Arquitetura

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Memorial em homenagem às vítimas de Brumadinho terá bosque com 272 ipês amarelos

HAUS
10/06/2020 19:59
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Espaço de memória das vítimas do rompimento da barragem I, em Brumadinho, ficará pronto em 2021. | Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação

Quase dois anos depois da tragédia anunciada do rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais; os moradores da cidade vão ganhar um monumento para homenagear as vítimas. A proposta vencedora do concurso público de arquitetura para o Memorial de Brumadinho foi a do escritório Gustavo Penna Arquiteto e Associados e servirá para recordar todos os brasileiros de uma das maiores tragédias ambientais da história do país. As obras começarão até setembro e o memorial deve ficar pronto até o final de 2021.
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
“Esse espaço vai possibilitar uma experiência sensível, individual e compartilhada, dando voz e forma a aquilo que não esquecemos”, comentou Gustavo Penna em entrevista ao CAU/BR, em referência às vítimas. O projeto do memorial foi pensado para gerar no visitante uma experiência de reflexão sobre a memória e a dor que o rompimento deixou na comunidade local, por meio de estruturas cheias de significado.
Num terreno de cinco hectares escolhido pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum) e adquirido pela empresa Vale, o Memorial Brumadinho terá cerca de 1.220 m² de área construída.
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
Na entrada haverá um pavilhão com forma distorcida e fragmentada, que, segundo o arquiteto, simboliza os sonhos das vítimas. Em outro ambiente, escuro e iluminado apenas por frestas de luz no teto, será representada a invasão da lama. No arvoredo serão plantados mais 272 ipês-amarelos, em respeito e culto à memória de cada uma das vítimas.
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
Até o bosque, o percurso de 230 metros será um grande corte no terreno. "Uma linha no tempo e no espaço que aponta o lugar da fratura gigantesca. É, portanto, uma fenda escavada, testemunha inapagável do que aconteceu", como descrevem os arquitetos autores da proposta.
Nas paredes laterais da trincheira, estarão os nomes de cada uma das pessoas que se foram, surgindo uma a uma, na medida em que se caminha.
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
Após sair do espaço de memórias, o visitante continua sua visita sob a escultura suspensa, uma grande cabeça que "sente e chora". De seus olhos geométricos, derrama-se o pranto, nosso gesto mais humano ao nos depararmos com o impacto da perda. A água será direcionada por dois filetes naturais até o mirante suspenso, que desembocará em um lago.
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados/Divulgação
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