Arquitetura

França aprova construção de projeto moderno em Notre-Dame

Gazeta do Povo
12/08/2019 21:10
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Foto: divulgação/Zeyu Cai e Sibei Li

Depois do incêndio que destruiu parte da Catedral de Notre-Dame, em Paris, no dia 15 de abril, a Assembleia Nacional da França aprovou o projeto de lei de reconstrução da igreja. A medida, no entanto, é controversa: ela abre espaço para que um novo pináculo com características contemporâneas dê lugar ao que foi derrubado pelo fogo.
A decisão é contrária a que havia sido aprovada anteriormente pelo Senado francês, que havia decidido que o projeto deveria ser fiel ao “último estado visual conhecido”, e que o uso de material diferente do original teria de ser justificado. Essa demanda não foi adotada no texto aprovado, o que abriu margem para a discussão proposta ainda em abril, quando o Primeiro Ministro Edouard Philippe anunciou que a França lançaria um concurso internacional de arquitetura para reconstruir a parte estrutural que desabou no incêndio.
Foto: Bigstock
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A medida votada pela Assembleia, adotada em 16 de julho, prevê que o novo pináculo seja construído em até cinco anos — prazo sugerido pelo presidente Emmanuel Macron e que tem sido alvo de controvérsia.
As obras estão paradas desde 25 de julho por conta do risco de contaminação por chumbo decorrente do incêndio. Segundo o Le Monde, o fogo provocou a fusão e difusão de 400 toneladas do elemento químico, subindo a taxa presente no sangue de frequentadores da região para um número superior ao indicado pela Agência Regional de Saúde. A nova previsão de retomada dos trabalhos é o dia 16 de agosto, com a garantia de que se atendam às recomendações trabalhistas.

Novo pináculo

Após o incêndio, a editora de livros independentes GoArchitects promoveu o concurso “The People’s Notre-Dame Design Competition” para reunir ideias para o novo pináculo, que recebeu projetos de mais de 200 designers de 56 países diferentes, com o intuito de reunir os preferidos em um livro. Em julho, mais de 30 mil pessoas votaram em seus projetos favoritos.
Os vencedores do concurso foram os arquitetos chineses Zeyu Cai e Sibei Lin, com o projeto denominado “Paris Heartbeat”. A ideia para o novo pináculo é composta por um telhado com múltiplos espelhos que refletem o seu exterior — o que cria um novo visual para o ambiente urbano para cada perspectiva.
A torre é composta por um caleidoscópio em vidro que emula o efeito dos vitrais da catedral, criando um reflexo interno que tinge a luz conforme ela passa para o interior do edifício.
O topo da torre é equipado com uma cápsula do tempo projetada para ser aberta a cada 50 anos, também brincando com o imaginário histórico da cidade. A surpresa é que ela levita: a partir de uma instalação magnética, ela flutua enquanto “mantém a memória do passado e reserva o espaço para a história futura”.
“Acreditamos que o incêndio de 2019 vai marcar uma nova era para Notre-Dame. A cada momento, o edifício terá um novo visual, combinando com o ambiente urbano em mudança. Uma forte ligação entre o edifício, a cidade e o tempo é criada com essa reflexão”, afirmam os arquitetos em seu projeto.
Confira aqui todos os inscritos.

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