Rio de Janeiro

Arquitetura

Marinha e IAB/RJ anunciam projeto vencedor do concurso para o Museu Marítimo do Brasil

Sharon Abdalla
10/08/2021 20:23
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Detalhe da proposta que venceu o concurso de projeto para o Museu Marítimo do Brasil, no Rio de Janeiro.

“Convocar o comum das águas”. Com esse título, o projeto assinado pela equipe coordenada pelo arquiteto e urbanista Rodrigo Quintella Messina, de São Paulo (SP), foi eleito o vencedor do concurso de projeto para o Museu Marítimo do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ). A divulgação do resultado foi realizada nesta segunda-feira (9) pelo Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro (DCAMN), em parceria com a Marinha do Brasil e a regional fluminense do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ), responsáveis pela realização do concurso.
"O projeto procurou retomar a proximidade com a água e o que ela pode representar como espaço comum entre as diferenças. A água é inconstante, varia todos os dias, aproxima e afasta as pessoas, os continentes, os animais. Queremos reivindicar essa relação. A gente tira partido do imaginário portuário: os visitantes terão que atravessar a água para entrar no Museu Marítimo do Brasil, como quem entra em uma embarcação para encontrar diferentes culturas", explica Messias, em nota, ao detalhar o conceito do projeto vencedor.
A avaliação dos trabalhos, realizada por uma comissão julgadora composta por profissionais do IAB/RJ e da Marinha, considerou aspectos como a inovação e originalidade, funcionalidade do conjunto projetado e tratamento paisagístico. Relações com o ambiente local e com o entorno imediato e parâmetros de sustentabilidade e acessibilidade também foram levados em consideração para a avaliação dos 110 estudos preliminares entregues.
"O projeto que o vencedor do concurso propõe não só apresenta uma solução construtiva estrutural simples e, ao mesmo tempo, magnífica, como também favorece os ambientes que estão encaixados dentro desse volume que ocupa praticamente toda a extensão do píer", avalia o arquiteto Luiz Fernando Janot, coordenador do Concurso de Arquitetura para o Museu Marítimo do Brasil. "Outro ponto notável é o destaque que o trabalho deu ao píer histórico, com seus arcos em pedra que se sobressaem com clareza, valorizando-o e apresentando-o aos visitantes como parte da nossa cultura", acrescenta.
O edifício será erguido no Espaço Cultural da Marinha, localizado no Centro do Rio de Janeiro, próximo à Praça XV, e tem por objetivo estimular o conhecimento sobre a história marítima ligada à formação do país, destacando mar e rios como instâncias culturais, simbólicas e míticas.
"Esse é um momento muito importante para a Marinha. O mar é um ser que nos rodeia, mas que conhecemos tão pouco. Pretendemos trazer essa bela história que acompanha o nosso país e ajuda a manter a integridade da nação. Ainda não temos tal representação em um museu desse porte, que vai compor uma teia de centros culturais na região. O projeto vencedor precisava não só atender às necessidades apontadas, mas integrar de maneira harmônica o local onde será construído", destaca o Vice-Almirante José Carlos Mathias, que está à frente da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM).

Premiação

Além de ter o projeto construído, a equipe vencedora irá receber R$ 50 mil como adiantamento de parte dos honorários profissionais. O segundo e terceiro colocados, cujas equipes são lideradas por Nonato Veloso (Brasília, DF) e Álvaro Puntoni (São Paulo, SP), receberão R$ 30 mil e R$ 20 mil, respectivamente. Foram destacadas, também, três menções honrosas, para as equipes lideradas por Elisa Martins (Porto Alegre, RS), Vasco de Mello (São Paulo, SP) e Nayara de Matos Benicio (Vitória da Conquista, BA).
"Acho muito positivo o resultado final de um concurso em que 191 equipes do Brasil inteiro se inscreveram para pensar um objeto tão importante e simbólico no centro da cidade do Rio. É muito bom ver o instrumento mais democrático que existe para construir nossas cidades, que é o concurso público de projetos, cumprir tão bem essa função. 110 equipes entregaram projetos; isso significa 110 equipes questionando a maneira como a arquitetura é feita até hoje, pensando em como evoluir, como se aproveitar acúmulos e propor questões tão necessárias como, nesse caso, a reconexão da cidade com o mar", finaliza Igor de Vetyemy, co-presidente do IAB/RJ.

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