Hello Wood Argentina 2020

Arquitetura

Inspirado na capoeira, pavilhão brasileiro é destaque em tradicional festival de arquitetura de madeira

Luan Galani
24/06/2020 21:31
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Pavilhão Ginga foi a única construção brasileira entre as 10 arquiteturas experimentais da Hello Wood Argentina 2020. | Guilherme Schmitt/Divulgação

Quatro arquitetos de Curitiba, capital do Paraná, foram os únicos profissionais brasileiros escolhidos para participar da edição latino-americana do tradicional festival de arquitetura de madeira, o Hello Wood 2020, na Argentina. Giovanna Taques, Guilherme Schmitt, Victor Escorsin e João Vitor Sarturi tiveram o projeto Ginga escolhido a dedo pelo curador Jaime Grinberg, um dos grandes arquitetos argentinos.
Das centenas de projetos inscritos, apenas 10 foram selecionados. A principal diretriz era abordar o conceito de sobreposição e utilizar apenas 1 km de madeira - com barrotes de 3 metros de 4,5 cm x 4,5 cm - na construção. O pavilhão da equipe brasileira foi inspirado pelo gingar, o movimento básico da capoeira, que está intimamente ligado à ideia de movimentar-se de uma forma harmoniosa, nunca sozinho, em roda, em uma constante troca entre os indivíduos.
Piso monolítico tem movimento horizontal livre cada vez que uma pessoa se movimenta, proporcionando que todos sintam a presença e interferência uns dos outros.
Piso monolítico tem movimento horizontal livre cada vez que uma pessoa se movimenta, proporcionando que todos sintam a presença e interferência uns dos outros.
"A abordagem ao tema partiu do entendimento que interagimos com duas esferas de camadas: as interpessoais e as virtuais. As camadas interpessoais são aquelas a partir das quais nos formamos como indivíduos: a cultura, as experiências, os sucessos e fracassos, as crenças e línguas", explica um dos autores do projeto, o arquiteto Victor Escorsin.
"Ao mesmo tempo, as camadas virtuais constituem e organizam o espaço vivido: paralelos e meridianos, fronteiras, limites, o desenho urbano e os eixos construtivos, alguns dos quais se fazem tangíveis através da materialização de um edifício, por exemplo. Ao mesmo tempo, as que permanecem intangíveis, continuam a influenciar diretamente o todo."
Construção experimental foi projetada para despertar a consciência da sobreposição interpessoal.
Construção experimental foi projetada para despertar a consciência da sobreposição interpessoal.
Com o piso monolítico suspenso por 180 metros cabos de aço, o chão se movimenta de forma livre e horizontal em todas as direções, causando interações inesperadas e espontâneas entre os ocupantes e o coletivo do espaço.
Escorsin conta ainda que a equipe escolheu inserir uma luminária no centro para despertar a curiosidade e criar dinâmicas de uso na área. "Ela é vermelha para não agredir os olhos, para chamar atenção e para que não atraia mosquitos, já que era uma área de campo", esclarece.
O espaço tinha uma luminária vermelha no centro.
O espaço tinha uma luminária vermelha no centro.
Ao todo o espaço ficou com 73 m² e a construção contou com a ajuda dos estudantes: Demian Miguel Rached, Ezequiel Javier Villani, Florencia Renata Lombardozzo, Juan Agustin Fernandez, Julia Martinez Rainero, Luisina Sosa, Marco Felipe Parra Gómez, Matilde Dal Maso, Sofía Magdalena de Sousa Matías e Valentina Zuluaga.

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