Uma das igrejas mais representativas do conjunto histórico de Ouro Preto, em Minas Gerais, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias será restaurada. Sede do Museu Aleijadinho e local onde o mestre do barroco brasileiro está sepultado, a construção terá seus elementos artísticos recuperados em obra prevista para o início de 2019 e conduzida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que já concluiu a licitação para tal feito.

Orçada em R$ 3,6 milhões, a obra refere-se à segunda etapa do restauro da matriz, que já teve sua estrutura arquitetônica recuperada em 2017, em uma ação que incluiu a substituição das instalações elétricas e de prevenção e combate a incêndio e o resgate das cores originais da igreja, por meio de iconografias históricas, prospecções cromáticas e relatos de antigos moradores da cidade. Agora, nesta nova fase, a restauração será focada nos elementos artísticos integrados à igreja, que incluem altares e forros, como explica em nota o Iphan.

“Agora em janeiro, iniciaremos mais uma etapa de obra, garantindo o resgate do Santuário em toda sua riqueza e esplendor. A inquestionável relevância artística e arquitetônica da Matriz de Antônio Dias para Ouro Preto é resultado dos esforços de diversas irmandades e estratos sociais, ainda nos tempos de sua construção, que possibilitou a reunião dos trabalhos de alguns dos mestres do barroco mineiro, como Manuel Francisco Lisboa e Aleijadinho”, destaca também em nota Robson de Almeida, diretor do Departamento de Projetos Especiais do Iphan.

Assim como ocorre com a recuperação do conjunto histórico de Antonina, no Paraná, a restauração da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias está contemplada no PAC Cidades Históricas. Em Ouro Preto, o programa tem previsão orçamentária de R$ 35 milhões e contemplará 15 ações, como a restauração dos Chafarizes do Centro Histórico (já concluída).

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias teve sua construção iniciada em 1705. 22 anos depois, ela foi ampliada em um novo edifício, cujas obras se estenderam até a segunda metade do século 18. Tal construção foi conduzida pelos mestres Aleijadinho e Manuel Francisco Lisboa, que também está sepultado no local.

Uma das maiores e mais importantes igrejas de Ouro Preto, a matriz foi tombada isoladamente pelo Iphan em 1939 e integra o conjunto histórico de Ouro Preto, tombado pelo instituto em 1938 e primeira cidade brasileira listada como Patrimônio da Humanidade, conferido pela Unesco, em 1981. A construção também abriga o Museu Aleijadinho.