura.
 No banheiro, o uso do mesmo revestimento no teto, piso e parede passa a ideia de uma “caixa". Foto: Fellipe Lima/Divulgação
No banheiro, o uso do mesmo revestimento no teto, piso e parede passa a ideia de uma “caixa". Foto: Fellipe Lima/Divulgação

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