Arquitetura

De juiz a embaixador no Japão: veja a formação do júri do maior prêmio de arquitetura do mundo

Aléxia Saraiva
24/08/2018 18:44
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Juiz Stephen Breyer, da Suprema Corte americana, vai substituir dois jurados do Pritzker que se aposentam neste ano. Foto: Flickr/U.S. National Archives

O Pritzker Prize — prêmio internacional considerado a maior honraria da arquitetura — anunciou, no último dia 16, o novo líder do seu corpo de jurados a partir da próxima edição: Stephen Breyer, juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos. Ele integra o júri da premiação desde 2011 e sucede o arquiteto australiano Glenn Murcutt na função.
O júri da edição 2019 do prêmio será composto por Breyer e mais seis jurados, cada um de uma nacionalidade: Brasil, Japão, China, Itália, Inglaterra, Estados Unidos e Índia. Juntos, os especialistas vão selecionar para quem vai o “Oscar da arquitetura em 2019”. Conheça quem são eles:

Stephen Breyer, o presidente

Breyer é especialista em direito administrativo, chegou a trabalhar no Caso Watergate como assistente de promotor e já foi professor do curso de direito de Harvard. Seu interesse pela arquitetura esteve representado em um de seus casos: ele supervisionou a construção do tribunal de justiça norte-americano John Joseph Moakley e Parque Harbor, em Boston. Ele trabalhou junto do arquiteto Henry Cobb, do escritório Pei Cobb Freed and Partners, na elaboração do projeto da corte.
O John Joseph Moakley US Courthouse and Harbor Park. Foto: Reprodução/Architecturescope
O John Joseph Moakley US Courthouse and Harbor Park. Foto: Reprodução/Architecturescope
Ele também é autor do livro Celebrating the Courthouse: A Guide for Architects, Their Clients, and the Public (Celebrando o tribunal de justiça: um guia para arquitetos, seus clientes e o público, em tradução livre), no qual explora quais são as possibilidades e necessidades que devem estar presentes em um projeto arquitetônico desse tipo de construção.

André Corrêa do Lago, diplomata

Foto: Embaixada do Brasil em Tóquio
Foto: Embaixada do Brasil em Tóquio
O Brasil é contemplado no júri por André Corrêa do Lago, atual embaixador do país no Japão. O diplomata foi influenciado pelos pais no gosto pela arquitetura desde criança, observando obras que iam de construções coloniais a projetos do Niemeyer. “Tive a sorte de viajar bastante – meu pai também era diplomata – e de estar sempre cercado por muitos livros. Nunca quis ser arquiteto, mas sempre tive um enorme interesse e, a partir dos quinze anos, passei a ler muito sobre o tema”, ele contou em entrevista exclusiva à HAUS. “É óbvio que também me influenciou muito o fato de ser de um país em que a arquitetura é excepcional”. Leia aqui a entrevista completa.

Kazuyo Sejima, arquiteta

Foto: divulgação
Foto: divulgação
A japonesa Kazuyo Sejima lidera a o estúdio de arquitetura SANAA desde 1995 com seu sócio Ryue Nishizawa — ambos premiados pelo Prietzker em 2011. Suas obras são caracterizadas por uma permeabilidade entre os ambientes interno e externo, sempre trazidos com curvas e trazendo conectividade com o meio. Seu trabalho encontra reflexo por todo o mundo, tanto pelos projetos entregues como por já ter lecionado arquitetura em universidades na Itália, Japão, Estados Unidos e Áustria.
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Wang Shu, arquiteto

Wang Shu, arquiteto chinês que ganhou o Pritzker em 2012.
Wang Shu, arquiteto chinês que ganhou o Pritzker em 2012.
Seguindo Sejima na lista de vencedores do Pritzker, Wang Shu teve seu trabalho laureado em 2012. Na ocasião, o arquiteto chinês foi homenageado por sua obra artesanal e respeitosa com o meio ambiente. Ele também é decano do curso de arquitetura na Academia de Artes da China. Ele é um dos expoentes de seu país na busca da arquitetura chinesa por uma linguagem própria.

Richard Rogers, arquiteto

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Nascido na Itália mas naturalizado britânico, Richard Rogers, que levou o Prietzker em 2007, defende veementemente que a arquitetura e o urbanismo devem melhorar a qualidade de vida nas cidades, conciliando iniciativas públicas e cuidado com meio ambiente. No seu currículo, ele projetos de planejamento urbano em Londres, Lisboa, Berlim, Nova York e Xangai. Atualmente, tem trabalhado na integração dos subúrbios de Paris.

Benedetta Tagliabue, arquiteta

Foto: Vicens Gimenez
Foto: Vicens Gimenez
Benedetta Tagliabue é uma arquiteta italiana diretora do escritório EMBT Miralles Tagliabue, criado em 1994 em Barcelona, na Espanha, e desde 2010 com uma filial em Xangai. Sua obra é poética e sempre comprometida com seu contexto social. Alguns de seus projetos de destaque são o Parlamento Escocês em Edimburgo e o Mercado Santa Caterina em Barcelona.

Ratan N. Tata, empresário

Foto: Mint
Foto: Mint
Ratan Tata é o fundador e ex-presidente do Grupo Tata, uma holding indiana. Ele participa do conselho administrativo de diversas empresas que investem em alta tecnologia, como a Mitsubishi Corporation e a Rolls-Royce. Ele é graduado em arquitetura e também tem no currículo um curso de administração em Harvard.

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