O Instituto Americano de Arquitetos (AIA, na sigla em inglês) anunciou no fim de janeiro os vencedores de sua premiação de honra em 2020, que reconhece projetos que destacam as diversas maneiras pelas quais “edifícios e espaços podem melhorar” a vida das pessoas.

Concorreram ao prêmio arquitetos licenciados nos Estados Unidos com obras concluídas nos últimos cinco anos, a partir de 1º de janeiro de 2014, em qualquer parte do globo. Nove arquitetos e profissionais de design compuseram o júri, que selecionou os projetos que melhor transmitiam a sensação de lugar, histórico, objetivo e sustentabilidade ambiental.

Entre os projetos vencedores, que contemplam de restaurações a novas construções, estão trabalhos assinados por nomes estelares da arquitetura contemporânea, como o do escritório Snohetta, que mantém sedes em Oslo, Noruega e Nova York. A premiação será entregue durante a conferência anual do AIA, que será realizada em maio, em Los Angeles.

Confira quais são os oito projetos vencedores do 2020 Honor Award Architecture:

Uma fachada cristalina e um átrio composto por ripas de cedro vermelho ocidental, que fazem da instalação uma das maiores conchas de madeira de forma livre do mundo, marcam o projeto da Biblioteca Central de Calgary, assinada pelos escritórios Snohetta e Dialog. Com uma praça de 7 mil m² e um anfiteatro ao ar livre, o prédio traz fachada com vidro triplo em padrão modular alternados com fechamentos em alumínio.

Construído em fases para permitir o funcionamento das operações do Aeroporto Internacional de Chhatrapati Shivaji, Índia, o Terminal 2 traz um plano em quatro níveis em forma de “X” com quase 42 mil m², o que permitiu que sua capacidade fosse triplicada. Com estrutura em concreto e aço composto, o projeto, assinado pelo escritório SOM – Skidmore, Owings & Merrill, traz referências aos padrões tradicionais do artesanato local.

Construído no histórico campus do Instituto de Tecnologia de Mies van der Rohe, em Illinois (EUA), o prédio assinado por John Ronan Architects foi erguido em torno de dois pátios ao ar livre como forma de promover encontros casuais e trocas de ideias entre os estudantes que circulam pelo campus. Os grandes rasgos em vidro permitem o aproveitamento da luz natural. No segundo pavimento, ele é potencializado pela envoltória da fachada em folha de ETFE (etileno tetrafluoroetileno) que, por meio de um sofisticado sistema pneumático, que se adapta às condições climáticas e controla a quantidade de luz que entra no edifício.

Obra do escritório Kohn Pedersen Fox Associates, o projeto cria um novo distrito no Covent Garden, em Londres, no qual cafés ao ar livre, bancas e artistas de rua dividem espaço. O projeto mescla usos comerciais e residenciais em edifícios novos e antigos. A mistura do moderno com o antigo também está presente nos materiais, em fachadas que trazem tijolos feitos à mão e janelas com estruturas em aço.

A expansão da área de exposição do Museu Glenstone, em Potomac (EUA), que passou de 19 mil m² mil m² para cerca de 23,6 mil m², dobrou, também, a área de bosque do local, que ganhou 6 mil novas árvores e contribui para a propostas de expôr a coleção de arte pós-Segunda Guerra Mundial em um cenário cativante. Uma nova entrada e dois cafés passaram a integrar o edifício, com projeto do escritório Thomas Phifer and Partners. O uso abundante da iluminação natural, por meio, inclusive, de uma sala de exposição ao ar livre.

Um museu ou uma ponte? Ambos é a resposta quando se trata do Museu de Arte Jishou, localizado em Xiangxi. Com projeto do Atelier FCJZ,  o edifício atravessa o rio Wanrong, funcionando de ponte para a travessia do mesmo. Tal solução insere o elemento em um contexto moderno, onde se destacam materiais como o aço e o concreto.

Com mais de cem anos de história, o “The People’s House” (“Casa do Povo”, em tradução livre), como é conhecido o Capitólio do estado de Minnesota (EUA), sofria com infiltrações significativas e outros danos que demandavam uma restauração completa. Com o projeto do escritório HGA, o prédio passou a oferecer um ambiente de trabalho moderno equilibrando soluções inovadoras e intervenções de alto impacto, que incluiu sistemas modernos à estrutura histórica existente.

Com 8,5 mil m², o Tivoli Hjørnet foi erguido junto ao tradicional Tivoli Garden, em Copenhague (Dinamarca). O prédio abriga um hotel, restaurantes e lojas com uma arquitetura de linhas arrojadas, que evocam ao movimento das ondas e às antigas fortificações que rodeavam cidade.