Urbanismo

Arquitetura

Estudantes propõem rotas de ciclovia para interligar cidades do Oeste do Paraná

Isadora Rupp, especial para a HAUS
23/02/2021 21:09
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Proposta de alunos de Arquitetura e Urbanismo prevê ciclovia interligando cidades no Oeste do Paraná.

Das 1.851 mortes de ciclistas no trânsito brasileiro em 2018, 30% ocorreram no Paraná, segundo dados da Confederação Nacional de Transportes. O índice foi uma das informações que levou um grupo de estudantes de Arquitetura e Urbanismo a criar um projeto que prezasse ao máximo pela segurança dos ciclistas e permitisse a locomoção por uma rota turística, ligando as principais cidades do Oeste do Paraná: Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo. 
Batizada de "Cicloeste", a proposta, elaborada por um grupo de alunos de diferentes períodos da disciplina Investigação das Cidades, da FAE Centro Universitário, trouxe como ideia central explorar o cicloturismo na região, partindo do fato de que as Cataratas do Iguaçu é um destino mundial para o turismo (em 2019, mais de 2 milhões de turistas passaram pelo parque). "A mobilidade sustentável poderia então explorar cidades do entorno que não tem essa valorização do turismo", acredita Lourdes Serbake, uma das estudantes do grupo, que é formado também por Lukasz Staniszewski, Paula Alano, Tabatha Saucedo, Giovana Martins Silva e Claudia Mimbela.
Além da ciclovia, os alunos pontuaram as principais atrações turísticas de cada uma das três cidades e de outros cinco municípios menores da rota (Santa Terezinha de Itaipu, Medianeira, Vera Cruz do Oeste, São Pedro do Iguaçu e Santa Tereza do Oeste). Na proposta, há ainda os principais serviços de cada cidade e sugestões de passeios, apostando principalmente no turismo ecológico e de aventura, uma vez que a região é rica em atrações, como cachoeiras, parques ecológicos e trilhas.

Infraestrutura

Além da pintura da ciclovia em um tom vivo, com a intenção de chamar atenção e alertar os motoristas, os alunos destacaram ainda a importância da sinalização por toda a rota, para que o ciclista se sinta mais protegido. "Boa parte do fato de o ciclista se sentir seguro passa pelo urbanismo", frisa Claudia Mimbela. A estudante peruana de 22 anos, que vive em Curitiba desde os 12, está passando uma temporada em Salvador (viável pelo ensino remoto), e diz que observa uma diferença de tratamento em relação ao ciclista. "Em Salvador as pessoas respeitam mais porque é algo que se faz presente no dia a dia. Por isso acredito que além da estrutura das ciclovias, é necessário educar mesmo os motoristas. Falar mais sobre isso nas auto-escolas, por exemplo" sugere.
O projeto também prevê ainda uma espécie de "pit stop" próprio a cada 25 quilômetros em média, para que o ciclista tenha um lugar equipado e seguro para descanso e manutenção, com acesso a máquinas de água, comida, compressor de ar para os pneus e outros equipamentos. "Chegamos nessa quilometragem por uma média do que um ciclista com alguma experiência consegue percorrer tranquilamente", explica Claudia. O local também foi desenhado pelos alunos para ser o mais sustentável possível, inclusive com energia solar.
A Cicloeste não ficará restrita ao meio acadêmico: o grupo de alunos está conversando com deputados estaduais ligados ao ciclo-ativismo e ao turismo para que o projeto deles sirva de base para ideias mais robustas que podem vir a ser executadas pelo governo do estado.

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