Arquitetura

Lugar de vinho é na adega

Laura Beal Bordin, especial para a Gazeta do Povo
26/09/2013 03:24
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A adega integrada ao escritório é um projeto da Lacava Adegas Personalizadas em parceria com a arquiteta Laline Bittencourt

Como os apartamentos estão cada vez menores, poucas pessoas dispõem de um cômodo inteiro para transformar em uma adega, mas a solução pode estar em pequenos espaços, de até 1×1 metro, seja na sala ou cozinha. “Aproveitar esses cantinhos é cada vez mais comum e, consegue-se criar ambientes para os rótulos. Muitas vezes um armário climatizado é uma ótima solução”, afirma a arquiteta.
O projeto pode incluir iluminação personalizada com lâmpadas de LED, por exemplo – que não esquentam e mantêm o vinho na temperatura correta. A arquiteta Katalin Stammer criou um espaço que integra a adega à sala de estar. “A adega não precisa ser necessariamente grande, mas precisa ser funcional. Buscamos levar o ambiente da adega para o espaço como um todo”, afirma ela, que usou uma placa de cerâmica que imita a textura de rolhas na parede ao lado dos vinhos.
Mais rótulos
Para espaços maiores, há até a opção de sistema de elevadores, como na “elevadega” do restaurante indiano Swadisht, em Curitiba, que permite o armazenamento de mais de 280 rótulos. O funcionamento por elevadores permite que o mâitre e o cliente passeiem pelo ambiente para escolher o vinho desejado. De acordo com a arquiteta responsável pelo projeto, Fernanda Rocha Loures Joung, a principal inspiração para a adega foi a inovação. “O diferencial foi fazer algo que ninguém tivesse”, comenta. A adega, que é feita com cedro-rosa, metal e vidros, é um dos destaques da decoração.
Existem também as geladeiras industrializadas, que são compradas prontas, e as adegas sob medida, que costumam funcionar melhor com o caráter decorativo do espaço. Nesse caso, elas podem ser feitas com diversos materiais – vidro, madeira, laca, e até aço inox, que reforçam o caráter moderno do ambiente.
Custo
O preço de instalação depende do material utilizado e do número de garrafas acondicionadas. As adegas sob medida para uma média de 80 garrafas custam entre R$ 20 mil e R$ 40 mil, mas, se tratando de espaços maiores, “o céu é o limite”, comenta a arquiteta Flora Detanico. “Tudo depende do gosto, tanto pela decoração, quanto pelo vinho”, completa.
O jeito certo de armazenar
Vinhos são substâncias vivas e sensíveis ao que acontece à sua volta. Por isso, a forma de armazená-los é extremamente importante, de acordo com a enóloga Sônia Petri. “Um vinho mal guardado tem envelhecimento precoce e pode estragar”, diz. Por isso, as garrafas não devem ser movimentadas nem estar em ambientes em que sofram com a vibração. A arquiteta Flora Detanico não recomenda, por exemplo, aproveitar o espaço embaixo da escada para fazer uma adega, devido à vibração que pode ser prejudicial ao vinho. Outro cuidado na hora do armazenamento é a inclinação das garrafas, que, segundo a enóloga, devem estar sempre deitadas, para que a rolha fique constantemente úmida.
A temperatura do ambiente também é essencial para a conservação dos rótulos. Para vinhos tintos, a temperatura deve estar sempre entre 10°C e 16°C. Sônia afirma que a variação térmica colabora para a oxidação dos vinhos. É indispensável que a adega seja refrigerada – principalmente em cidades com grande amplitude térmica. O sistema de refrigeração é parecido com o de um ar condicionado split, mas com mais potência, explica a arquiteta.

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