Arquitetura

Cristo Redentor custa R$ 5 milhões por ano; visitantes podem contribuir com a manutenção

Luciane Belin*
19/09/2018 20:03
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Foto: Ricardo Cohen/ Wikimedia Commons

A administração do Cristo Redentor e do platô onde está o monumento foram discutidas na última sexta-feira (14), durante um encontro com a presença do Ministro do Meio Ambiente, Edson Fonseca, e representantes da Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O motivo do evento, segundo o vigário do Santuário que fica no topo do Corcovado, Marcos Willian Bernardo, existia até então uma série de desentendimentos com relação às atribuições de cada entidade envolvida na rotina de cuidados com o espaço. Embora a gestão do Parque Nacional da Tijuca, onde estão o Cristo Redentor e seu platô, sejam do ICMBio, uma autarquia do Ministério do Meio Ambiente (MMA), quem responde pela manutenção da estátua do Cristo desde sua fundação, em 1931, é a Igreja Católica.
Foto: Nico Kaiser/ Wikimedia Commons
Foto: Nico Kaiser/ Wikimedia Commons
Para tornar a administração do espaço mais assertiva, foram definidos novos termos entre as partes.  A principal das mudanças realizadas diz respeito à arrecadação de recursos para o monumento. Atualmente, todo o valor arrecadado com a venda de ingressos — para os mais de 3,3 milhões de visitantes por ano, de acordo com dados de 2017 —  para visitar o monumento é destinada à manutenção do Parque Nacional, e não da estátua em si, que sobrevive de recursos vindos da própria Igreja e da doação de parceiros e voluntários.
Por conta disso, uma nova ação foi lançada para incentivar contribuições dos visitantes. O programa, que se chama Amigos do Cristo, permite que as pessoas contribuam com o valor de 1 dólar para a manutenção da estátua e esclarece para a população o destino do ingresso. “A pessoa paga pensando estar colaborando com o Cristo, mas não está, então a ideia veio do MMA. Colocou-se um dispositivo no bilhete, seja online ou na bilheteria física, e o visitante pode dizer que quer colaborar com a manutenção e tudo aquilo que o Cristo realiza”, diz.
Foto: Rodrigo Soldon Souza/ Flickr
Foto: Rodrigo Soldon Souza/ Flickr
Segundo ele, existe uma rotina de manutenção do monumento que, entre os cuidados com a estrutura, o pagamento de pessoal e a sustentabilidade de ações sociais e culturais realizados pelo Santuário, custa cerca de R$ 5 milhões por ano, dos quais metade envolve somente a estrutura física.
“Por exemplo, as peças, o piso, tudo é tombado, então tem que manter sempre novo, em condição de uso. Existe uma equipe da Mitra Arquiepiscopal, um departamento exclusivo para cuidar dos patrimônios da arquidiocese, e, para os trabalhos mais especializados, nós contratamos especialistas restauradores que ajudem a manter a integridade do patrimônio”, detalha.
Foto: Herbert Tavolaro/ Wikimedia Commons
Foto: Herbert Tavolaro/ Wikimedia Commons
O valor gasto com manutenção predial do Cristo Redentor, no entanto, não é fixo, varia de acordo com as condições climáticas. “É um mito dizer que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Ele cai sim, e o dedo indicador da mão esquerda do Cristo é a prova disso. Nestes casos, essa correção é feita por meio de rapel, para não ficar muito caro, porque se for fazer com estrutura de andaime, encarece”, exemplifica.
Ele explica ainda que, as manutenções são variáveis e “pode ter um ano em que se fez a manutenção de algo que se apresentou, mas no ano seguinte não necessariamente você vai voltar àquele defeito, então pode cair o valor. O que se tem mais são lâmpadas, iluminação projetada, o próprio equipamento que precisa ser trocado e o entorno, que também exige a manutenção.
Doações de outros valores também podem ser feitas pelo site Amigos do Cristo ou pelo telefone (21) 3231-3560.
*Especial para Haus.

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