Arquitetura

Projeto inédito fará inventário do patrimônio histórico do PR começando por Antonina

Sharon Abdalla
05/12/2017 17:53
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Foto: Antônio More/Arquivo/Gazeta do Povo | GAZETA

Reconhecer e preservar a história de Antonina ao mesmo tempo em que se fortalece o vínculo do município com sua comunidade. Este é o objetivo do projeto-piloto encabeçado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em parceria com a FAE Centro Universitário e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Batizado inicialmente de Projeto de Proteção do Patrimônio Histórico de Antonina, ele prevê o levantamento do patrimônio histórico da cidade do litoral paranaense e a realização de ações educativas com o intuito de munir e facilitar o acesso da população às informações sobre as características e a história dos prédios que compõem a cidade onde vivem.
“É uma atribuição nossa a preservação do patrimônio histórico e cultural, que também está prevista na Constituição Federal. Antonina é uma cidade com muitas questões desta ordem, então propus à Doutora Nicole [Mader Gonçalves, ex-promotora de Antonina] que fizesse um projeto-piloto para que nós o adotássemos como ponto de partida de uma atuação mais prática e menos teórica. Ou seja, de não ficarmos apenas naquele fazer pontual, de quando ocorre alguma denúncia”, conta o procurador Alberto Vellozo Machado, coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça, de Proteção ao Meio Ambiente e de Habitação e Urbanismo do MP-PR.
Antônio More/Arquivo/Gazeta do Povo
Antônio More/Arquivo/Gazeta do Povo
Assim, a proposta do projeto é criar uma espécie de arquivo público que liste quais são os prédios/paisagens tombados na cidade e catalogue as informações sobre eles.
“Queremos reconhecer junto com a comunidade quais são as unidades de interesse cultural da cidade para que ela possa saber qual é o seu patrimônio e acompanhar o estado de conservação dele – se os prédios foram ou não restaurados ou se precisam de restauro”, explica a arquiteta e urbanista do Centro de Apoio do MP-PR, Laura Esmanhoto Bertol. “Também vamos investir na educação patrimonial por meio de ações com os alunos e professores das escolas do município”, acrescenta.

Levantamento

O trabalho de campo, que se refere ao levantamento de quais são e do estado de conservação das edificações de interesse patrimonial em Antonina, será realizado em parceria com as universidades. Tendo como base o inventário do patrimônio histórico de Antonina organizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Paraná (Iphan-PR), os alunos irão atualizar as informações referentes aos imóveis em disciplinas e projetos de extensão.
Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
“Um dos maiores desafios que temos para formar bons profissionais é trazer o ensino da Arquitetura e do Urbanismo para a prática. Possibilitar aos alunos participarem de um projeto de extensão como este representa um salto muito significativo no seu desenvolvimento [como profissionais]”, avalia a Adriane Cordoni Savi, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAE.
O início dos trabalhos de campo está previsto para março de 2018, após o início do ano letivo. A previsão é a de que até setembro esta primeira etapa do projeto-piloto esteja finalizada para que, então, os dados sejam organizados e disponibilizados à população por meio do site do Ministério Público.
“A intenção também é criar um aplicativo para que as pessoas possam conhecer a história e denunciar casos de abandono do patrimônio histórico”, acrescenta Adriane. “Este banco poderá servir de base de dados do próprio município, do Ministério Público e de órgãos de controle, como a Secretaria da Cultura e o Iphan, para que tenhamos [as informações] e possamos corrigir os problemas”, completa Machado.
Ainda segundo o procurador, e a partir da conclusão das etapas do projeto-piloto de Antonina, a ideia é a de que ele possa ser replicado em outros municípios do estado. “Prever exatamente quais são todos os resultados deste trabalho é um pouco difícil. Mas o desdobramento de um projeto deste só pode ser positivo. Nossa utopia é que ele se torne atividade normal de qualquer Promotoria de Justiça que esteja em face, principalmente, de áreas com patrimônio histórico-cultural mais evidente. É uma meta bem ambiciosa”, afirma o procurador.

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