Arquitetura

Construção suspensa em caixa metálica é destaque na paisagem das Mercês

Stephanie D'Ornelas*
12/06/2018 21:00
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O contraventamento metálico em x da estrutura serve como apoio para fixação de painéis. Foto: Celso Pilati/Divulgação

O número 64 da Rua Padre Anchieta, em Curitiba, pertence a uma construção que se destaca de seu entorno formado por prédios e residências antigas das Mercês. Trata-se de uma imensa caixa metálica suspensa por pilares que a elevam a seis metros do chão, beirando a copa das árvores. Quem passa por ali pode se perguntar o que é o imóvel misterioso com um quê futurista, que pode lembrar uma aranha concretista ou um robô como os de Metalhead, de Black Mirror.
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Foto: Celso Pilati/Divulgação
O imóvel é, na verdade, o estúdio do arquiteto Mauricio Melara, projetado por ele mesmo e sua equipe. A ideia de criar uma estrutura suspensa surgiu de um problema prático: a falta de estacionamento na região, motivo pelo qual o térreo foi totalmente dedicado a este uso. “Os custos de escavação e contenção dificultariam a ideia de executar um subsolo”, explica Melara.
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Os pilares foram inclinados em forma de cavaletes para possibilitar a melhor ocupação do estacionamento. A ligação entre os níveis foi feita por um elevador industrial e escadarias com paredes de policarbonato translúcido, que podem ser usadas como galeria de exposição.
Foto: Mauricio Melara Arquitetura/Divulgação
Foto: Mauricio Melara Arquitetura/Divulgação
O piso foi elevado a sete metros da calçada para aproximar o escritório das árvores da rua, algumas com mais de 15 metros de altura.
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Paredes leves de drywall e o mobiliário feito de materiais reutilizados permitem flexibilidade na ocupação, que tem 144m² de área total edificada. O potencial construtivo do lote foi utilizado ao máximo.
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Foto: Celso Pilati/Divulgação
A estrutura metálica é modular e foi calculada para ser o mais leve possível. A cobertura também é metálica, possui fechamento em telhas termo acústicas e ficam aparentes por dentro, assim como toda a estrutura, que recebeu painéis fotovoltaicos. Para as vedações laterais foram escolhidas chapas cimentícias, chapas de gesso e esquadrias com vidro.
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Foto: Celso Pilati/Divulgação
A laje suspensa foi concretada sobre painéis metálicos do tipo steel deck. O piso de concreto ficou aparente e recebeu uma camada química invisível para proteção.
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Foto: Celso Pilati/Divulgação
“A integração com as edificações vizinhas pesou nas decisões do projeto. De um lado uma residência térrea e de outro um edifício de seis pavimentos. A escala certa para o volume da caixa foi a cota intermediária entre as alturas do entorno”, afirma Melara. “Tendo como partido arquitetônico o nível do piso, o uso do térreo e o sistema estrutural, o projeto tomou sua forma naturalmente”.
Foto: Celso Pilati/Divulgação
Foto: Celso Pilati/Divulgação
O verde da rua está presente também no hall de entrada. De um lado há um jardim vertical com irrigação automatizada com águas fluviais e cisterna aparente, de outro uma jabuticabeira transferida para o local já em seu tamanho adulto.
*Especial para a Gazeta do Povo.

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