Arquitetura

Mansão deslumbrante de Curitiba será cenário da 2ª temporada da série O Mecanismo

HAUS
02/05/2019 12:38
Thumbnail

Foto: Alan Weintraub/Divulgação | Alan Weintraub

A segunda temporada da série “O Mecanismo”, que estreia na Netflix no dia 10 de maio, vai trazer algumas cenas gravadas em Curitiba — cidade que foi também sede da maior parte da operação Lava-Jato, que inspira a produção. E uma das locações escolhidas como cenário para as filmagens foi a Casa Vertical, um dos projetos mais emblemáticos do arquiteto Marcos Bertoldi.
A edificação serve como residência ao personagem Ricardo Brecht, correspondente ficcional ao empresário Marcelo Odebrecht interpretada por Emílio Orciollo Netto, e deve aparecer na série apenas internamente, em algumas tomadas da sala principal e hall de entrada, além da exuberante vista para um campo de golfe.
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
O que motivou a escolha foi a disponibilidade do proprietário da residência em ceder o espaço da casa Casa Vertical, mas também o fato de que esta reúne em sua composição uma vasta coleção de obras de arte e mobiliário de design, além de proporcionar uma grande vista de um campo de golfe e incluir em sua arquitetura a tradição do material que é símbolo do modernismo, o concreto armado.
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki
Segundo a Marcos Bertoldi Arquitetura, a casa corresponde às pretensões e ao projeto de vida de um jovem herdeiro e colecionador. O terreno está localizado ao lado Graciosa Country Club, onde fica o campo de golf mais central da cidade. Suas particularidades, como as dimensões, formato, legislação e vizinhança, moldaram e condicionaram diversas decisões do projeto que, à época de sua execução, tinha como objetivo receber grandes festas e recepções.
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub

Base concreta

Construída em um terreno de 1.200 m² em formato triangular, a casa tem cinco pavimentos. O térreo e o primeiro foram destinados para acessos, ao pátio e abrigo de automóveis, serviços, instalações e apartamentos para pessoal, além de uma galeria com acesso à coleção de arte.
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki
O espaço expositivo foi instalado numa planta em T com em pé direito duplo, com uma das pernas do T reservada para um jardim intramuros, previsto para exposição de esculturas, espelho d’água e jardim aquático. A cobertura desta galeria, em terraço jardim, recria o terreno dois pavimentos acima do térreo, disponibilizando uma área gramada acessível a partir do piso dos quartos ou do salão principal instalado na caixa de vidro.
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
A linguagem plástica adotada pelo arquiteto priorizou uma volumetria de blocos maciços em concreto armado em um trabalho de adições e subtrações de massas onde os túneis de circulação das rampas e os volumes das circulações verticais rasgam o corpo principal do edifício, fazendo com que as fachadas sejam representadas pelas circulações que percorrem o prédio.
A fachada frontal, de caráter mais volumétrico e escultórico, tem poucas aberturas em oposição à caixa de vidro, aérea e transparente, que cobre a praça de entrada em pé-direito triplo. “A posterior, mais extrovertida e permeável, é volumetricamente mais movimentada, condicionada pelo forma e proporções do terreno, além da legislação urbana. Inclui diversas aberturas e terraços para melhor integração com a paisagem”, informa o arquiteto.
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
O mobiliário proposto, também entendido como uma coleção, é uma mescla de mobília internacional, trazida de residências anteriores e uma coleção de mobiliário brasileiro autoral, modernista e contemporâneo, criada pelos principais arquitetos e designers brasileiros do século 20 e da geração atual.
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki

Distribuição e pavimentos

A casa, de aproximadamente 1.750 m², foi projetada para um casal e duas meninas. No térreo, além do acesso para veículos, uma grande praça parcialmente coberta pela caixa de vidro, não murada e de proporções monumentais dá acesso ao hall de entrada e para a galeria de arte particular. Subimos aos andares superiores de três formas distintas, por elevador ou rampas para as áreas principais e escadas para as áreas de serviço.
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
“A partir do hall de entrada no térreo subimos dois pavimentos para acessar o piso com ambientes separados pela marcenaria magenta, rasgado por uma janela em fita de 26 metros de comprimento com as primeiras vistas para o campo de golf e acesso ao jardim secreto, contendo este, três espécies de Pau-Ferro (Caesalpinia ferrea), árvore nativa da Mata Atlântica Brasileira”, disse o arquiteto. Este piso é dedicado aos quartos das filhas e hóspedes e das salas de uso mais cotidianos, contendo a principal cozinha da casa que se conecta com as outras duas cozinhas por elevador monta-cargas. Ainda existe uma quarta cozinha para uso do pessoal.
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki
O terceiro piso abriga os maiores espaços e é o piso dedicado as maiores interações familiares e as grandes recepções. É o pavimento da caixa de vidro em pé-direito duplo, que atravessa transversalmente o grande paralelepípedo em concreto armado, debruçando-se sobre o campo de golf numa extremidade e voltado para o skyline do centro da cidade na outra ponta. Este piso também abriga a suíte principal da residência com acesso ao jardim secreto, contendo escada externa para a piscina no terraço superior, além de acesso ao terraço lateral com vistas para o clube.
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
O quarto pavimento contém as principais atividades sociais e familiares para uso diurno: decque e piscina, lounge e bar, com amplas perspectivas para o campo de golf, além de sauna e cozinha com churrasqueira para almoços.
A piscina é revestida em mosaico de vidro a partir de um desenho original do artista plástico Paolo Ridolfi, executado, desmontado e encaixotado em São Paulo e trazido para Curitiba para sua instalação definitiva. O ambiente interno, em mezanino entre os dois vazios da caixa de vidro, abriga mesa para DJ e pista de dança.

Veja mais fotos:

Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alan Weintraub
Foto: Alessandra Okazaki
Foto: Alessandra Okazaki

LEIA TAMBÉM

Enquete

Você sabe quais são as vantagens de contratar um projeto de arquitetura para sua obra de reforma ou construção?

Newsletter

Receba as melhores notícias sobre arquitetura e design também no seu e-mail. Cadastre-se!