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Arquitetura

Cozinhas passam de coadjuvantes a protagonistas em projetos com muita cor na marcenaria e nas paredes

Isadora Rupp, especial para a HAUS
12/02/2021 17:17
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Projeto da arquiteta Marina Carvalho de uma cozinha integrada: ao juntar ambiente com a sala, siga linguagens semelhantes.

O primeiro apartamento comprado pela arquiteta Marina Carvalho, há pouco mais de 10 anos, teve um projeto totalmente colorido em todos os cômodos, inclusive na cozinha. Na época, o creme e o branco ainda predominavam e sair do básico era uma ousadia. A sua casa acabou servindo como vitrine para quem, assim como a arquiteta, queria um lar com personalidade.
Ao longo dos anos, Marina foi percebendo que os clientes estavam perdendo o medo dos tons intensos, inclusive, na cozinha.
Reunimos dicas da arquiteta, de alguns projetos - dela e de outros escritórios - para quem está pensando em mudar o lugar que é o coração da casa:

1 - Escolha a sua paleta de cores 

Segundo a arquiteta Marina Carvalho, antes de iniciar um projeto, ela envia aos clientes um questionário e, uma das perguntas, são as cores que gosta e quais evita, para criar uma paleta e uma composição de agrade.
Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Apenas a pedra, segundo a profissional, é interessante que seja em um tom mais claro. “Sempre pergunto se ele prefere ver a sujeira ou não e a resposta unânime é que prefere que a sujeira fique aparente para limpar do que oculta”.
Quartzo em tom claro é boa opção para bancadas. Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Quartzo em tom claro é boa opção para bancadas. Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Ela sugere o quartzo, que é resistente, para esse fim. Tampos em tons claros, diz ela, também deixam a cozinha mais leve.

2 - Vai integrar cozinha e sala? Adeque a linguagem 

A tendência de deixar os dois ambientes juntos exige que a cozinha, salienta Marina, seja mais social. “Já fiz cozinhas de tijolinho aparente porque tinha a ver com o restante da linguagem da casa. Nesse caso a cozinha precisa ter menos cara de cozinha”.

3-  Cores na marcenaria e nas paredes 

Se a cozinha e as paredes têm uma base neutra, a marcenaria pode receber cores, sejam discretas, vibrantes ou uma mistura de ambas. Quer quer uma proposta mais delicada deve escolher cores claras ou pastéis.
Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Em ambientes mais clássicos, verde e azul escuros são boas alternativas, como neste projeto do Estúdio Maré, que elegeu o azul em um tom mais fechado como a cor protagonista da cozinha:
 Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.
Se a decisão for deixar o colorido nas paredes, com tintas, azulejos divertidos ou pastilhas, também é necessário escolher um tom como base e ficar livre para aplicar cores distintas ou vibrantes em determinados pontos.
O importante, de acordo com a arquiteta, é evitar exageros, para que a cozinha fique diferente, mas sem excessos.
Cozinha com cor mas sem excessos, em projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Cozinha com cor mas sem excessos, em projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
“Quando se escolhe cor nas paredes ou azulejos como o lurca, economizo na marcenaria e no piso para equilibrar. Informação demais fica over”, indica.

4 - Neutra com pontos de cor 

Quem ainda tem receio de investir em uma cozinha colorida - ou mora em um espaço alugado e não quer investir em grandes projetos - usar objetos e utensílios coloridos são boas soluções para dar uma cara nova ao ambiente.
Projeto de Marina Carvalho: eletrodomésticos vermelhos deram vida ao ambiente, mais neutro. Foto: Divulgação.
Projeto de Marina Carvalho: eletrodomésticos vermelhos deram vida ao ambiente, mais neutro. Foto: Divulgação.
Hoje há no mercado fogões, geladeiras e eletrodoméstico coloridos, e com uma cara retrô, que ajudam a renovar o ambiente.
Outra possibilidade é deixar apenas uma parte da marcenaria com um tom que se destaque do restante mais neutro, como no caso dessa cozinha compacta projetada pela Stal Arquitetura:
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Neste projeto, os neutros cinza e branco ganharam alegria com o armário amarelo vivo; a cor é uma das que mais combina com os acinzentados.

5- Usabilidade em primeiro lugar

Pense na manutenção da cozinha: segundo ela, não deixar tantos objetos e eletrodomésticos aparentes é uma das dicas para facilitar a limpeza no dia a dia. “A casa é uma casa real, para as pessoas curtirem, e não para ter trabalho”, frisa a arquiteta. A disposição dos eletrodomésticos é outro aspecto fundamental - os itens essenciais da cozinha, o cooktop/fogão, geladeira e pia - não podem ficar um na frente do outro. “Por isso muitas cozinhas são em formato de corredor, para não ter carga de circulação”, ensina Marina. 
Formato corredor da cozinha não sobrecarrega circulação. Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Formato corredor da cozinha não sobrecarrega circulação. Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
Projeto de Marina Carvalho. Foto: Divulgação.
A cozinha pode ser linda na referência do Pinterest ou no folder do apartamento decorado. Mas, será que ela funciona no seu dia a dia? “A função do arquiteto é resolver o funcional. A estética é uma consequência. Por isso a cozinha tem que ser feita de acordo com o perfil do cliente. Por isso é importante saber: a pessoa gosta de cozinhar ou só pede delivery? Quantas vezes vai ao supermercado por mês ou por semana? Isso tudo direciona na hora de fazer o projeto”, fala Marina Carvalho.

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