Fachada do Palácio da Alvorada. Fotos: Ichiro Guerra/Divulgação
A família Temer vai se mudar para o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da república. A mudança do Palácio do Jaburu ainda não tem data, mas já é confirmada.
A construção projetada pelo titã da arquitetura brasileira Oscar Niemeyer em 1958 é uma das mais importantes do modernismo brasileiro e o primeiro prédio em alvenaria de Brasília.
Localizado em uma península que divide o Lago Paranoá em Lago Sul e Lago Norte, o palácio tem configuração horizontal e uma capela que remete às antigas casas de fazenda do Brasil colonial.
O formato das colunas externas fazem referência clara às redes estendidas em varandas, como as que contornavam os casarões coloniais. O desenho das colunas deu origem ao símbolo e emblema presente no brasão do Distrito Federal.
O subsolo abriga um auditório para 30 pessoas, sala de jogos, almoxarifado, despensa, cozinha, lavanderia e a administração da casa. O térreo é repleto de salões utilizados pelo presidente para compromissos oficiais de governo, e o primeiro andar constitui a parte residencial, onde se encontram quatro suítes e salas íntimas.
O palácio conta ainda com um espelho d’água, que reflete a imagem da edificação, criando um espaço virtual infinito, complementado com a escultura em bronze “As Iaras”, do artista plástico e escultor brasileiro Alfredo Ceschiatti.
De 2004 a 2006, sob a batuta do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o palácio passou por restauração com supervisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e apoio da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
A intervenção respeitou o projeto original, contando com a colaboração do próprio Oscar Niemeyer. O foco principal da restauração foi a infraestrutura que se encontrava em estado de deterioração avançado.
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O salão nobre é composto por quatro ambientes. Em primeiro plano, destacam-se duas esculturas de Victor Brecheret intituladas “Morena” e “Saindo do banho”. À direita, encontra-se espaço contemporâneo guarnecido com móveis de Mies van der Rohe. Ao fundo, dois ambientes com mescla de móveis antigos e contemporâneos, brasileiros e estrangeiros. Entre estes, dois tocheiros em madeira dourada e duas peças sacras – “Sagrada Família” e “Santana Maestra” – estão expostas em mesa do século XVIII. Na parede à direita, quadro de Aldemir Martins, intitulado “Vaqueiro” e à esquerda, sobressaem duas obras de Cândido Portinari: “Jangadas do Nordeste” e “Os Seringueiros”
Sala de almoço, intervenção de 1992 autorizada por Oscar Niemeyer, é mobiliada com mesa e doze cadeiras inglesas da escola Chippendale e duas outras mesas brasileiras. O conjunto de louça é da Companhia das Índias, do século 17
Sala de música com piano de calda, parede de vidro para dar maior amplitude e misto de móveis contemporâneos, modernos e clássicos
Mezanino do Palácio da Alvorada. Ao fundo, tapeçaria Múmias, de Di Cavalcanti, urnas mortuárias Marajoara e duas estatuetas de Alfredo Ceschiatti
A sala de espera é decorada com uma tapeçaria de Concessa Colaço, com o título de “Manhã de cores”, dois quadros de Vicente do Rego Monteiro e uma obra de Carlos Scliar
O salão de estado é mobiliado com mescla de móveis contemporâneos e antigos. Neste ambiente, destacam-se duas imagens sacras, “Santa Maria Madalena” e “Santa Tereza d’Ávila”, em estilo barroco, do século XVIII. Na parede de jacarandá-da-baía, sobressaem a tapeçaria de Kennedy Bahia e quadros de Djanira, Alfredo Volpi, entre outros
Salão de banquetes, concebido por Ana Maria Niemeyer, responsável pela decoração original do palácio e autora do desenho das cadeiras. A mesa pode ser montada de várias formas e tamanhos e pode chegar a possuir até 50 lugares
Detalhe colorido da capela, com projeto decorativo assinado por Athos Bulcão. Destaque para as paredes revestidas de lambril de jacarandá-da-baía folhado em ouro
Biblioteca do palácio: participaram de sua concepção Manoel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Francisco Assis Barbosa, Celso Cunha, Antonio Houaiss e Edson Nery da Fonseca. São mais de 3 mil obras e a decoração fica por conta de uma tapeçaria de Di Cavalcanti e três mapas antigos emoldurados: mapa da América do Sul (1645), carta geográfica do Brasil (sem data) e mapa do Brasil com as capitanias gerais (1656)
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