Tido entre as lendárias casas noturnas que marcaram a Curitiba dos anos 1990, o Studio 1250 irá reabrir suas portas nesta sexta-feira (10), após 18 anos de seu fechamento. Localizado no Atuba, mesma região que abrigou o primeiro endereço da balada, o prédio que será a nova casa do 1250 terá na nostalgia seu principal destaque.

Isso porque, além do nome, sua estrutura será semelhante à do antigo espaço, com decoração repleta de referências oitentistas, memorabília e equipamentos originais da danceteria – além dos drinks e playlists que também estão na memória dos antigos frequentadores.

“Vimos a necessidade de uma casa que tocasse esse tipo de música, dos anos 1970, 1980 e 1990. Foram dois anos de busca até encontrarmos esta casa, que fica um pouco mais afastada das residências vizinhas, para não atrapalhar ninguém”, conta o empresário Júlio Reis, que era DJ residente do 1250 e está à frente da reabertura da casa juntamente com um segundo sócio.

Com 940 m², o imóvel que tem no nº 901 da Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes seu endereço conta com dois pisos e estacionamento para cerca de 80 vagas (a previsão é de que, no futuro, este número chegue a 150).

O primeiro deles, entrada do estabelecimento, receberá a segunda pista da casa, além de um palco e um bar. Com piso zebrado em preto e branco, o destaque fica por conta do teto coberto por páginas de 130 gibis com histórias de Zé Carioca, Tio Patinhas e Recruta Zero, adquiridos em sebos, no acervo pessoal de Júlio e doados por amigos da casa.

“Queríamos que o acabamento do teto tivesse uma [pegada] bem anos 1980, e os gibis foram febre neste período”, explica o empresário. Os tradicionais globos espelhados e a “aranha” com luzes coloridas complementam a ambientação do espaço e garantem o clima de balada.

À frente desta pista, o lounge traz camarotes estofados com estampas vintage e mesa com tampo que faz referência ao brinquedo Genius, outro ícone dos anos 1980. De acordo com Julio, a intenção é a de que ele seja substituído por uma tela que permita aos frequentadores jogarem enquanto estiverem no espaço.

Localizada no piso inferior do imóvel, a pista principal também contará com piso alvinegro e terá suas paredes pintadas na cor preta. “Isso realça toda a iluminação”, explica Julio.

O jogo de luzes, inclusive, é o ponto alto do projeto. Praticamente todos os equipamentos são originais do antigo Studio 1250, incluindo o Orion e a “mimosa”, que se movem horizontal e verticalmente sobre a pista de dança por um sistema de braços e trilhos. “Há três exemplares dela em funcionamento no Brasil, e uma é a nossa”, destaca Julio.

Tais equipamentos ficaram conhecidos como as estrelas da famosa cena de abertura da pista da antiga danceteria, que também estará presente nas noites do novo Studio 1250. “Quando você fala em flashback mexe com o sentimento das pessoas. E isso precisa ser respeitado”, resume o empresário ao justificar a reabertura da casa com as mesas referências ambientais, sonoras e gastronômicas do antigo espaço.