Obras raras do muralista italiano Franco Giglio (1937-1982), que fez carreira no Brasil e se tornou figura importante para a arte e arquitetura do Paraná, ainda não foram salvas de uma casa antiga que será demolida em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O perigo de demolição das obras foi noticiado há um ano por HAUS.

O engenheiro civil Augusto Batschauer, ex-proprietário do imóvel, confidencia que ainda não conseguiu parceiros para retirar os murais nem possíveis clientes para os painéis. Mas reforça para a reportagem o interesse em achar alguém que possa dar novo uso às obras. Interessados podem enviar e-mail para eng.abatschauer@gmail.com.

A casa de 1972, projetada pelo arquiteto gaúcho Leo Grossman, um dos fundadores do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPR, recebe o nome de seu primeiro dono, o norte-americano George W. Kern, alto executivo da Coca-Cola para a América do Sul.

No ano passado ela foi vendida a uma construtora que irá demolir o imóvel para construir um edifício na região. Segundo Batschauer, a construtora vai esperar pelo tempo que for necessário para retirar a obra.

São quatro painéis (dois grandes e dois pequenos), totalizando cerca de 18 m². Um fica na entrada da casa, contornado a escada, e os outros três na antiga sauna da residência. O primeiro mostra um gaiteiro tocando música para três mulheres, e o restante explora a temática do mar.

O que torna os murais uma raridade é a técnica utilizada: de montagem a partir de peças inteiras de cerâmica queimada, e não de pastilhas de vidro, como frisaram arquitetos especialistas em restauro e familiarizados com a obra de Giglio, em entrevista de 2017.