Um condomínio de seis casas de aproximadamente 400 m² cada unidade, na Vila Madalena, em São Paulo, será o primeiro empreendimento residencial construído com madeira engenheirada do Brasil. Será o Arvoredo, da construtech Noah. Os imóveis começam a ser construídos em abril de 2023 e estão previstos para serem entregues antes do fim do mesmo ano.

Em geral, no Brasil, as pessoas consideram a madeira um material periférico, pobre, de pouca qualidade, quando se trata de assumir papel estrutural. Mas isso não passa de preconceito, como afirmam os especialistas em reportagem de 2021 de HAUS. Países mais desenvolvidos, como o Canadá e a Alemanha, por exemplo, adotam a madeira como material há muitos anos e atualmente constroem edifícios de vários andares com ela. Devido à tecnologia empregada, a madeira adquire uma resistência mecânica semelhante e até superior ao concreto armado. Por isso, é considerado o material do futuro.

No país já existe um edifício feito a partir da madeira engenheirada. É o prédio de quatro andares da loja de chocolates brasileiros Dengo, inaugurado em 2021, com projeto dos arquitetos Mateus Farah e Manoel Maia, com a Amata. Porém, edifício residencial ainda não há nenhum.

Mas, afinal, o que é essa madeira tão diferente? A madeira engenheirada, também chamada de CLT (madeira laminada cruzada, da expressão em inglês), são pequenas ripas de madeira com cerca de uma polegada de espessura coladas com resina a alta pressão em camadas de 3, 5 ou 7 partes.

Então, além de ser superresistente, o material também torna a construção mais ágil. Com a CLT, por exemplo, a obra dura um terço do tempo de uma obra convencional de concreto e alvenaria. Isso acontece em razão de grande parte do trabalho ser feito antes e fora do canteiro. As peças chegam prontas, já furadas, e aí é só montar com os encaixes metálicos.

As seis casas que farão parte do condomínio Arvoredo vão dispor de isolamento acústico e térmico, reaproveitamento de águas pluviais, infraestrutura para sistema de aquecimento solar, carregador para carros elétricos, depósitos individuais, infraestrutura para aspiração central, segurança exclusiva e reconhecimento facial para controle de acesso, gerador para as áreas comuns e privativas, acabamento alto padrão e louças e metais criados para garantir menor uso de água.

Como pontua o fundador e diretor da Noah, Nicolaos Theodorakis, sustentabilidade e qualidade de vida são premissas básicas para o novo perfil de morador. “O Arvoredo é exclusivo sob duas óticas: espaço e experiência. Afinal, além de provarmos para o mercado que é possível construir um empreendimento charmoso, alto padrão e sustentável a partir da madeira, propomos ao morador a experiência de fazer parte de algo completamente novo e tecnológico”, defende Theodorakis.

Para Theodorakis, o Arvoredo é um novo marco na arquitetura do espaço urbano de São Paulo. “Acreditamos que o lançamento é uma oportunidade de romper barreiras culturais, o famoso ‘ver para crer’. Queremos revolucionar a construção civil no Brasil e mostrar tanto para a sociedade como para os investidores que é possível aproximar as pessoas dos benefícios e bem-estar proporcionados pela madeira, ser sustentável e obter retornos financeiros sólidos, seguros e rápidos”, complementa.

Entre os parceiros do empreendimento, estão a Dexco, maior empresa produtora de painéis de madeira industrializada do Brasil, que será responsável pelos acabamentos da construção com cerâmicas, louças e metais, e a Urbem, companhia de madeira engenheirada do Paraná.

E em parceria com a Archademy, foi realizado um archaton (hackathon da arquitetura) para que arquitetos e designers de interiores do hub criassem a decoração de uma das casas do Arvoredo, respeitando o meio ambiente e o perfil do público-alvo do residencial. Seis escritórios foram finalistas e o grande vencedor assinará a decoração das imagens comerciais do empreendimento.