Morre arquiteto considerado guardião do patrimônio histórico de Paranaguá

Um dos principais responsáveis pelo tombamento estadual do centro histórico de Paranaguá na década de 1990, o arquiteto e artista plástico Luiz Marcelo Bertoli de Mattos faleceu aos 58 anos na madrugada deste sábado (26) em um hospital em Madri, na Espanha.

Ele foi internado após sofrer um infarto durante o retorno de uma viagem de férias ao Egito, Grécia e Turquia. A informação foi confirmada por amigos próximos. Ainda não se sabe quando seu corpo chegará ao Brasil nem quando será o velório.

Graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o arquiteto era um dos grandes nomes do patrimônio cultural do estado. Lecionava no curso de Turismo no Instituto Superior do Litoral do Paraná e era o responsável pelo patrimônio histórico da Prefeitura de Paranaguá.

“Ele foi peça fundamental para o tombamento do centro histórico de Paranaguá e sua manutenção”, sentencia Rosina Parchen, ex-chefe da Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) do Paraná, que trabalhou aproximadamente 30 anos ao lado de Luiz na defesa do patrimônio cultural.

“Era um arquiteto sério e competente, sem falar no talento como artista plástico, de um traço inconfundível”, completa Rosina.

O centro histórico de Paranaguá foi elevado à categoria de patrimônio devido a seus quase 400 prédios entre ruas estreitas de pedras, que formam um rico acervo arquitetônico dos séculos 19 e 20.

Em 2009, o centro da cidade portuária também foi tombado à nível federal, desta vez pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), novamente graças a esforços de Luiz.

“Primeiro gostaria de prestar meus sentimentos. É uma grande perda para a cultura. Ele foi um batalhador pela causa do patrimônio cultural e mantinha uma boa relação com proprietários dos imóveis e com a comunidade”, conta o ex-superintendente do Iphan, José La Pastina Filho, que é arquiteto e especialista em restauro e preservação.