Com a possível indicação de Eduardo Bolsonaro ao posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, uma curiosidade que surgiu diz respeito à residência que ele ocuparia em Washington. HAUS foi em busca das referências arquitetônicas e históricas da Villa McCormick, nome dado pela comissão de Belas Artes de Washington, a atual Embaixada Brasileira nos Estados Unidos.
A casa foi desenhada pelo arquiteto John Russell Pope e finalizada em 1931. O conjunto de obras do projetista inclui a Galeria Nacional de Arte e o Memorial de Theodore Roosevelt, ambos considerados cartões postais de Washington. Além disso, muitos prédios públicos, faculdades e igrejas já haviam sido projetados por ele até a primeira metade do século 20.
O edifício foi comprado pelo governo brasileiro três anos depois de sua construção e custou, na época, US$ 200 mil aos cofres públicos. A aquisição veio, principalmente, para resolver o inconveniente da falta de local permanente para acolher um representante diplomático brasileiro na capital estadunidense.
O exterior da construção foi concebido com linhas semelhantes às de um palácio italiano do século 15, inspirado especificamente pelo Palazzo Massimi Colonne. Trata-se de uma estrutura típica de um palácio renascentista.
A fachada é austera, simétrica, monocromática e com poucos elementos ornamentais.
Área interna da embaixada brasileira nos Estados Unidos
O espaço interno chama a atenção pela elegância. Algumas das mobílias foram deixadas pelos primeiros moradores do palácio, o embaixador norte-americano Robert S. McCormick e sua mulher Katherine.
Todos os espaços contam com grandes lustres, vasos e obras de arte.
A residência dispõe de vários espaços para encontros e reuniões. Há até mesmo um elevador para facilitar o deslocamento dos convidados.
O palácio tem uma ampla sala de jantar para receber autoridades diplomáticas que visitam a cidade. Uma das obras que fazem parte do acervo do local é “Duel”, de Manabu Mabe (à esquerda), artista japonês naturalizado brasileiro e pioneiro do abstracionismo no Brasil.
O forro do espaço é todo trabalhado com sancas ornamentadas e estruturas decorativas.
No mobiliário, revestimentos e objetos de decoração, nota-se a influência francesa e inglesa.
São muitas as obras dispostas ao longo dos cômodos. Entre elas, telas dos brasileiros Di Cavalcanti e Candido Portinari.
O embaixador usualmente divide o espaço de seu lar com comitivas que visitem a cidade, o que inclui presidente, ministros, governadores ou parlamentares.
Para auxiliar nos serviços domésticos, o embaixador tem a seu dispor uma equipe de funcionários, como mordomo, cozinheiros, copeiro e motorista.
As louças com brasão nacional e prataria fina costumam servir eventos mais sofisticados.
O projeto, pensado em detalhes, inclui mobiliário clássico, em madeira nobre e maciça.
Muitos ornamentos podem ser vistos nos móveis da residência oficial.
Anexo da embaixada
Ao lado do palácio há um prédio modernista de vidro foi construído pelo arquiteto Olavo Redig de Campos. Ele serve como chancelaria, sendo possível que o embaixador caminhe poucos metros entre os dois edifícios para cumprir seu expediente.
Olavo Redig foi chefe do Serviço de Conservação do Patrimônio do Itamaraty entre a década de 1940 e 1970. Além do trabalho em Washington, teve participação na construção da chancelaria de Lima (Peru) e Buenos Aires (Argentina), além de projetos para o Centro Cívico de Curitiba e para a Assembléia Legislativa do Paraná.
